UNIVERSIDADE E SUICÍDIO - Discutindo
Arquitetura e Prevenção
Com o titulo “Arquitetura
segura – uma reflexão para o futuro”,
aconteceu um simpósio na nossa Universidade do Estado, coordenado
pela Vice-Reitoria.
A UERJ é Pela VIDA,
constatamos no hall dos elevadores:
“Torre Eiffel. 370 pessoas se
suicidaram de 1898 até 1971. Foram colocadas grades protetoras.”
O suicídio nos chamou a atenção
por causa de nossa linha de pesquisa. No segundo quartel da década
de 1960 começamos a trabalhar com um agente etiológico
de uma doença infecciosa respiratória letal para crianças
não vacinadas. A morte de uma criança pela paralisia
do diafragma e miocardite deixa qualquer um perplexo. Foi assim que
fiquei posteriormente ao ler “Aspectos médico-sociais
das tentativas de suicídio de crianças por ingestão
de produtos químicos, J. Ped., 43: 152-156, 1977.”
O alcoolismo estava presente na vida dos pais.
A última atividade do simpósio foi sobre “plantas
tóxicas”. Embora, perfumadas e belas são perigosas
como as mentes que não possuem sensibilidade.
Comentando suicídio, arquitetura e comportamento,
o professor Marcelo Tavares, UNB, chamou a atenção de
que ‘Notre Dame é uma gaiola. Você não percebe
porque a beleza permaneceu, mesmo depois de executada medida preventiva."
http://www.notredamedeparis.fr/spip.php?rubrique2
"Empire
States (Nova Iorque). De 1931 a 1947 ocorreram diversos suicídios
até a colocação de cerca ao redor do observatório."
Por que as crianças se suicidam?
Até entendia as razões do adulto, mas compreender tentativas
de suicídio de crianças por ingestão de produtos
químicos era “over-dose”. Fui à luta e escrevi
sobre isso, em dezembro de 1981, no Reformador, 99(1833): 387-392
e estou nela até hoje.
http://www.espirito.org.br/portal/artigos/neurj/por-que-criancas-se-suicidam.html
Existem homens capazes de resistir
a desgraças horríveis enquanto outros se suicidam depois
de aborrecimentos ligeiros. Seria importante investigar a causa desta
fragilidade/resistência e o que contribui para essa estrutura
maior ou menor, em termos de inteligência emocional e espiritual.
Interessante anotar que é nas épocas em que a vida é
menos dura que as pessoas a abandonam com mais facilidade, o que fez
o psiquiatra Miguel Chalub (O Globo, 12-5-1979), lembrar que em situações
altamente dramáticas, como nos campos de concentração,
o número de suicídios é bem pequeno.
O professor Tavares da UNB comentou que para ganhar a liberdade o
indivíduo atravessa a barreira de arame farpado, mas, para
morrer, ele exige alguma gratificação, não quer
sentir dor.
Reichstag (Berlim). Novas barreiras
de segurança e aumento do efetivo policial para evitar os
freqüentes suicídios que ocorrem da sua cúpula.
http://www.berlinistin.com/2010/04/suicidio-no-reichstag.html
Na UERJ, Neury José Botega,
professor da faculdade de medicina na UNICAMP lecionou Epidemiologia
e Prevenção e nos fez pensar com números. Disse
que “pela primeira vez no Brasil se discute 'Arquitetura
Segura'”. Dizendo ainda que houve aumento de suicídios
(17%) no Brasil, nos últimos 10 anos, informou que registramos
25 suicídios por dia, mas esse número deve ser 20% maior.
Num acidente que ocorre com ônibus a morte de 25 passageiros
sairia na primeira página de jornal, mas 25 suicídios
não são noticiados. Indicou o Mapa da Violência
2011 e nos pediu para não deixar de pensar no suicídio
da população indígena, que está ligado
ao alcoolismo.
http://blog.planalto.gov.br/mapa-da-violencia-2011-aponta-causas-de-homicidios-entre-jovens-no-brasil
Botega ensinou como se faz prevenção universal (população
geral); seletiva (de risco mais elevado) e indicada (alto risco).
Na população geral a conscientização e
a redução de acesso aos meios letais são importantes.
Há risco mais elevado na presença de doenças
mentais (alcoolismo, transtorno bipolar) que devem ser tratadas. Não
esquecer adolescentes grávidas e epilepsia. Uma tentativa é
o principal fator de risco. Há alto risco e devemos seguir
os que já tentaram, incentivando a continuar o tratamento.
O telefonema ajuda muito.
Alguns manuais são fundamentais
Discutir o suicídio
e oferecer informações adequadas são procedimentos
importantes para a prevenção.
A OMS deve ser visitada.
Vejam, entre outros, o manual em português para professores
e educadores.
http://www.who.int/mental_health/prevention/suicide/en/suicideprev_educ_port.pdf
www.who.int./mental_health/resources/suicide/en/index.html
Como oferecer orientações
sobre como abordar o suicídio na imprensa, preservando o direito
à informação e colaborando para a prevenção?
A resposta existe e merece ser examinada, portanto vamos nos utilizar
da ABP Editora, que fez um manual dirigido ao profissional
de imprensa.
http://www.abp.org.br/sala_imprensa/manual/img/CartilhaSuicidio_2009_light.pdf
Veja um manual para profissionais de Saúde em ATENÇÃO
PRIMÁRIA para prevenção do suicídio.
http://lproweb.procempa.com.br/pmpa/prefpoa/sms/usu_doc/prevencao_do_suicidio.pdf
http://www.cvvnovohamburgo.org.br/apoio-emocional.html?gclid=CL7KrdKj0qoCFUh_5godbxJ5MA
Divida com a gente. Então,
se você tem sentido vontade de conversar com alguém,
ligue para o CVV. Nós temos todo o tempo do mundo para saber
como vai você.
O CVV é um
serviço de apoio emocional gratuito e sigiloso, disponível
24h por dia, 365 dias por ano, a todas as pessoas que estejam querendo
conversar.
http://www.cvv.org.br/
Lista de contatos e endereços
dos Postos CVV em todo o Brasil.
http://www.cvv.org.br/site/images/stories/o_cvv/postos_cvv.pdf
Em outubro de 2011, pretendemos estar
no III Seminário de Prevenção do Suicídio
da UERJ. Estudaremos os “Aspectos sociais e
culturais na compreensão e prevenção do suicídio".
Nestes dias teremos peça teatral como atividade complementar:
“A história do homem que ouve Mozart e da moça
do lado que escuta o homem.”
Na UERJ funciona um Núcleo
Espírita Universitário (NEU)
http://neu-uerj.zip.net/
norteado pelas pesquisas e obras de Allan Kardec
http://www.espirito.org.br/portal/artigos/neurj/allan-kardec-e-sua-missao.html
Com metodologia científica
o pesquisador francês conseguiu demonstrar que a morte do corpo
não mata a vida, fazendo do suicídio um ato estúpido
http://www.espirito.org.br/portal/artigos/neurj/metodologia-cientifica.html
Aquele médium
com “talento extraordinário” chamou-me a atenção
e fui observar de perto
http://www.espirito.org.br/portal/artigos/neurj/talento-extraordinario.html
http://www.espirito.org.br/portal/artigos/neurj/por-que-considero-inteligente.html
Em Uberaba, impressionou-me o sofrimento
e a expectativa daquelas mães esperando a comunicação,
como Nair Belo. Chico Xavier tinha um limite e psicografava “poucos”,
durante cada reunião.
Qual o critério utilizado pela espiritualidade para a escolha
das mães privilegiadas?
Um amigo disse-me já ter feito a pergunta. Fora informado de
que o critério era a profundidade da dor na alma, aquela que
poderia levar ao suicídio.
http://naocometasuicidio.blogspot.com/2011/03/aborto-e-suicidio-luiz-carlos-formiga.html
Com Chico Xavier
aquelas mães acabavam concordando que a morte é apenas
uma mudança de estilo de vida.
http://www.jornaldosespiritos.com/2007.3/col49.10.htm
Investigações sistemáticas
passaram a demonstrar que pessoas religiosas não
eram sempre neuróticas ou instáveis e que indivíduos
com fé religiosa profunda, na realidade pareciam lidar melhor
com estresses da vida, recuperar-se mais rapidamente de depressão
e apresentar menos ansiedade e outras emoções negativas
que as pessoas menos religiosas
http://www.espiritualidades.com.br/Artigos/F_autores/FORMIGA_Luiz_tit_Drogas_e_Espiritualidades.htm
O suicídio, ato isolado, não pode ser politicamente
blindado e de algum modo repercute no trabalhador. Uma funcionária
que escutou o barulho, ao olhar pela janela foi parar no hospital
com crise hipertensiva, nos informou o médico João Luiz
Clara André do DESSAUDE, que tem, como vocação,
a prevenção/promoção da saúde dos
trabalhadores da UERJ.
O professor Marcelo Tavares comentou que nossa cultura não
foi preparada para lidar com o sofrimento psíquico
grave e "relatou o caso específico de um grande
shopping de uma capital, onde o suicídio era freqüente.
Descreveu o problema, a intervenção arquitetônica
realizada e seus efeitos."
O NEU tem procurado, mesmo que de forma imperfeita, colaborar nessa
discussão.
http://naocometasuicidio.blogspot.com/2011/02/suicidio-e-loucura-dr-luiz-carlos.html
(*) Texto enviado, como retroalimentação,
à Vice Reitoria da UERJ, pelo Prof. Dr. Luiz Carlos D. Formiga,
Aposentado, Faculdade de Ciências Médicas, participante.