Luiz
Carlos D. Formiga & André Luiz B. Formiga
> Universidade da Alma. Cidade Universitária
do Espírito
1. As Cidades Universitárias.
Em 1965, no Anuário Espírita,
falando a respeito da Codificação Espírita, Yvonne
Pereira diz que "essa obra é imortal como imortal é
o Evangelho, uma vez que ambos são revelações
divinas e porque sempre existirão cérebros e corações
necessitados de renovação e esclarecimentos através
deles. Por enquanto é, com efeito, a fonte Kardecista a única
habilitada em assuntos de Espiritismo capaz de expandir renovações
para o futuro, visto ser o alicerce de quanto existe a respeito, até
agora".
Por intermédio da mediunidade de Yvonne pudemos ler a narrativa
sobre a "Cidade Universitária" espiritual, onde ciclos
novos de estudo e aprendizagem se franqueariam para espíritos
em evolução, segundo seus desejos." (31)
Uma Cidade Universitária no Além!
Para nós que estamos professor universitário é
um bom tema para reflexões. Pena que nossos recursos pessoais
sejam tão escassos. No entanto, vamos tentar repassar algumas
idéias, mesmo imperfeitas, das dificuldades que encontramos
no ensino superior.
Yvonne Pereira afirma que "Allan Kardec é ainda o grande
desconhecido, para os espíritas, dado que a minoria é
que o conhece plenamente. Ele tratou de Ciência, de Filosofia
e de Moral e tais matérias, de suma grandeza, não podem
ser apenas lidas uma ou duas vezes, mas estudadas, continuamente,
com método analítico, observação acurada,
amor e perseverança, a fim de serem bem compreendidas e praticadas".
Na universidade ou na casa espírita as perguntas são
importantes. Recordo-me da questão feita, num estudo da mocidade
e que foi respondida por um jovem espírita: "se Jesus
já ensinou as Leis de Deus, qual a utilidade do Espiritismo?"
(4)
Uma outra dúvida, sobre as condições da vida
após a morte, apresentada por um cardiologista nos chamou a
atenção. Diversas pessoas já nos fizeram a mesma
questão e outros nos confessaram que iriam deixar para ler
o livro "Nosso Lar" depois que melhor estivessem inteirados
dos postulados básicos da Doutrina Espírita.
Leewenhoek (1632-1723) descreveu, com auxílio de microscópios
óticos, o mundo "invisível" dos micróbios:
"Recebi em minha casa diversos cavalheiros, que estavam ansiosos
por ver os micróbios do vinagre. Alguns deles ficaram tão
enojados do espetáculo, que juraram nunca mais usar vinagre.
Mas o que seria se se contasse a essa gente que existem mais germes
na boca humana, vivendo na escuma junto aos dentes, do que homens
em todo o reino?"
Algumas pessoas respondem da mesma forma (nunca mais usar vinagre)
diante da realidade do espírito imortal. Admitem a sua existência,
mas não querem pensar no "após a morte".
Se não é como o espírito André Luiz escreve,
através do médium Francisco Cândido Xavier, como
será? Diversos médiuns descrevem relatos parecidos e
coincidentes. Como coincidentes e parecidos são os relatos
das pessoas que tiveram a experiência autoscópica. Aparentemente
morto o indivíduo chega ao hospital. Algum tempo depois seu
coração recomeça a bater. Depois contam as histórias
de suas mortes. É a experiência de morte iminente, onde
há extraordinária percepção de visões,
sons e acontecimentos que a pessoa tem, quando clinicamente morta,
próxima ao retorno impossível.
E as materializações de espíritos?
Para onde foi e de onde veio Katie King (espírito) após
despedir-se de Florence Cook (médium) nas memoráveis
experiências de William Crookes?
Já me disseram que não gostariam que fosse como André
Luiz relata, porque é muito palpável, material, muito
semelhante ao nosso plano terráqueo. Um pesquisador, Nobel
de Física, afirmou que "o mundo que observamos não
é senão uma minúscula película na superfície
da verdadeira realidade". A nossa ansiedade nos faz desafiar
uma pessoa, que passou pela experiência autoscópica,
a provar que a morte do corpo não mata a vida. Por outro lado
os que passaram por ela não parecem interessados em fornecer
tal prova a terceiros. Um psiquiatra que teve tal experiência
fez uma síntese: "pessoas que tiveram experiência
sabem. Os outros devem esperar" (13).
Usaremos algumas informações colhidas na "Mansão
da Esperança", situada na Cidade Universitária
espiritual. Antes, porém, vamos visitar outras universidades
mais próximas de nossa materialidade (2, 7).
Na universidade, desde 1966, vivenciamos ensino-pesquisa-extensão
(20).
O Brasil possui várias universidades. Algumas delas, na realidade,
não passam de escolas massificadas de terceiro grau, onde professores
dissociam ensino-pesquisa. A produção do conhecimento
é cantada, em prosa e verso, mas na prática não
se encontra quase nada. Como as pessoas, universidades também
podem adoecer. Encontramos enfermidades adquiridas, quando as instituições
são atacadas por governos patogênicos "por excelência".
Pode-se adoecer também pelo ataque de pessoas anfibiontes,
como aqueles microorganismos potencialmente patogênicos que
fazem parte da "flora" humana normal; por motivos políticos
diversos, a instituição fica com a resistência
baixa e eles as atacam (5,6). Outros, com verdadeiro espírito
universitário pesquisam novos antibióticos para combaterem
infecções.
Do Sistema Especial de Reserva de Vagas, para estudantes egressos
de escolas públicas nas instituições de educação
superior, só mais adiante colheremos os frutos, mas certamente
alunos serão penalizados pelo mau ensino que o colega recebeu
no ensino médio.
No livro de Yvonne (31), pudemos perceber como deve ter sido o critério
utilizado para admissão dos novos alunos naquela universidade.
Diz o diretor aos calouros: " – Iniciais neste momento
fase nova em vossa existência de Espíritos delituosos,
meus caros amigos! Dentre tantos padecentes que convosco chegaram
a esta Colônia, fostes os únicos a atingir condições
indispensáveis às lutas do aprendizado espiritual que
vos conferirá base sólida para aquisição
de valores pessoais nos dias porvindouros".
Hoje há entre espíritas um interesse maior pela universidade.
Os que são docentes estão procurando oferecer reflexões,
mesmo modestas como essas.
Apesar das inúmeras iniciativas, o preconceito na academia
ainda se manifesta quando nos revelamos espíritas. O brasileiro
é preconceituoso. Há preconceito com o deficiente visual,
com o negro, epilepsia, hanseníase, AIDS (13,21,32).
2. Vinte e Nove de Agosto.
Não é por acaso que,
tenho em mãos a tese do doutorando Brasilio Marcondes Machado
(27), apresentada no dia 29 de agosto e defendida no dia 26 de dezembro.
Brasilio é semelhante ao cego de nascença, que curado
por Jesus deu o seu testemunho, diante dos fariseus (16). Na tese,
diversos pontos me chamaram a atenção.
Um deles, de valor "estimativo", foi o dia de sua apresentação.
Na pós-graduação, também defendemos tese
de mestrado no mesmo dia, embora 52 anos depois. O vinte e nove de
agosto se repete em 1979, quando defendemos na UFRJ a tese de doutoramento.
Os temas e os resultados são diferentes.
Brasilio traz uma "Contribuição ao estudo da Psychiatria
(Espiritismo e Metapsychismo)", em 1922.
Outro ponto que nos chamou a atenção é a nota,
na folha de rosto: "A Faculdade não approva nem reprova
as opiniões exaradas nas theses pelos seus autores". Art.
95 do Regimento Interno da Faculdade de Medicina do Rio de janeiro".
Um terceiro ponto, encontrado antes das dedicatórias é
"Uma Explicação", oferecida pelo doutorando.
"- Ao apresentar minha these para defesa perante a Faculdade,
não cometti a ingenuidade de esperar fosse approvada, não
obstante dispor o art. 95 do Regimento Interno vigente que a Faculdade
não approva nem reprova as opiniões exaradas nellas
pelos seus autores".
"Temia fosse rejeitada sob a allegação do que dispõe
o art. 94: - os alumnos que concluírem o curso médico
poderão defender these sobre assumpto à sua escolha
dentre as matérias ensinadas no referido curso".
"Aconteceu, porém que essa allegação não
poderia ser feita porque já havia sido defendida e approvada
uma these contra o espiritismo".
"Assim, fui chamado à defesa do meu trabalho a 26 de dezembro,
as 13:30 horas".
"Reprovado".
"Deste resultado julguem os que me lerem, pois não quero
ser juiz em causa própria".
"Graças a Deus as fogueiras estão extinctas e os
Torquemadas fora de moda"
"Le monde marche..."
"Vou esperar o um dia depois do outro para voltar à defesa
desta mesma causa que, então, será a de todos nós,
na sciencia ou fora dela".
Vinte e nove de agosto - um dia especial que nos marcou!
Não conhecemos o Dr. Machado, mas parece não haver dúvida
de sua condição de médico e espírita verdadeiro
(22).
3. Pessoas e Números
Estimulantes.
Uma questão, ainda, não
resolvida pelas universidades é a do tempo integral e dedicação
exclusiva. Alguns professores preferem o horário parcial, para
chegarem a um salário melhor na iniciativa privada, o que não
conseguiriam com a dedicação exclusiva. Encontramos
os que optaram pelo horário integral, mas não o cumprem.
Isso cria um problema. É através do processo de socialização
que ideais, valores e crenças passam a ser entendidas e visualizadas
como referências importantes para o desenvolvimento da ciência
e do saber (28,29).
A relação professor-aluno, na Cidade Universitária
descrita pela médium Yvonne, é logo de início
uma atitude de transparência. Narra um dos calouros: - "Participou-nos,
em seguida, que sua primeira aula consistiria na apresentação
de sua personalidade a nós outros, seus discípulos".
A atitude do instrutor não era de mera formalidade; apresentação
de sua linha de pesquisa; listagem de seus trabalhos publicados em
revistas de renome internacional "espiritual", mas na "apresentação
de sua personalidade".
Continua narrando o aprendiz: - "Que necessário seria
que o conhecêssemos intimamente, a fim de que seus exemplos
nos estimulassem na senda espinhosa em que seríamos chamados
a solver vultosos débitos, porquanto será sempre de
boa pedagogia que o mentor apresente seus próprios exemplos
aos alunos, a quem inicie, e também para que aprendêssemos
a amá-lo, e nele confiar, tornando-nos seus amigos, considerando-o
bastante digno de ser ouvido e acatado".
Esses calouros são espíritos que carregam grandes débitos
e, portanto, iniciam a vida universitária com algumas dificuldades.
Teriam eles liberdade total no campus universitário?
O primeiro dos direitos naturais é o de viver. Um dos princípios
fundamentais da justiça é a liberdade. Determinadas
ações, desenvolvidas por uma pessoa podem restringir
a liberdade da outra. Este princípio não pode exigir
a oferta incondicional da liberdade total a todos. Esta deve ser contida
pela necessidade de proteger a do próximo. Um outro princípio
é o da "diferença". Com base neste princípio,
é que as desigualdades sociais e econômicas devem ser
organizadas, da forma que tragam os maiores benefícios aos
menos favorecidos e possam propiciar funções e posições
acessíveis a todos, em condições de uma justa
igualdade de oportunidades (13).
Mello (30) diz que "a igualdade", princípio jurídico-filosófico
é base dos direitos humanos. Mas, não existe igualdade
jurídica, quando há uma desigualdade de fato. A ação
afirmativa visa corrigir a distorção. Desenvolvida nos
EUA, é ação necessária para proteger aqueles
que iniciam a sua "corrida" na sociedade em condições
desvantajosas.
Faz-se necessária uma ação afirmativa (descriminação
positiva), no ensino superior, protegendo aqueles universitários
que demonstram maior potencial para o ensino superior, para a produção
do conhecimento. No entanto, estes alunos podem iniciar sua "corrida",
em condições desvantajosas, numa universidade eventualmente
agredida por um governo inábil ou populista. A discriminação
positiva poderá oferecer melhores resultados, se os responsáveis
pela educação superior perceberem que esses alunos diferenciados
(o que a universidade tem de melhor), não pertencem a uma classe
social, mas também oferecerem, em contra-partida, as condições
reais para sua formação. Muitos destes alunos e professores,
mesmo na adversidade, conseguem produzir conhecimento, aceito pelos
pares em revistas de impacto. O que eles não fariam se as condições
fossem outras?
Imaginem a produção de um professor universitário,
que viesse de um país desenvolvido para trabalhar numa universidade
brasileira? Sua condição - ser "resiliente".
Recentemente a UFRJ divulgou os resultados com um novo curso de graduação,
voltado para a pesquisa e o ensino. No final, 17 alunos, "resilientes",
haviam apresentado 153 comunicações; 14 delas em Congressos
Internacionais; 13 alunos assinavam trabalhos publicados em revistas
internacionais. No ano seguinte, encontramos 18 aprovações
em concursos públicos para a pós-graduação
(2,24).
Em 1980, divulgamos os resultados do acompanhamento de 255 biomédicos
formados pela Faculdade de Ciências Médicas da UERJ.
Olhando as turmas, de 1968 a 1978 encontramos números estimulantes
e motivos para uma ampla discussão sobre ensino-pesquisa. Professores
universitários eram = 80; Mestres ou mestrandos = 103; doutorandos
= 6; doutores = 8, em apenas 11 anos (7,8,10,11).
4. Para Sobreviver.
Em 1994, comentamos a necessidade
dos governos estarem alertas com relação às doenças
transmissíveis (6). Posteriormente, ressaltamos a importância
da vacinação (26), contra as doenças microbianas.
Quando os governos não realizam ações preventivas,
os surtos epidêmicos reaparecem ocasionando perdas e danos.
Com relação à universidade de qualidade podemos
encontrar a iatrogenia "da omissão" e "intromissão".
As universidades e seus docentes-pesquisadores adoecem.
A professora, Fátima Araújo de Carvalho (3), que realizou
seus estudos de pós-graduação estudando um tema
"em alta", nos diz que "a resiliência é
caracterizada por um conjunto de atitudes adotadas pelo ser humano
para resistir aos embates da vida. O ser resiliente não foge
das opressões e consegue neutralizar seus efeitos, sem que
necessariamente as mesmas sejam afastadas ou diminuídas".
A professora, Fátima, de São José dos Campos,
nos remete ao texto de Heloisa Helvécia - "Resiliência
em Alta".
Heloisa, na Folha de São Paulo, destaca o termo deslocado da
Física: "este conceito nomeia a propriedade de alguns
materiais de acumular energia, quando exigidos e estressados, a voltar
ao seu estado original sem qualquer deformação".
A articulista da Folha diz que "essa característica vem
contando pontos como competência humana". Seria a mesma
"habilidade do elástico, ou da vara do salto em altura
– aquela que enverga no limite máximo sem quebrar, volta
com tudo e lança o atleta para o alto".
Procurando elucidar o tema, Fátima enviou carta para a seção
do leitor, com o seguinte comentário: no texto "Resiliência:
um conceito em alta" há falha em fazer a simples transposição
do conceito de resiliência da Física para a psicologia.
Na Física, a resiliência, refere-se à propriedade
que os corpos têm de voltar à sua forma original sem
deformação. Aplicada aos seres humanos, é a capacidade
do indivíduo de superar situações de risco e
voltar transformado, crescendo com a experiência. Assim, diz-se,
que um indivíduo é resiliente quando consegue superar
as adversidades, encontrando forças para aprender com elas.
É preciso tomar cuidado, para que não façamos
como nos EUA, atribuindo a tudo o conceito de resiliência, de
meias de seda a comida para cachorro, só para usar um conceito
"da moda".
Não duvidamos da existência de pessoas com alto índice
de resistência à frustração, no entanto
as agressões podem ocorrer até em pessoas (universidades)
"vacinadas" (26). São muitos os que solicitam aposentadoria
após acontecimentos angustiantes. Por esse motivo, é
necessário ressaltar a importância da angústia
na determinação de doenças orgânicas. O
estresse pode ser causado por qualquer tipo de situação,
que exija uma fase de adaptação orgânica e/ou
emocional, com gasto de energia superior àquele a que o organismo
está acostumado. O estresse pode ser físico, psíquico
ou misto. Um exemplo é internação hospitalar,
que induz a estados emocionais intensos. Há momentos, em que
encontramos a universidade na porta da UTI.
Os fisiologistas demonstraram que, nos estados de estresses, há
liberação de determinadas substâncias de grande
importância durante a "síndrome geral de adaptação",
mas que, em longo prazo, têm certo efeito destruidor sobre tecidos,
inibindo o crescimento somático e a formação
óssea.
Em pessoas estressadas é comum o relato da perda do sono. Períodos
curtos de sono ou insônias causam déficit na capacidade
de síntese molecular do cérebro, tão necessária
à estruturação da memória. Os estressados,
podem apresentar um número variado de distúrbios como
infarto do miocárdio, úlceras pépticas, doenças
circulatórias e outras.
Pode-se fazer uma ligeira comparação, com os princípios
relacionados com os "estados excitados", amplamente utilizados
no estudo dos fenômenos atômicos e moleculares, na física
quântica. No estresse, o organismo se mantém fora do
seu "estado fundamental, estando em níveis mais altos".
Mesmo, numa vida sem grandes novidades não é possível
a manutenção constante deste estado fundamental.
O organismo está realmente oscilando o tempo todo em torno
desde estado, sendo até possível que o envelhecimento
e o tempo de vida estejam relacionados com a intensidade dessa oscilação.
Isto exige um processo, quase contínuo, de adaptação
às condições oferecidas pelo meio, aquilo que
o afasta do seu estado fundamental a todo instante. Surge o paradoxo:
para sobreviver, os seres vivos encurtam o seu tempo de vida, envelhecendo
(13,14).
5. Pires na Mão.
Professor "caixeiro viajante"
é um poli-traumatizado que despencou da ponte entre a pesquisa
e o ensino. Muitos ainda não caíram dela, mas é
bom lembrar que as exigências são grandes (9) e a resiliência
é muito mais freqüente do que se pensa. Hoje há
um impasse para todo docente-pesquisador que é a subdivisão
de seu tempo em cursos de graduação, pós-graduação,
orientação de teses, funções administrativas
e/ou executivas, reuniões, contatos, viagens, atividade clínica,
atividades diversas, e ainda em conseguir que financiamentos para
pesquisa lhes sejam concedidos uma vez que até as lâmpadas
do laboratório hoje são compradas desta forma.
Nessa correria pelos corredores das financiadoras de projetos, “com
o pires na mão”, é que vamos encontrar a origem
da visão distorcida de que ensinar e pesquisar são atividades
que concorrem entre si. Na Universidade o professor vai se deparar
com o binômio, que é questionado apenas quando nos sentimos
incapazes de bem realizar “o momento” de uma ou outra
atividade. Outros, sob pressões diversas, passam a acreditar
que o aluno de graduação é anexo incômodo,
que apenas rouba o tempo de pesquisa do professor (8). Mas a função
da universidade exige a produção do saber, ou seja,
a superação de um saber anterior, na negação
de um saber passado para a construção do novo. Neste
momento é que surge, latente, a indissociabilidade do ensino
e da pesquisa. A pesquisa científica é que move esse
processo de superação.
Hoje ainda escutamos as palavras do diretor da Royal Gramar School
de Shrewsbury ao jovem que fazia experimentos químicos por
sua conta: “Darwin, você está perdendo tempo com
coisas inúteis. Cuida da gramática grega e da literatura
latina. Elas são as marcas infalíveis de um cavalheiro
inglês”.
Darwin, hoje, anda sem prestígio no ensino religioso no Rio
de Janeiro. A questão do ensino, em qualquer nível,
tradicional ou novo, é como a questão da pesquisa: deve
ser vista como um problema conjuntural (9).
6. Umbigo na Bancada
Encontramos também o imobilismo
dos professores que adquiriram a estabilidade e estão definitivamente
agregados à universidade. A Instituição não
encontra uma forma de estimulá-los ou mesmo não consegue
oferecer condições mínimas de trabalho. Quando
a universidade atinge desenvolvimento adequado ela começa a
exigir um bom doutoramento dos candidatos quando existem concursos.
"Bom doutoramento" não significa apenas trabalhos
publicados no exterior, mas é quando percebemos que o "recém-doutor"
deixa de "pegar carona" e demonstra capacidade de dirigir
uma linha de pesquisa própria. Afinal, a influência da
pesquisa na renovação do ensino não se realiza
apenas pela atividade estrita de pesquisa de cada professor, mas também
pela comunicação da pesquisa, pelo clima de indagação
e efervescência intelectual que ela deve gerar.
A universidade deve trilhar o caminho da pós-graduação
(11) e certamente necessita fugir do isolamento trazendo professores
visitantes, que não precisam ser todos do exterior. O ethos
da ciência é um conjunto de crenças acerca do
próprio papel do cientista. A internalização
de valores e crenças se dá ao longo do processo de socialização.
A integração entre o ensino e a pesquisa está
vinculada a experiências que são transmitidas por nossos
antecessores, as quais, na forma de um fundo comum de alternativas
possíveis funcionam como um código de referência
ou orientação. Uma prática que tomou conta da
maioria das instituições brasileiras, incluindo a universidade,
é a burocratização. Contra ela será necessário
lutar, pois reduz o tempo do professor universitário, tempo
que poderia ser utilizado encostando o "umbigo na bancada",
junto a seus alunos. Nos países em desenvolvimento a socialização
para a pesquisa ocorre tardiamente, isto porque a ciência não
é um valor nesta sociedade, o cientista não goza do
prestígio social que lhe é conferido nos países
onde o desenvolvimento da pesquisa científica é parte
fundamental do projeto global da sociedade (28,29).
Não estamos querendo justificar a pobreza de nossas publicações
(23) quando lembramos os diversos conflitos que tivemos por melhores
condições de pesquisa-ensino, o que na realidade se
encontra na lei. Possuirmos alguns artigos publicados em revistas
extranacionais, mas isso não impede a autocrítica, através
de diversos instrumentos, incluindo seus índices de impacto.
No entanto, a autocrítica não estimula nossa frustração,
porque talvez em outras condições tudo fosse diferente.
O depoimento do campeão olímpico brasileiro é
tranqüilizador: "nas condições oferecidas
aos atletas no Brasil, só o fato de competir já os torna
campeões". O docente-pesquisador brasileiro também
se depara, na olimpíada laboratorial, com atletas de paises
desenvolvidos, que não estão "de pires na mão".
Governos devem estimular as ilhas de competência, porque a colonização
intelectual é tão cruel como a econômica (9).
7. Imaturos e Semiletrados
A interação social de
forma ampla na aldeia global parece apontar para os departamentos
estanques como espécies em extinção. Mas como
transitar nos caminhos da transdisciplinaridade que é transcultural?
A ética transdisciplinar recusa toda atitude que não
aceita o diálogo, a discussão, seja qual for a sua origem
(18).
Um outro problema é a onda populista, a localização
e a dimensão da universidade. Ela pode ficar numa ilha cercada
de violência por todos os lados, os governos fazendo pressão
para que se aumente o número de vagas, cursos noturnos apontados
como alternativa viável e o oferecimento de adicionais por
aula dada. Se durante o dia, já nos sentimos inseguros imagine
como será à noite com as balas perdidas! Mas, a este
se soma outro problema. A nova dimensão certamente afetará
a qualidade. Ofereceremos cursos de valor cultural duvidoso? Os alunos
sairão imaturos e semiletrados, sem o mínimo de reflexão?
Vamos começar a diplomar os que são capazes de repetir
o que já se sabe, reproduzindo de forma estéril os mesmos
processos ou métodos que outros produziram ou descreveram.
Alguém já lecionou como se fundam e se preservam as
universidades. Precisamos de cérebros, depois de cérebros
e depois ainda de cérebros em tempo integral e dedicação
exclusiva (15). Atividades de pesquisa desenvolvidas por professores
não são percebidas por eles apenas como o cumprimento
de um preceito de lei, mas como uma prática que pode ser melhor
compreendida como a expressão de um ethos e de visão
de mundo, internalizadas através de símbolos e processos
socializadores, cuja base principal, na grande maioria dos casos,
foi a relação tutorial professor-aluno (28,29).
8. Salto de Qualidade
Uma instituição tão
importante ainda poderá sofrer o problema do corporativismo
interno e aí é bom pensar nas alternativas: lista tríplice
elaborada pelo Conselho Universitário para a escolha do Reitor;
sufrágio universal ou Comissão constituída por
intelectuais externos à universidade.
Imagine-se numa universidade espírita. Aí teremos forçosamente
que encontrar Espiritualidade, Transparência e Consciência.
Quando desenvolvemos o intelecto somos capazes de saber se uma ação
é boa ou má, mas a escolha do caminho a tomar depende
do desenvolvimento de outro domínio. Domínio cognitivo
e domínio da inteligência ética-emocional são
duas asas simbólicas já bem conhecidas. Nossos candidatos
deverão demonstrar respeito pela autoridade, pela manutenção
da ordem social, pelos direitos individuais. Deverão ser guiados
por princípios éticos, como justiça, reciprocidade,
igualdade e respeito pela dignidade do ser humano (17,19).
Essas são condições necessárias que aliadas
a outras geralmente são apontadas pela "Comissão
de Notáveis".
O professor Carneiro (1) começa seu artigo com uma frase de
Bukharin (1888-1937): "sustento que nenhuma pessoa que pense
e seja culta, pode manter-se alheia à política".
Carneiro afirma que "acirra-se o preconceito e a discriminação
contra o nordestino, agora formalizada contra o médico graduado
por universidade do nordeste. A reserva de cotas de vagas para Residência
Médica para nordestinos, nas universidades, da região
leste e sul do Brasil. A proposta foi divulgada pela atual Secretaria
Executiva da Comissão de Residência Médica do
Ministério da Educação (MEC)". Carneiro
comenta que "médicos nordestinos não precisam de
privilégios, nem de esmolas, mas de eqüidade e justiça,
já que as discriminações subliminares e, às
vezes explícitas, persistem em nossa sociedade do século
XXI".
Pelo andar da carruagem, será que chegaremos a discutir um
sistema de cotas para os adeptos da Doutrina Espírita? Enfermidades
adquiridas pela universidade foi um breve esboço, resta discutir
as doenças congênitas, aquelas detectáveis no
período de gestação..
Mas e agora que nos deparamos com diversos problemas que uma "cidade
universitária" pode ter aqui na Terra, qual é o
papel do espírita quando presente nela? Deve ele se preocupar
com o Espiritismo no seu ambiente universitário, ou serão
antagônicas a universidade e a Doutrina dos Espíritos
e, por isso, seja melhor escolher a neutralidade?
O espírito científico, entenda-se espírito como
ânimo ou índole, é uma capacidade inerente ao
ser humano, ele jaz, latente, e pode ser educado, potencializado de
diversas formas e é comum a todas as ciências, desde
as exatas até às sociais. Uma das suas principais características
é provocar no homem uma inexorável vontade de entender
as coisas. A busca do conhecimento não é uma meta, mas
uma prioridade, uma condição a ser superada (33).
O leitor atento poderá perceber que a Introdução
de O Livro dos Espíritos narra um trabalho de classificação
feito por Kardec, na tentativa de entender os fatos, que culminou
no surgimento daquilo que chamamos de Doutrina Espírita ou
Espiritismo.
A preocupação de codificador e o seu espírito
científico podem ser observados nas seguintes sentenças
(34): "Acrescentemos que o estudo de uma doutrina, qual a Doutrina
Espírita, que nos lança de súbito numa ordem
de coisas tão nova quão grande, só pode ser feito
com utilidade por homens sérios, perseverantes, livres de prevenções
e animados de firme e sincera vontade de chegar a um resultado. Não
sabemos como dar esses qualificativos aos que julgam a priori, levianamente,
sem tudo ter visto; que não imprimem a seus estudos a continuidade,
a regularidade e o recolhimento indispensáveis. (...) O que
caracteriza um estudo sério é a continuidade que se
lhe dá".
Percebe-se que Kardec não falava somente da Doutrina Espírita
mas de toda e qualquer doutrina e, como tal, sua codificação
deveria seguir os critérios desenvolvidos e discutidos ao longo
da História da Ciência. O estudo aprofundado das obras
escritas pelo codificador (que contêm todos os seus verdadeiros
princípios) mostra que como tal ela surgiu da observação
metódica e criteriosa de fatos, o que a torna de bases científicas.
O levantamento de hipóteses para a explicação
destes fatos (movimentos de objetos e comunicação com
supostos “mortos”) foi feito de forma sistemática
e lógica, o que a torna de desenvolvimento filosófico
no âmbito das idéias. Esses dois aspectos da Doutrina
já servem de base para justificar que o ambiente universitário
é extremamente propício à difusão das
idéias espíritas.
Por fim, e como objetivo maior, as implicações acarretadas
da inferência dos postulados da nova Doutrina exigem (no sentido
de ser inegável) uma transformação moral de todo
indivíduo que a aceite como verdade, por isso ela é
tida como tendo finalidade religiosa. Além deste último
fato, quem examina a obra de Kardec verifica logicamente que os ensinamentos
de Jesus apresentam total analogia com os da Doutrina. Como a figura
do Cristo foi vinculada ao conceito de religião desde o início
dos tempos, fica claro que o aspecto religioso seja uma das faces
do Espiritismo.
Mas como classificar a Doutrina? É ela uma ciência, uma
filosofia ou uma religião? Você, leitor, em qual prateleira
colocaria os livros espíritas? Há muita controvérsia
acerca da natureza (ou classificação) que se pode dar
da Doutrina, já na época de Kardec a confusão
estava estabelecida e o próprio sentiu a necessidade de manifestar-se
e esclarecer o que é o Espiritismo, na Revista Espírita.
O tríplice aspecto da Doutrina estava claro para o jovem na
mocidade espírita (4). Ele funciona como um tripé. A
máxima sustentação do objeto só pode ser
alcançada se os pés tiverem o mesmo tamanho e sejam
capazes de sustentar a mesma massa. A simetria deve ser máxima,
o triângulo formado pelos pés no solo deve ser equilátero,
ou seja, lados iguais, ângulos iguais e o centro de massa deve
estar perfeitamente direcionado para o baricentro deste triângulo.
Caso contrário, um dos pés pode ceder e o objeto cai
por terra. O Espiritismo necessita das três sustentações,
todas com a mesma importância, se uma delas fracassar ele cai
por Terra. Talvez por isso Dr. Bezerra de Menezes tenha se esforçado
tanto na unificação do movimento espírita no
Brasil do início do século XIX.
O Espiritismo é ao mesmo tempo todas as três e não
é nenhuma em separado. O Espiritismo é uma coisa nova.
Da citação anterior ressaltaremos que esta Doutrina
nos lança de súbito numa ordem de coisas tão
nova quão grande que Kardec preocupou-se em criar um neologismo,
inventar uma palavra que não existia para designá-la,
Espiritismo (Espiritisme, no original francês). O que fazer,
então, na universidade? Devemos privilegiar um ou outro aspecto
da Doutrina?
Os jovens precisam conhecer uma ordem de idéias que leve a
um comportamento ético perante a vida (36). Esse é o
objetivo da fé raciocinada, ou seja, quando o indivíduo
compreende o verdadeiro valor da vida passa a ter uma atitude mais
séria perante ela, amadurece. Essa compreensão pode
vir através do estudo do Espiritismo e nesse ponto, a educação
espírita tem um papel fundamental.
O Espiritismo na universidade não é idéia nova.
O registro mais antigo que temos conhecimento é que o Primeiro
Seminário de Estudos Espíritas da Universidade Estadual
de Londrina, Paraná, Brasil, ocorreu em 23 de maio de 1984.
Nestes vinte anos, o Núcleo Espírita Universitário
de Londrina vem desenvolvendo excelentes atividades (37). A iniciativa
paranaense parece ter estimulado grupos de outros locais do país
e em 1992 foi criado o Núcleo Espírita Universitário
do Fundão. Levou esta denominação porque estava
situado na Ilha do Fundão, local da maioria dos edifícios
da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Esse grupo foi um foco
de divulgação da idéia espírita na universidade.
Em pouco tempo, estávamos trabalhando em conjunto com o NEU
Fundão e dessa união percebemos que era necessário
criar o Núcleo Espírita Universitário do Rio
de Janeiro (NEU-RJ), onde diversas equipes de universidades do Estado
estariam trabalhando em conjunto. Com o auxílio da Internet,
a chama se espalhou e em dois anos, foram criados Núcleos Espíritas
Universitários em outras universidades, Universidade do Estado
do Rio de Janeiro (UERJ), Sociedade Universitária Augusto Motta
(SUAM), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Universidade
Federal Fluminense (UFF) e Universidade do Rio de Janeiro (UNI-RIO).
A partir deste trabalho, outro grupo se formou na Universidade Federal
de Viçosa (UFV), em Minas Gerais.
Mas qual é a importância de um núcleo
espírita na universidade?
Para a comunidade do NEU-RJ, sua importância é abrir
"mais um espaço de sensibilização individual
e coletiva para questões complexas como violência, pobreza,
exclusão social, corrupção, entre outros. Também
tem como objetivo desenvolver a espiritualidade do ser, a sua inteligência
cognitiva, afetiva e principalmente emocional-moral. Procuramos contribuir
no desenvolvimento da fé, da esperança e da caridade"
(38). O exemplo continua sendo a melhor forma de divulgar o Espiritismo.
Já que o Espiritismo é uma doutrina de bases científicas,
desenvolvimento filosófico e conseqüências morais,
por que não ter um espaço aberto para estudo desta na
universidade. Por que não divulgá-la entre aqueles que
procuram uma formação profissional? Não se trata
de uma tentativa de elitizar a Doutrina, mas de abrir mais um espaço
de divulgação, especialmente porque se direciona para
uma Instituição onde, na maioria das vezes, o materialismo
prevalece. Já podemos perceber diversas iniciativas da comunidade
acadêmica para moralizar as atividades universitárias,
por que não contribuirmos para a concretização
desses esforços?
A compreensão dos postulados espíritas auxilia na formação
do profissional, pois acima de tudo contribui para a formação
da consciência-cidadã, para o bem coletivo. No momento
em que isso estiver acontecendo, e já está, a universidade
estará contribuindo para a causa espírita e, acima de
tudo, o Espiritismo estará contribuindo com a causa da universidade.
Se a mensagem espírita for lançada no ambiente universitário,
mais uma contribuição da Doutrina estará sendo
feita para modificar as bases da sociedade. Esse trabalho sinérgico
é a proposta do Núcleo Espírita Universitário
do Rio de Janeiro.
“Se a Doutrina Espírita chegasse à universidade,
iluminaria consciências e o panorama seria outro. Chegar à
universidade! Aí está o nó da questão!
”(13)
Com certeza, a citação anterior encontra analogia nas
palavras de Kardec: “Quando as crenças espíritas
se houverem vulgarizado, quando estiverem aceitas pelas massas humanas
(e, a julgar pela rapidez com que se propagam, esse tempo não
vem longe), com elas se dará o que tem acontecido a todas as
idéias novas que hão encontrado oposição:
os sábios se renderão à evidência. Lá
chegarão, individualmente, pela força das coisas”
(35).
Retornemos a "Mansão da Esperança",
lá na "Cidade Universitária" espiritual:
"Outros cursos fazíamos, não menos importantes
para a nossa reeducação, alternadamente com o da Moral
estatuída pelo insigne Mestre Nazareno. Um deles prendia-se
à Ciência Universal, cujos rudimentos nos deram, então,
a conhecer – dois anos depois de iniciados no curso de Moral
Cristã – através de estudos profundos. Análises
tão penosas quão sublimes! E nestas mesmas análises
entrava a necessidade de estudarmos a nós próprios,
aprendendo a nos conhecermos intimamente!"
O Espírito fez destaque: - "Ninguém entrará
no reino de Deus se não nascer de novo". Nascer de novo
é tão difícil de explicar, quanto conciliar a
bondade de Deus e o nascimento de crianças cegas (16,25).
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médica. AdUFRJ, seção sindical, IX(139): 6.
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33. Bachelard, G.; A formação do espírito científico:
contribuição para uma psicanálise do conhecimento.
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34. Kardec, A. O Livro dos Espíritos, 70 ed., Rio de Janeiro:
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F.E.B., 1989. Introdução, item VII.
36. Formiga, L. C. D. "Deixe Claro para seu Filho". Revista
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37. http://www.inbrapenet.com.br/neu
38. Nota Explicativa do NEU-RJ incluída no artigo "O Retrato
de Bezerra e a Aristocracia intelecto-Moral (Ética e Terceiro
milênio)". Rev. Intern. Espiritismo., LXXVI (4): 181-182,
2001.
Nota.
Diversos artigos, das referências bibliográficas, podem
ser encontrados nos endereços eletrônicos:
1. http://www.espirito.org.br/index.asp
2. http://www.ajornada.hpg.ig.com.br/index.htm
3. http://www.cefamiami.com/
4. http://www.terraespiritual.locaweb.com.br/
5. http://www.ieja.org/portugues/p_index.htm
6. http://www.terraespiritual.locaweb.com.br/espiritismo/LIHPE/historia01.html
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