Em 2014, o site Glamurama registrou o casamento
de José Seripieri, o dono da Qualicorp:
"Um casamento para entrar para
a história de São Paulo". Assim foi a cerimônia
que selou a união de Seripieri e Daniela Filomeno. Os convidados
foram recepcionados no condomínio Quinta da Baroneza, em
Bragança Paulista, São Paulo, decorado com flores
brancas e vermelhas e velas suspensas que davam um toque romântico,
como pedia o momento.(1)
O menu foi assinado pelo tradicional Buffet França
e os doces ficaram por conta de Isabella Suplicy.
O vestido da noiva que seguiu a tradição
do branco foi assinado por Emannuelle Junqueira. O noivo emocionou
a todos com um declaração de amor à mulher.
Logo depois, a surpresa: show de Roberto Carlos! Nem a noiva sabia.
A festa para 600 convidados contou com a presença
de políticos. Entre eles, Lula e Marisa, Fernando Haddad,
Marta Suplicy e Marcio Toledo, Geraldo e Lu Alckmin.
Seripieri já havia feito, anos atrás,
outra festa "para entrar na história de São Paulo".
Era a festa de debutante da filha, no Jóquei Clube.
Ocupou dois salões, além da varanda.
A compra de duas garrafas do que estava sendo servido ali arruinaria
a minha conta bancária. Havia uma penca de políticos
presentes, entre petistas e tucanos.
Em determinado momento, começou a ser projetado
um clipe num telão. Era protagonizado pela aniversariante,
que, com arroubos de cantora, havia ido algumas vezes a Los Angeles
para gravar o vídeo com um dos melhores diretores de clipes
dos Estados Unidos. O vídeo contava, inclusive, com dançarinos
profissionais americanos. Jesus se hospedaria na casa de um homem
rico?
A família convida amigos dos filhos para
passar fins de semana em Nova York, jato particular, todas as despesas
pagas.
O Antagonista, Mario, (1) teve
a oportunidade de verificar de perto como um acrônimo gasta
dinheiro.
"Já pensou em ter um filho assim, com
posses e poder?" (2)
Riqueza e poder são concedidos à criatura
para experimentá-la. Na verdade a prova é escolhida
pelos próprios Espíritos na fase de planejamento da
nova encarnação. Seria a riqueza uma prova mais terrível
do que a miséria?
As questões 814-816 de O Livro
dos Espíritos elucidam isso. A riqueza incita
a todos os excessos.
Riqueza e poder fazem nascer paixões, que nos
prendem à matéria e nos fazem retardar o estado de pureza.
Difícil, por isso, “entrar um rico no reino dos céus”.
Recordemos como Jesus chegou à casa do “muito
rico” Zaqueu. O Nazareno, tendo entrado em Jerico, dirigiu-se
ao coletor de impostos dizendo-lhe que se hospedaria em sua residência,
o que Lhe rendeu críticas, porque iria alojar-se na casa de
um homem de má vida.
A riqueza é prova cheia de equações
complicadas, uma vez que o rico torna-se com frequência um ser
egoísta, orgulhoso, e insaciável (q. 815). Com a riqueza,
suas necessidades aumentam e ele nunca julga possuir o bastante para
si unicamente.
No passado, o
que aconteceu com Zaqueu, depois de ter hospedado Jesus? E, depois
da crucificação? (3)
No futuro, o que acontecerá
com Seripieri “citado” na "Operação
Acrônimo"?
Zaqueu curou leprosos?
Levantou paralíticos?
Expulsou demônios?
Ressuscitou mortos?
Será que "não há
nada” que relacione Seripieri aos, corruptos, fatos de hoje?
(4)
A relação entre corruptores e corruptos é complexa
(5). Ambos se encontram no mesmo patamar.
Suas posições são alternadas segundo as circunstâncias.
O pagamento de propinas era prática corriqueira e nas repartições
públicas se falava em “molhar a mão”
do funcionário e tudo se resolveria mais rápido. Havia
testemunha ocular do milagre, mas o santo era modesto.
Esta prática, embora vista como prejudicial,
é encontrada nas relações sócio-familiares.
Pais “de tempo exíguo” oferecem, aos filhos, pequenas
fortunas para compensarem suas ausências. Um jornalista de Belo
Horizonte fez uma comovente Declaração de Alerta. No
final de sua exposição afirma: “Eu trocaria
- explodindo de felicidade - todas as linhas de declaração
de bens por duas únicas que tive de retirar da relação
de dependentes: os nomes de Luiz Otávio e Priscila. Luiz se
drogou e morreu e Priscila fugiu um mês antes de completar 15
anos.”
Os terapeutas criaram a CPI da família. Através
dela é possível encontrar aquele filho desajustado,
o menino problema, que grita e esperneia que faz de tudo para chamar
a atenção, usa até drogas, mas só aumenta
os pontos na carteira que o leva a ser o “bode expiatório”
da família que seria “feliz” se não fosse
ele.
Parecendo concorrer ao Oscar os candidatos
combatem o que é prejudicial ao desenvolvimento e tudo o que
é inimigo das políticas públicas, incluindo a
propina. Hoje estamos felizes porque, mobilizados contra a corrupção,
conseguimos uma lei preventiva. Tudo foi possível
porque a Iniciativa Popular de Lei, prevista na Constituição,
foi assumida por deputados. O projeto “chegou pela mão
de um milhão de brasileiros, apoiados por 60 entidades de peso”.
Educar nossos jovens a abominar este
flagelo que é a corrupção, de forma permanente
irá assegurar às próximas gerações
uma sociedade com justiça social. O combate à corrupção
é fundamental porque ela favorece os que usam o governo para
obterem vantagens para si próprios, aumentando cada vez mais
a desigualdade e a injustiça que tanto caracterizam nossa sociedade.
Políticos do futuro, líderes
autênticos, serão “pobres de espírito”.
A incredulidade zombou dessa máxima. Eruditos, doutores não
entenderam a mensagem de Jesus, porque julgavam possuir muito saber
e, por isso, alimentaram a falsa idéia de superioridade e infalibilidade.(5)
A desigualdade das condições sociais não é
lei da natureza e desaparecerá quando o egoísmo e o
orgulho deixarem de predominar. Neste momento, restará apenas
a desigualdade do merecimento.
Numa sociedade justa, a distribuição
de bens estará na dependência dos princípios de
justiça refletidos no sistema de direitos, leis, processos
e posições que faz da sociedade uma entidade política
funcional.
A Teoria Tridimensional de Miguel
Reale pressupõe que é impossível conceber as
leis, independente dos acontecimentos sociais, dos costumes, da cultura,
das necessidades da sociedade, do Fato Social, levando em consideração
os seus valores. (6)
O Direito não é um esboço
lógico, uma mera abstração, devendo ser compreendido
em seu aspecto prático, como elemento social, cotidianamente
vivenciado na práxis e aplicado em prol do bem-estar do grupo
social, de sua evolução, como uma resposta aos desafios
do dia-a-dia. Como os acontecimentos sociais se sucedem de forma imprevisível,
não é possível imaginar o direito como uma coisa
estática, mas como o resultado de um movimento dialético,
sendo escrito, diante dos acontecimentos que oscilam no tempo e no
espaço. (6)
(1) Mario. O Antagonista.
http://www.oantagonista.com/posts/como-um-acronimo-gasta-dinheiro
(2) Queria ter um filho assim. Os milagres de Zaqueu
http://www.aeradoespirito.net/ArtigosLCF/QUERIA
_TER_UM_FILHO_ASSIM_LCF.html
(5) Analfabetismo Político. Os brasileiros têm
os governantes que merecem.
http://www.jornaldosespiritos.com/2007.3/col49.42.htm
(6) Justiça e fé.
http://orebate-jorgehessen.blogspot.com.br/2014/09/justica-e-fe.html