- O que é o espiritismo?
- Onde fica o espírito de uma pessoa viva?
- De que forma surgiu o espiritismo? Como examinar esta possibilidade?
- Como explicar os efeitos inteligentes revelados pela experimentação?
- Os espíritos sofrem?
- Em que Allan Kardec se baseou para escrever O Evangelho Segundo
o Espiritismo?
- Kardec publicou outros livros?
- Existem as chamadas curas espirituais?
- Estas curas podem ser avaliadas cientificamente?
- O que é a morte?
- É possível provar que a reencarnação
existe mesmo?
- A ciência pode conduzir à religião ou é
justamente o oposto?
- O que significa o tríplice aspecto da doutrina espírita.
- O que é ser médium?
- É verdade que todos somos médiuns?
- Como desenvolver esta faculdade?
- O que dizer dos médiuns que cobram consultas?
- O que é um médium de cura?
- Podemos obter curas unicamente por meio da prece?
- Qual finalidade da existência de médiuns curadores?
- É normal que médiuns utilizem instrumentos cirúrgicos?
- Os espíritos podem atuar através de outros mecanismos?
- O cientista pode ser médium, Pasteur era médium?
- A propósito do que foi dito, gostaria de saber por que não
vemos comunicações de caboclos ou de pretos-velhos,
nas sessões espíritas?
- O que dizer aos que falam em preconceitos?
- Astrologia: sim ou não? Você acredita em horóscopo?
- O que
é o espiritismo?
O Espiritismo é uma doutrina definida por Allan Kardec como:
"a ciência que trata da origem, natureza e destino
dos espíritos bem como das relações entre o mundo
corporal e o mundo espiritual." seus ensinos repousam na
crença em Deus, na imortalidade da alma, na comunicabilidade
dos Espíritos, na reencarnação, na pluralidade
dos mundos habitados e que tem a sua estrutura filosófica estatuída
em "O Livro dos Espíritos ".
O Espiritismo, como ciência prática, consiste nas relações
que se estabelecem entre nós e as almas dos homens que já
viveram na terra. Como filosofia, compreende todas as consequências
morais derivadas dessas relações, sem a ciência
o espírito será desatento, sem a filosofia não
terá habilidade analítica, não terá sólida
argumentação racional.
Com o Espiritismo os valores humanos projetam-se além da existência
corpórea; a existência material é superada pela
espiritualidade da essência, o ser eterno é responsável
perante a sua consciência, em face da lei natural, de caráter
pedagógico.
Demonstrando leis nascidas da observação, despoja seus
seguidores de tudo que é supérfluo, inútil e
sem fundamento. Liberta de pseudo-regras morais, de crenças,
preconceitos e superstições. Nela não há
proibições, escolhe-se o que é mais conveniente.
A Doutrina Espírita amplia o discernimento no uso do livre-arbítrio,
para evitar o que conflita com a evolução do espírito
imortal.
O Espiritismo além de ser um fenômeno científico
é uma nova interpretação do homem, de seu destino
espiritual e ético relacionado com o processo social e histórico
da humanidade. O Espírito encarna e desencarna e se instala
na sociedade para a transformar, através do seu progresso e
evolução palingenésica, movimenta a história
dando ao seu processo verdadeira intencionalidade teleológica.
- Onde fica
o espírito de uma pessoa viva?
Não poderíamos indicar um órgão para precisar
o local do espírito, mas poderíamos dizer que ele está
em todas as células do corpo, assim como deus está em
todas as partes da criação.
- De que
forma surgiu o Espiritismo?
Diversos fenômenos estranhos que consistiam em ruídos,
batidas e movimento de objetos sem causa conhecida chamaram a atenção
nos Estados Unidos, por volta de 1848. O interessante é que
aconteciam com frequência, espontaneamente, com uma intensidade
e persistência singulares. Através da observação
atenta do fenômeno notou-se que ocorriam particularmente sob
a influência de determinadas pessoas, adequadamente referidas
como médiuns. Observou-se também que esses médiuns
podiam, de certa forma, provocá-los à vontade, o que
permitiu repetir as experiências, tantas vezes quantas foram
necessárias, para documentar-se o fato, acumulando dados estatísticos.
Para estas experiências usavam-se mesas, por comodidade e porque
eram objetos móveis. É mais fácil e natural sentar-se
à mesa do que em volta de outro objeto qualquer. Os resultados
obtidos foram a rotação da mesa, movimentos em todos
os sentidos, saltos, flutuações, golpes dados com violência,
etc. Desta forma observou-se e discutiu-se o fenômeno designado
com o nome de mesas girantes ou dança das mesas.
Várias hipóteses foram enumeradas para explicar os resultados
obtidos, como a presença de corrente elétrica ou magnética
ou mesmo a ação de uma energia desconhecida. As hipóteses
iniciais de Kardec não eram espíritas, eram materialistas.
Os movimentos obedeciam à vontade; a mesa deslocava-se para
a direita ou para a esquerda, em direção a determinada
pessoa designada, obedecia ao comando de ficar sobre um ou dois de
seus pés, batia no chão tantas vezes quantas fossem
pedidas, etc. Analisando o fenômeno raciocinou-se que "se
todo efeito tem uma causa, todo efeito inteligente deve ter uma causa
inteligente". Chegou-se a uma síntese: a causa devia
ser uma inteligência, uma vez que esta afirmação
era o mais provável e sua negação era altamente
improvável. Em pesquisa quando um cientista encontra um resultado
ele encontra também outras duvidas. Restava explicar a natureza
dessa inteligência. Surgiram hipóteses: reflexo da inteligência
do médium ou dos assistentes? Esta hipótese mostrou-se
inconsistente e foi abandonada. O cientista não pode ter preconceitos
e assim tiveram que admitir a "hipótese do absurdo",
a existência de um ser invisível.
- Como examinar
esta possibilidade?
O plano de pesquisa elaborado previa, em seus métodos, iniciar-se
um diálogo com este ser "do mundo invisível".
A técnica empregada foi um número convencional de batidas
significando sim ou não ou designando as letras do alfabeto.
Os resultados obtidos, com diferentes pesquisadores e número
exaustivo de experimentos, foram extremamente satisfatórios.
Alguns incrédulos não puderam aceitar as evidências
científicas sugestivas da existência de um mundo espiritual.
Ainda hoje estão entre nós, mesmo na universidade, e
possuem crença pessoal falsa, baseada numa inferência
incorreta sobre a realidade exterior e firmemente sustentada a despeito
do que quase todo mundo acredita, e apesar de que se constitua em
evidência, prova indiscutível e óbvia do contrário.
O que importa na ciência não são as opiniões
e sim os fatos. Dizem que ninguém voltou "do outro
mundo" para nos dar informações, mas é
erro dizê-lo e a missão do espiritismo consiste precisamente
em nos esclarecer acerca desse futuro, em fazer com que, até
certo ponto, o toquemos com o dedo e o penetremos com o olhar, não
mais pelo raciocínio somente, porém, pelos fatos.
Através do método simples foram obtidas diversas respostas
para um sem numero de questões que se lhes dirigiam. Por isso
o fenômeno foi denominado como "mesas falantes".
Interrogados sobre a sua natureza eles declaram ser espíritos.
- Como explicar
os efeitos inteligentes revelados pela experimentação?
O fenômeno assumiu dimensão racional, científica
e doutrinal. O professor Rivail (conhecido hoje como Allan Kardec)
afirmou que "não foram os fatos que vieram a posteriori
confirmar a teoria, mas a teoria é que veio, subsequentemente
explicar e resumir os fatos". É o próprio
fenômeno que revela a sua condição de espírito.
O raciocínio não precisa emitir hipótese explicativa,
como ocorre nas ciências físicas. O espiritismo se torna
mais exato que as ciências exatas.
Kardec vai além e revela a faceta mais bela do espiritismo
nascente que é o seu lado moral. Discute o problema da filosofia
que a ciência "oficial" positiva não
resolve, a questão da atitude do homem perante o homem e o
mundo, e a projeção dessa atitude como atividade social
e histórica.
- Os espíritos
sofrem?
O método de pesquisa inicial não era o mais adequado
para a obtenção de informações mais volumosas
por isso os pesquisadores desenvolveram outras técnicas e com
elas colheram resultados interessantes. Uma delas consistia na adaptação
de um lápis a um objeto móvel, como um cesto, uma prancheta
ou outro qualquer e sobre os quais se colocavam os dedos. Desta forma
o objeto começava a movimentar-se e com isso apareciam os sinais.
Posteriormente verificaram que a mesma ação que se dava
sobre o objeto inerte podia agir diretamente sobre o braço
ou a mão da pessoa, conduzindo o lápis. O médium
escrevia de modo involuntário, sob o impulso dos espíritos.
A partir daí as comunicações foram numerosas
e se tornaram um campo aberto à pesquisa. Por depoimento dos
próprios espíritos, pudemos saber de suas angústias,
de seus sofrimentos, de suas conquistas e alegrias e, também,
concluímos que são diretamente proporcionais as realizações
pessoais.
- Em que
Allan Kardec se baseou para escrever O Evangelho Segundo o Espiritismo?
O Evangelho Segundo O Espiritismo é
o ensinamento moral do Cristo. As matérias contidas nos evangelhos
podem dividir-se em cinco partes: os atos comuns da vida do cristo;
os milagres; as predições; as palavras que foram tomadas
pela igreja para fundamento de seus dogmas; e o ensino moral. as quatro
primeiras têm sido objeto de controvérsias; a quinta,
porém, conservou-se inatacável.
Considerando esta última parte como código divino, o
roteiro infalível para a felicidade vindoura, Kardec, com a
ajuda dos bons espíritos, achou essencial pô-la ao alcance
de todos, mediante a explicação das passagens obscuras
e o desdobramento de todas as consequências.
A cada capítulo, Kardec cita o ensinamento de Jesus, a fonte
de onde foi retirado e procura explicar os fatos à luz dos
postulados espíritas, como a imortalidade da alma e a reencarnação.
Desta forma os estudiosos poderão encontrar explicações
lógicas e racionais de temas que, mantidos até hoje
nas sombras dos "mistérios" ou "milagres",
permanecem sem solução. Com a chave da reencarnação
nos permitimos abrir a porta do entendimento das mensagens de Jesus
como a "Estranha Moral".
"Se alguém vem a mim e não odeia seu pai e
a sua mãe, a sua mulher e a seus filhos, a seus irmãos
e irmãs, mesmo a sua própria vida, não pode ser
meu discípulo."
(Lucas, cap. XIV, vv. 25 a 27 e 33.)
- Kardec
publicou outros livros?
Kardec publicou inicialmente "O Livro dos Espíritos",
com mais de mil questões. É um código de responsabilidade
moral, iniciado com duas proposições acerca de Deus
e do Infinito e encerrado com duas outras sobre o reino do Cristo
nos corações e o reinado do bem. Já "O
Livro dos Médiuns" é um volume de
metodologia para o intercambio. Nele há o convite ao exame
sério e imparcial das mensagens. É possivelmente o primeiro
tratado de psicologia experimental. "O Céu
e o Inferno" é livro de cogitações
francamente religiosas. Começa com a análise do porvir
humano e termina com o ditado de José, o cego, que encarece
a necessidade do sofrimento no serviço expiatório da
consciência culpada. O livro "A Gênese"
traz teses de ciência e filosofia. São 18 capítulos
com mais de 100 artigos, sendo 1/3 sobre passagens e lições
de Jesus.
- Existem
as chamadas curas espirituais?
Empregando o verbo acreditar no sentido de - ter como verdadeiro -
relembramos que a ciência é feita com o uso autoconsciente
de nossas faculdades mentais, mas o homem não possui uma medida
absoluta da verdade, daí sua relatividade. O cientista no século
vinte perdeu a segurança que tinha no passado, quando surgiu
a primeira universidade para ser local de cultivo da ciência
não religiosa. Religião compreendida no contexto dogmático
e hierárquico de lides medievais. Hoje, no entanto, suas próprias
certezas científicas foram substituídas por probabilidades.
A ciência é um conjunto de declarações
ou afirmações que são assumidas como verdades
sobre a realidade. Uma prova em termos científicos, significa
o processo global através do qual concluímos que uma
afirmação é mais aceitável do que uma
negação. No entanto, muitas pessoas não estão
dispostas a executar esse trabalho e fazem seus julgamentos de forma
precipitada e leviana, mesmo antes de examinar os fatos com profundidade.
Os espíritos têm oferecido diversas evidências
sugestivas de suas habilidades através de seus instrumentos
mediúnicos.
A psicografia de Francisco Cândido Xavier já esteve diante
dos tribunais em mais de uma oportunidade. Por volta de 1944, no foro
do Rio de Janeiro foi suscitada uma questão de direitos autorais.
Tratava-se de esclarecer se determinados livros publicados pela Federação
Espírita Brasileira, foram verdadeiramente ditados pelo escritor
Humberto de Campos ao médium mineiro. Se firmada por sentença
a negativa haveria sanção penal contra a editora, mas
se positiva ocorreria indenização por perdas e danos,
o ônus da ré.
Ao término do petitório o meritíssimo juiz deu
ganho de causa à Federação Espírita, por
improcedente a ação. "petitório ilícito
e juridicamente impossível". A ação
judicial está descrita no livro "A Psicografia
Ante os Tribunais", de Miguel Timponi, onde encontramos
tríplice aspecto: jurídico, científico e literário.
Recentemente um professor universitário especializado, dr.
Carlos Augusto Perandréa, fez um estudo grafoscópico
de mensagens psicografadas pelo mesmo médium. O estudo se baseia
na assinatura do espírito, quando encarnado e, depois, vindo
do outro mundo e atuando através do médium. É
um trabalho inédito em todo o mundo e apresenta metodologia
científica capaz de comprovar a autenticidade das manifestações
espirituais e sobrevivência da alma após a morte do corpo
físico. Após estes exemplos perguntamos você acredita
nas psicografias? O conjunto de resultados obtidos pelos experimentadores
sérios, com diversos médiuns em todas as partes do globo
terrestre, permite concluir que a negação da realidade
do fenômeno é uma posição difícil
de ser sustentada. Poderemos inferir, por outro lado, que se os espíritos
são capazes de fazer prodígios com o lápis, como
o espírito Humberto de Campos, ou com o pincel, como espírito
Renoir, eles certamente serão também capazes de obter
bons resultados com o bisturi, principalmente se forem cirurgiões
desencarnados.
- Estas
curas podem ser avaliadas cientificamente?
Lembrando o professor Rotberg, de São Paulo, achamos que uma
metodologia para avaliação de curas por entidades espirituais
passa por um plano de trabalho com inúmeras exigências,
que só poderiam ser cumpridas se existisse, por parte da instituição
de pesquisa universitária, a opção política
pela investigação. No entanto, a sua negação
pura e simples equivale hoje a uma confissão de ignorância.
- O que
é a morte?
A resposta depende da vertente da ciência em que se insere o
pesquisador. Faça-o responder primeiro a pergunta: o que somos?
Se ele responder que somos impulsos eletroquímicos num biocomputador
que se originou por acaso, num universo de partículas materiais
mortas e que se movimentam aleatoriamente, certamente a morte é
o nada. Embora isto seja apenas uma questão de fé, uma
vez que a ciência ainda não o demonstrou. Aliás
a ciência enquanto estiver voltada para fora e para a observação
do exterior nada pode dizer a respeito do significado e do propósito
da vida. Foi Rhine quem disse que "é chocante, mas
verdadeiro que hoje conhecemos melhor o átomo, que a mente
que conhece o átomo".
A vertente espiritualista da ciência possui outra leitura da
morte. O espírita vê a morte como a interrupção
do fenômeno da reencarnação. Logo que ocorre o
desenlace pela morte do corpo físico o espírito, se
for um ser lúcido, ele recupera a plenitude das suas faculdades.
Com a morte perdemos o corpo e continuamos na vida além da
sepultura. Poderíamos dizer que a morte é uma mudança
de estilo de vida. As evidencias científicas estão sempre
apontando neste sentido.
Recentemente a primeira conferência internacional sobre a investigação
paranormal, realizada na universidade do colorado (USA), entre 7-10
de julho de 1988, após rigoroso exame, publicou em sua ata
um manifesto em favor do reconhecimento científico da hipótese
da reencarnação.
- É
possível provar que a reencarnação existe mesmo?
Em ciência usa-se a expressão, até certo ponto
estranha "os resultados sugerem que", porque o
fornecimento de uma prova científica, de uma hipótese,
esbarra num número apreciável de outras, que também
poderiam explicar o fato investigado. É necessário depurar
variáveis para chegar-se à hipótese mais provável,
àquela capaz de melhor explicar o fenômeno. Hoje em dia
a hipótese da reencarnação em seu conjunto é
tão vigorosa que se poderia considerar como uma perversidade
continuar pensando em objeções.
Examinemos um caso da literatura científica. O dr Ian Stevenson,
psiquiatra e chefe do departamento de psiquiatria e neurologia da
Universidade da Virgínia, USA, apresenta num livro intitulado
Xenoglossy o Caso Lydia Johnson. Este é
um relato de xenoglossia responsiva, aquela que ocorre quando a pessoa
é capaz de responder numa língua que não lhe
foi previamente ensinada, revelando desta maneira uma capacidade de
compreender a língua falada.
Lydia, sob hipnose e regressão de memória, começou
a falar e os presentes não conseguiam entender. Linguistas
suecos foram chamados para traduzir as declarações de
"Jensen Jacoby", ele falou em sueco medieval, língua
totalmente estranha para Lydia. Perguntas foram feitas em sueco e
respostas foram dadas em sueco do século XVI. "Sou
fazendeiro","moro na casa", que ficava
"em hansen". Na personalidade de Jensen, Lydia identificou
um modelo de navio sueco do século XVII, um recipiente de madeira
usado naquela época para medir a quantidade de grãos,
um arco e flecha, e sementes de papoula. Não sabia, entretanto,
usar instrumentos modernos como alicates.
Além da reencarnação as hipóteses para
explicar o fenômeno foram: clarividência aliada a personificação
subconsciente; xenoglossia clarividente e habilidades clarividentes;
e memória genética. Após exaustiva discussão
essas hipóteses foram afastadas e somente sobrou a reencarnação.
Depois de examinar realmente o caso, é bem possível
que o leitor imparcial venha a considerar a acusação
de fraude como um curioso retrocesso à atitude dogmática
que havia por trás da recusa dos cardeais da igreja romana
em olhar pelo telescópio de Galileu. Examinando o caso o pesquisador
Robert Almeder, PHD e professor adjunto de filosofia da Universidade
da Georgia, assevera que no estado atual das coisas há uma
boa razão para se supor que a hipótese da reencarnação
é a melhor explicação para diversos casos documentados
por Ian Stevenson.
Cabe aos céticos propor uma explicação melhor,
ou igualmente plausível.
Pelo menos uma vantagem possui a vertente materialista da ciência,
ela ajuda seus adeptos a ficarem tranquilos, assegurando-os de que
não existe nada no escuro que os possa assustar.
O que estará por trás dos que, incumbidos de lembrar
aos homens que são uma alma imortal, colocam toda a sua energia
no sentido de contestar as evidências sugestivas da imortalidade
da alma?
- A ciência
pode conduzir à religião ou é justamente o oposto?
O livro "Deus e a Ciência",
em 1991, onde os irmãos Bogdanov, doutores em física
teórica, encontram Jean Guitton, o maior filósofo cristão-católico
vivo na França, nos questiona quanto ao por que existe alguma
coisa ao invés do nada? Por mais que procuremos, apenas três
caminhos - os da religião, da filosofia e da ciência
- se abrem a tais perguntas e às eventuais respostas que suscitam.
Esquecendo-se dos resultados obtidos por Kardec, com o método
das ciências socio-morais, dizem que "até aqui,
apenas a religião e a filosofia, cada uma a seu modo, tentaram
trazer respostas ao homem." Mas que "num mundo
cada vez mais ocupado pela ciência e pelos modelos de pensamento
que esta produz, pela tecnologia e pelos modos de vida que desta decorrem,
o discurso filosófico perdeu sua antiga força de verdade.
Ameaçado pelas ciências humanas, impotente para produzir
sistemas ideológicos que fariam dele, pelo menos, um guia político,
o filósofo parece prestes a perder seu último privilégio:
o de pensar." Diz ainda que "no entanto, certos
sinais precursores nos dizem que chegou o momento de abrir novas vias
através do saber profundo; de buscar, para além das
aparências mecanicistas da ciência, o traço quase
metafísico de alguma coisa diferente, ao mesmo tempo próxima
e estranha, poderosa e misteriosa, científica e inexplicável:
algo como Deus, talvez."
"Estamos no limiar de uma revolução de pensamento,
de uma ruptura epistemológica não experimentada pela
filosofia desde vários séculos."
O livro cita o médium-pesquisador, que trabalhava conscientemente
com o mundo invisível dos micróbios e inconscientemente
com o mundo aparentemente invisível dos espíritos, Louis
Pasteur: "pouca ciência afasta de Deus. Muita, a Ele
reconduz."
A física quântica toca de modo surpreendente a transcendência,
desta forma surge a questão: "o próprio Deus
não está, desse momento em diante, sensível,
quase visível, no fundo extremo do real descrito pelo físico?"
O dr. Igor Bogdanov diz que "a conclusão a tirar dos
argumentos da ciência moderna e que a religião se tornou
possível, para um cientista razoável, por volta de 1927",
quando muitos de nós nem éramos nascidos.
Jean Guitton acrescenta: "o ano de 1927 é um dos mais
importantes na história do pensamento contemporâneo.
Ele marca a arrancada da filosofia metarrealista. É o ano do
princípio da incerteza (Heisenberg), da teoria unificada dos
campos (Einstein), da formalização da teoria quântica
(Congresso de Copenhague). E, indaga: "não é significativo
que essas revoluções epistemólogicas tenham sido
provocadas por homens de ciência? Gitton conclui que "os
próprios filósofos devem interrogar-se sobre a significação
profunda dessas revoluções, respondendo especialmente
a esta pergunta: o que é que a ciência procura nos transmitir?
Quais são os novos valores que ela propõe e em que contribui
para forjar uma nova visão do mundo?".
- O que
significa o tríplice aspecto da doutrina espírita.
(Fale sobre o tríplice aspecto da
doutrina espírita.)
O prof. Newton G. de Barros, no seu manual de educação
de médiuns nos diz que "o fato mediúnico sobe
ao campo da filosofia quando procuramos explicar os graus da diversidade
e o nível dos espíritos que se comunicam. E que explicamos
a sua marcha evolutiva através da reencarnação."
Certa vez o espírito Emmanuel, mentor de Francisco Candido
Xavier, respondeu que em espiritismo, a ciência indaga, a filosofia
conclui e o evangelho ilumina, renovando a alma para a eternidade.
Em outras palavras a ciência e a filosofia são os meios
e o evangelho é o fim.
Isto me faz lembrar a instituição universitária,
que afastada das realidades do espírito, hoje possui em seus
departamentos muitos doutores, mas poucos sábios, como modelos
para a educação do homem integral.
O mentor de Chico Xavier diz que "no esforço científico
e na perquirição filosófica, o homem pode gastar
indefinido tempo à procura das causas profundas do destino
e do ser. No evangelho porém, o coração e o cérebro
despertam para o caminho da própria sublimação.
Dentro dele não há lugar para ilações
provisórias".
- O que
é ser médium?
Sobre mediunidade Kardec é quem oferece a explicação
mais simples e clara: "é uma faculdade humana."
Ser médium é ser o intermediário entre os espíritos
desencarnados e o homem (espírito encarnado). O filósofo-espírita
J. Herculano Pires explica que numa sessão espírita
os instrumentos são os médiuns (aparelhos sensibilíssimos
da supertecnologia da natureza) e os ingredientes são as vibrações
mentais e emocionais dos médiuns e dos participantes da reunião.
Assim como o físico e o químico obtém os resultados
desejados, desde que as condições exigidas tenham sido
cumpridas, os espíritas também, dentro das condições
necessárias, obtêm os efeitos e os fenômenos que
desejam.
A física revelou a existência e o poder dos campos de
força, dos fluxos de energia, das correntes elétricas
e magnéticas e mostrou como podemos produzi-los, controlá-los
e aplicá-los. A ciência espírita fez o mesmo com
as energias mentais, afetivas, volitivas da mente e de todo o psiquismo
humano. Um espírita estudioso, conhecedor de sua doutrina e
experiente nas práticas mediúnicas, sabe como lidar
com essas forças e como utilizá-las.
- É
verdade que todos somos médiuns?
A mediunidade, sendo uma faculdade do espírito, expressa na
organização somática do homem, é uma função
fisiopsicológica. Todos somos médiuns, de alguma forma,
no entanto, o bom médium é aquele que mantém
o seu equilíbrio psicofísico e procede na vida de maneira
a criar para si um ambiente espiritual de moralidade, amor e respeito
pelo próximo. A dificuldade maior está em fazer o médium
compreender que, para tanto, não precisa tornar-se santo, mas
procurar ser um homem de bem.
Não há necessidade de gastar suas economias na compra
de passaporte, com líderes religiosos, para as mansões
celestes.
Herculano Pires escreveu que a religião espírita não
comporta lamúrias, não exige dos adeptos atitudes formais,
voz modulada, gestos artificiais e estudados, olhares lânguidos
e lagrimas.
-
Como desenvolver esta faculdade?
O médium deve ser estudioso e ai é necessário
o mais rigoroso critério baseado nos livros de Kardec. No início
O Livro dos Espíritos deve ser cuidadosamente
estudado, antes de qualquer exercício prático, usar
as instruções práticas sobre manifestações
espíritas e O Livro dos Médiuns.
Como a prática da caridade é a melhor maneira de desenvolver
a mediunidade é imprescindível procurar colocar em exercício
as lições do evangelho, segundo o espiritismo. Vale
a pena examinar o livro de Léon Denis "No
Invisível".
- O que
dizer dos médiuns que cobram consultas?
Médiuns verdadeiramente espíritas nada cobram pelas
suas atividades mediúnicas. No livro O Passe e
a Água Fluidificada, da USEERJ, é lembrada
a orientação do espírito André Luiz: não
cobrar monetariamente e nem moralmente. Mesmo indiretamente, não
devemos retirar proveito material das produções que
obtenha. Não se pode ter a mediunidade vinculada a interesses
materiais. André Luiz recomenda ainda ao médium esquivar-se
à suposição de que detém responsabilidades
ou missões de avultada transcendência, reconhecendo-se
humilde portador de tarefas comuns, conquanto graves e importantes,
como as de qualquer outra pessoa. Nesse particular Francisco Candido
Xavier oferece bom exemplo.
Herculano Pires diz que a moral mediúnica não se impõe
de maneira coercitiva ou ao tilintar das moedas. Com ela os vendilhões
do templo foram novamente expulsos. Restabeleceu-se o princípio
evangélico do dar de graça o que de graça se
recebeu. Nem um só dos atos mediúnicos poderia ser pago,
pois não se vende o que não se possui. Esse é
um dos princípios mais exigentes da moral mediúnica.
O médium que a viola desrespeita as próprias palavras
do Cristo e se faz ladrão perante a própria consciência.
Um médium pago, mesmo discretamente, amanhã vai entregar-se
à fraude, pois se não produzir fenômenos - o que
não depende dele - perderá a clientela. Não se
trata de um princípio religioso, mas de uma medida ética
em defesa da pureza da prática espírita.
- O que
é um médium de cura?
No O Livro dos Médiuns Kardec diz
que este gênero de mediunidade consiste, principalmente, no
dom que possuem certas pessoas de curar pelo simples toque, pelo olhar,
mesmo por um gesto, sem o concurso de qualquer medicação.
Podemos considerar que existem pessoas dotadas de força magnética,
mas não podemos esquecer que um médium é intermediário
entre os espíritos e o homem. Embora a força magnética
resida nele ela é aumentada pela ação dos Espíritos
que lhe dirige o fluido e lhe dá as qualidades necessárias.
- Podemos
obter curas unicamente por meio da prece?
Sim, no entanto, é necessário considerar que os Espíritos
possuem outros elementos de avaliação e que o bem do
doente possa estar, na realidade, em sofrer por mais tempo e então
julgamos que a prece não foi ouvida. Outro ponto, que a experiência
demonstrou, é que mesmo entre os melhores dotados não
há curadores universais.
A mediunidade curadora é uma aptidão, porém o
resultado efetivo independe da vontade do médium. Incontestavelmente
se desenvolve, sobretudo, pela prática do bem e da caridade.
Não pode ter a fixidez, nem a pontualidade de um talento adquirido
pelo estudo, e do qual se é sempre senhor, não poderia
tornar-se uma profissão. Para se poupar de ficar incurso no
código penal, exploração da ingenuidade do povo;
da superstição e da má-fé, a pessoa deve
realizar o exercício da mediunidade sem nada prometer aos doentes,
sem anunciar curas retumbantes e sem tirar delas proveito.
- Qual a
finalidade da existência de médiuns curadores?
O médium Divaldo Pereira Franco, da Bahia, respondeu que era
a prática do bem, do auxílio aos doentes e lembrou o
apóstolo Paulo que dizia: "uns falam línguas
estrangeiras, outros profetizam, outros impõem as mãos"...
É o veículo da misericórdia para atender a quem
padece, despertando-o para a realidade da vida maior, a vida verdadeira.
Após a recuperação da saúde, o paciente
já não tem o direito de manter dúvidas nem suposições
negativas ante a realidade do que experimentou. Concluiu Divaldo:
"o médium curador é o intermediário
para o chamamento aos que sofrem, para que mudem a direção
do pensamento e do comportamento, integrando-se na esfera do bem".
-
É normal que médiuns se utilizem de instrumentos cirúrgicos?
Não me parece, mas os instrumentos cirúrgicos utilizados
por médiuns, que não possuem formação
específica, podem solicitar a curiosidade científica
dos pesquisadores que ainda se encontram na esfera da incredulidade
do fenômeno mediúnico. Podem ainda atuar no campo psicológico
dos doentes, que se tornam desta forma ainda mais receptivos ao tratamento.
No entanto, os espíritos mais evoluídos não necessitam
utilizar a técnica humana se eles dispõem de técnicas
superiores.
- Então
os espíritos podem atuar através de vários mecanismos?
Sim, tenho observado que os espíritos têm procurado introduzir
modificações. No campo da pintura mediúnica alguns
já nem usam pincéis e outros substituíram o lápis
e a máquina de datilografia pela transcomunicação
através do computador.
Na "Folha Espírita", lemos
que o espírito dr. Konstantin Raudive anda usando o "celular".
Este tipo de comunicação pelo telefone deve ter deixado
bastante intrigado o Professor Carlos Eduardo Luz, da faculdade de
engenharia e tecnologia da UNESP.
O professor, que é especialista em telefonia e acústica,
realizou investigação criteriosa das vozes gravadas.
Pode concluir que as "vozes dos espíritos
são diferentes das humanas". Diz ele: "o
auto-espectrum da palavra "RAUDIVE", falada por mim, contem
o componente fundamental de 111hz, que é valor próximo
das estatísticas em telefonia, enquanto que a palavra "RAUDIVE"
falada pelo espírito destaca os componentes de 666 hz e 1428
hz nos dois telefonemas registrados. Por hipótese de trabalho,
configura uma origem para essas vozes não coincidente com a
voz de uma anatomia humana, conforme conhecemos."
Voltando às técnicas empregadas pelos médiuns
de cura gostaria que todos lembrássemos das curas produzidas
por Jesus e dizer que Kardec faz uma excelente discussão do
assunto no livro "A Gênese".
- O cientista
pode ser médium, Pasteur era médium?
No campo da ciência o fenômeno mediúnico é
muito mais frequente do que podemos imaginar. A mediunidade intuitiva
pode ser encontrada em Einstein, mas na química com Kekulé
ele é muito evidente, isto porque na estrutura química
do benzeno, os seis átomos de carbono se estruturam, como no
seu desdobramento mediúnico ou sonho revelador, num "anel
benzênico".
Em C. G. Jung o fenômeno é riquíssimo. A mediunidade
é fenômeno universal e não fica restrita aos ambientes
espíritas. Esta universalidade tem feito muitas pessoas confundirem
mediunismo com espiritismo.
- A propósito
do que foi dito, gostaria de saber por que não vemos comunicações
de caboclos ou de pretos-velhos, nas sessões espíritas?
A pergunta nos faz lembrar o problema do leproestígma, que
acompanha até hoje os doentes de hanseníase. Mesmo entre
os profissionais de saúde existem aqueles que não entendem
a importância desta discussão. Embora o governo brasileiro
tenha proibido o termo lepra, nos documentos oficiais, muitos dizem
não entender e se justificam dizendo que lepra ou hanseníase
tanto faz, porque no fundo são a mesma coisa. Mas, isto não
é verdade se olharmos pela janela da psicoimunologia e da pedagogia.
Candomblé, umbanda, macumba, mocambo, kardecismo e espiritismo
não é tudo a mesma coisa.
O Espiritismo é um corpo de doutrina trazido pelos Espíritos.
Não é espiritismo o que está em contradição
com a codificação. Em outras palavras, o que está
em desacordo com o que foi ensinado pelos espíritos ao professor
Rivail.
O próprio Allan Kardec rejeitou a denominação
de kardecismo explicando que a doutrina não era uma elaboração
pessoal dele, mas o resultado das pesquisas e dos estudos das manifestações
dos Espíritos. É verdade que o pesquisador submeteu
as comunicações recebidas a rigoroso processo de verificação
experimental e ainda criou metodologia específica, ajustando-a
à natureza específica do objeto submetido à pesquisa,
de modo a obter resultados significativos.
Em relação aos quatro primeiros é comum a ignorância
até mesmo dos universitários, como sociólogos,
antropólogos, psicólogos e médicos que usam nas
suas comunicações a congressos, em trabalhos de pesquisas
a palavra espiritismo para designar as manifestações
mediúnicas ou anímicas.
Como se pode perceber a resposta requer desdobramentos que não
caberiam nesta hora.
Toda expressão religiosa é merecedora de apreço
e consideração, no entanto a mediunidade é uma
faculdade humana, mas o seu portador não é por isso
espírita. Pelo fato de no movimento de qualquer religião
ocorrerem práticas mediúnicas isto não nos autoriza
a denominá-lo de Movimento Espírita e acreditamos que
estes movimentos possuem suas definições, suas próprias
características, e, também por isso, não devem
desejar o enquadramento nesta ou naquela denominação.
- O que
dizer aos que falam em preconceitos?
Com relação aos tipos de espíritos, brancos,
negros, velhos, novos, amarelos, índios, caboclos lembramos
que as sessões mediúnicas espíritas são
abertas aos desencarnados para o atendimento e troca de experiências.
Os espíritos podem manter as características que desejarem
em termos de apresentação exterior perispiritual, chamado
de corpo celeste pelo apóstolo Paulo. Muitos deles têm
assim se apresentado sem se expressarem de forma confusa e sem trejeitos,
adaptando-se às disciplinas sugeridas pelo espiritismo. Só
não as atendem quando seus médiuns com elas ainda não
concordam.
Não há por parte dos espíritas, nenhuma forma
de preconceito, nem com o médium nem com a entidade desencarnada,
até porque o que vale no espírito não é
a sua qualificação social, mas a sua condição
moral.
- E o que
dizem as entidades?
Certa vez um espírito que se apresentava como escravo, mas
que revelava grande conhecimento doutrinário, informou ao farmacêutico
Cairbar Schutel, que havia sido um médico holandês, em
reencarnação anterior. Porém foi como negro-escravo
que aprendera a desenvolver a virtude da humildade e desta forma preferia
manifestar-se como tal. Um outro disse à médium Ivone
Pereira que não gostaria de apresentar-se como bandoleiro,
assaltante e assassino, que tinha sido nas civilizações
ditas refinadas.
Como vemos as motivações podem ser as mais diversas.
O médium Raul Teixeira, orador espírita, comentou que
embora não haja preconceito nas sessões espíritas
procura-se um equilíbrio entre o respeito às entidades,
à mediunidade e à doutrina espírita, buscando
a coerência com a verdade que já identificamos.
- Astrologia:
sim ou não? Você acredita em horóscopo?
Como Kardec se posicionou frente à astrologia? O codificador
manifestou-se contrário em "A Gênese",
o livro final da codificação que possui teses de ciência.
Sendo a ciência o conhecimento ordenado do mundo em que vivemos
o seu objetivo termina na satisfatória exploração
desse conhecimento.
O Jornal Espírita, novembro de 1991,
coloca uma "charge" que mostra dois homens sob
um dia ensolarado, onde um deles diz: "Você já
percebeu como as previsões estão na moda? Numerologia,
tarô, búzios, etc? É por causa da crise, claro!
Quer maiores explicações?".
O papel da ciência na sociedade é libertar o homem da
ignorância, medos, superstições, etc.
A revelação espírita possui duplo caráter.
Não é o resultado da iniciativa do homem, mas não
o dispensa da pesquisa científica. Esta última possui
seu método, que em oposição ao acaso, consiste
no uso sistemático e organizado das faculdades mentais no sentido
da compreensão coerente do fenômeno investigado.
A ciência também é obra coletiva o que determina
comportamentos que precisam estar respaldados por uma escala de valores
ético-morais. A ciência sem valores é risco de
destruição. Um exemplo é o sofrimento das crianças
hemofílicas contaminadas pela comercialização
criminosa do sangue contendo vírus HIV. Se não compreendem
porque são hemofílicas, como explicar-lhes porque têm
AIDS?
Esta escala de valores ético-morais, este código de
ética científica estão no evangelho, no entanto,
a sua melhor apreensão se faz mais satisfatoriamente na infância,
vale o esforço de evangelização-espírita
infanto-juvenil. Ver artigos "Vacinação –
Desafio de Urgência" e "Suicídio Infantil"
in: Reformador, 1823, fevereiro e 1833,
dezembro de 1981.
Com a Doutrina Espírita, a humanidade deve entrar numa fase
nova, a do progresso moral, que lhe é consequência inevitável.
A coexistência pacífica entre a ciência e a religião
surge através da aplicação do método científico.
Os homens de ciência se dividem em três classes: os egoístas
e os vaidosos, que com desdém recusam-se a revisar suas estruturas
ideológicas cristalizadas, e os corajosos. Estes últimos,
como Kardec, aplicaram o método científico, descobriram
e não temeram proclamar que a morte do corpo não destrói
a individualidade, nem impede a comunicabilidade mediúnica
ou tecnológica.
Estas e outras descobertas são perniciosas para muitos religiosos
ou não, e precisam ser negadas, abafadas ou confundidas. Para
manter o "status quo", estes membros da sociedade
precisam de consumistas. Quando o homem toma verdadeira consciência
do que vem a ser a sua morte e passa a compreender o verdadeiro sentido
da vida, seu consumismo vai caindo a zero, o que não convém
a este sistema.
Nesse tipo de sociedade, "religiosa", materialista
e consumista o indivíduo sente a angústia e medo da
morte e passa a ter medo da vida. Na realidade são pessoas
que não tem consciência nem de uma nem de outra. Seus
inconscientes costumam devolver essas angústias em forma de
tabagismo, alcoolismo, obesidade, úlcera, etc. Da noção
de imortalidade, base da doutrina do cristo, depende toda a nossa
conduta. Por isso é que Jesus e outros espíritos superiores
a demonstraram.
- Como explorar
este conhecimento?
Os mais crédulos caem facilmente nas mãos das inescrupulosas
"videntes espíritas" que não
são videntes e de espíritas não têm nada.
Usam e abusam do neologismo criado por Kardec porque no Brasil a palavra
espírita lhe confere uma máscara de idoneidade moral.
Médiuns espíritas verdadeiros não vivem às
custas da mediunidade.
"Você já percebeu como as previsões estão
na moda? numerologia, tarô, búzios, etc, etc ? é
por causa da crise, claro!".
- A astrologia
já foi examinada cientificamente?
O físico Shawn Carlson da Califórnia, Universidade de
Berkeley, resolveu examinar as previsões astrológicas.
Shawn testaria o mapa astral como indicador de traços gerais
da personalidade humana, das tendências de temperamento e comportamento
e ainda como indicador dos principais acontecimentos que iriam marcar
a vida dos indivíduos.
A diferença desta de outras pesquisas feitas no passado, que
também obtiveram os mesmos resultados, foi que este estudo
realizou-se com a colaboração de uma organização
de astrólogos, o National Council for Geocosmic Research (NCGR).
A NCGR escolheu conselheiros que auxiliaram o físico Shawn
na definição dos passos da pesquisa. concordaram com
o ensaio duplo cego, isto é, separação dos sujeitos
em grupo de teste e grupo de controle, sem que os experimentadores,
os sujeitos ou os astrólogos soubessem quem estava num ou outro.
a construção dos mapas astrais contou com o trabalho
do próprio presidente e do secretário da organização.
Os cientistas cuidaram para que os testes fossem definidos de forma
a permitir uma interpretação estatística inquestionável
dos resultados.
Antes da realização das experiências os astrólogos
colaboradores afirmaram que obteriam no mínimo 50% de respostas
corretas. Os estatísticos que participaram do projeto indicaram
o percentual de 33% de acertos que poderiam ser obtidos pelo acaso.
Um percentual em torno de 33% colocaria a astrologia em sérias
dificuldades, uma vez que os astrólogos teriam sua tese refutada.
O resultado da ainda recente pesquisa pode ser encontrado na revista
científica britânica "Nature"
de 5 de dezembro de 1985.
Os resultados obtidos pelos astrólogos se mantiveram estatisticamente
compatíveis com as respostas ao acaso, isto é, predições
erradas. Seus resultados excluíram qualquer influência
astral.
Pode-se concluir que uma pesquisa onde foram asseguradas todas as
possibilidades de resultados satisfatórios, realizada de forma
correta e imparcial, contando ainda com a própria participação
dos astrólogos, levou-os a uma posição extremamente
desconfortável. Eles não conseguiram ir além
do índice de acerto previsto pelo puro acaso.
Não sabemos se os astrólogos e principalmente seus clientes
ficaram convencidos, mas certamente outros interesses devem estar
envolvidos.
É verdade que cabe ao cientista analisar os fundamentos reais
ou apregoados por determinadas práticas, no entanto o que se
observa é que não é feita a socialização
dos seus resultados e os interesses comerciais envolvidos são
engenhosos na contra-informação.
Hoje, no bojo de diversos, encontramos um movimento que se coloca
contra a própria ciência. Como interesses pouco transparentes
trazem de volta crendices e superstições, estimuladoras
de um mercado consumidor, aceito até entre aqueles de escolaridade
superior.
Esperamos que o veículo de comunicação espírita
continuem a desfazer confusões com essas práticas estranhas,
confusões muitas vezes provocadas por incrédulos ou
fanáticos religiosos com objetivos escusos.
Com relação à astrologia achamos que o método
científico vem oferecendo excelente contribuição
desde Laplace com seu cálculo das probabilidades matemáticas.
Com relação à Doutrina Espírita relembramos
que não são passivos os verdadeiros espíritas
e, apesar da existência da revelação divina, não
estamos dispensados da científica.
Respostas baseadas principalmente
nas seguintes referências bibliográficas