Uma amiga, muito querida, estudiosa
da Doutrina Espírita escreveu-me convidando-me a pensar em
torno da mensagem de Chorão. (*)
Questiona se ainda poderemos dar credibilidade à mensagem
psicografada, depois de estudar André Luiz em toda a sua obra;
Fred Figner em Voltei e Camilo Castelo Branco, em Memórias
de um Suicida.
Fez-nos pensar na dificuldade que teria um espírito, com tão
pouco tempo de desencarnação, para sair do Umbral, do
Vale dos Suicidas.
Por muito menos outros espíritos “sofreram o diabo”
para se livrarem das trevas, por que é que o Chorão,
que se acabou em overdose teria mérito para vir psicografar,
em tão pouco tempo, um pedido de ajuda, no relato emocionado?
Pergunta ainda: poderíamos pensar em obsessão, uma vez
que nem Chico e Divaldo escaparam dela? Será que a Instituição
está, nesta hora, desperta para a disciplina e os estudos mediúnicos?
Finaliza perguntando se eu estaria testando também os confrades
espíritas. Ela sabe que gosto de perguntar: “e se os
espíritas estiverem com a razão?” (1)
Na verdade, no artigo, não fiz juízo de valor,
o que não é da minha competência. A função
de julgar, avaliar, exige a subida ao último degrau de complexidade
do domínio cognitivo e esse processo pode ter o mesmo número
de páginas da ação penal de número 470,
referida como “mensalão”. No entanto, podemos perceber
nele alguns interesses, que não podem ser considerados ilícitos.
Não foi por acaso que terminei indagando pelos pontos positivos;
os negativos; qual a conclusão e quais as recomendações.
Certamente, os leitores terão que fazer reflexão e até
mesmo poderão ver brotar a vontade de estudar um pouco mais.
Procurar saber por que falo em credibilidade e competência,
se é mesmo possível realizar uma cirurgia, com “bisturi
invisível”, ao mesmo tempo em que se foge do exercício
ilegal da medicina. Poderemos também ver diminuir o desinteresse
e a indiferença.
Outros ainda poderão chegar à conclusão que existe
perigo, quando se trabalha com o mundo invisível, como o dos
micróbios ou o da mediunidade. E, que a brincadeira do copo
pode ser perigosa.
Outros poderão perguntar se “Chorão” assinou
alguma procuração para algum defensor. Um advogado de
defesa desencarnado pode trabalhar no ministério público
do umbral? Poderia este representar o seu cliente no Lar de Frei Luiz,
pois a ninguém será negado o devido processo legal e
a ampla defesa, também na Justiça Divina?
Bezerra daria procuração a assistentes, “da sua
total confiança”, que certamente não estiveram
na Papuda, para assinarem por ele?
Certamente os leitores chegarão a diversas outras perguntas.
Repito, mesmo percebendo que não fiz juízo de valor,
eles observarão a própria mente saindo da inércia.
Estamos em teste e "o Espiritismo será o que os espíritas
dele fizerem". Deveremos então aproveitar todas as oportunidades
para estimular a "fé raciocinada" e divulgar a Doutrina
Espírita, “por todos os meios e modos dignos e lícitos”,
mesmo que tenha que discuti-la através de temas controvertidos
ou espinhosos, como drogas, aborto de anencéfalos, suicídio,
pedofilia e outros.
Os leitores terão ainda, no mínimo, por um tempo, arquivado
no diretório "lixo" de seu computador o artigo e
os endereços eletrônicos indicados como leitura adicional.
No dia seguinte poderão, ao acordar, sentir vontade de recuperá-los,
por desencargo de consciência. Sono e sonhos podem produzir
mudanças. (2)
Aos amigos sempre ficarei grato pela crítica
carinhosa, generosa, verdadeira retroalimentação.
(1) http://orebate-jorgehessen.blogspot.com.br/2014/04/e-se-os-espiritas-estiverem-com-razao.html