Estudo grafoscópico
comprova mensagens psicografadas pelo médium Francisco Cândido
Xavier.
Escrevemos no opúsculo intitulado Esclarecendo Dúvidas,
do Núcleo Espírita Universitário-Fundão,
na UFRJ,
(www.cvdee.org.br ou www.n3.com.br/user/jal/NEU.zip) o seguinte:
“Recentemente um professor
universitário especializado, dr. Carlos Augusto Perandréa,
fez um estudo grafoscópico de mensagens psicografadas pelo
médium Francisco Cândido Xavier. O estudo se baseia
na assinatura do espírito, quando encarnado e, depois, vindo
do outro mundo e atuando através do médium. É
um trabalho inédito em todo o mundo e apresenta metodologia
capaz de comprovar a autenticidade das manifestações
espirituais e sobrevivência da alma após a morte do
corpo físico. Você acredita nas psicografias? O conjunto
de resultados obtidos pelos experimentadores sérios, com
diversos médiuns, em todas as partes do globo terrestre,
permite concluir que a negação da realidade do fenômeno
é uma posição difícil de ser sustentada.
Poderemos inferir, por outro lado, que, se os espíritos são
capazes de fazer prodígios com o lápis, como o espírito
Humberto de Campos, ou com o pincél, como espírito
Renoir, eles certamente serão também capazes de obter
bons resultados com o bisturi, principalmente se forem cirurgiões
desencarnados.”
Em Kardec, A. 1857. O livro dos espíritos. Introdução.
FEB. 34ª ed., encontramos as explicações pertinentes.
Cremos na existência dos Espíritos e nas suas comunicações
com o mundo visível.
As primeiras manifestações inteligentes se produziram
por meio de mesas que se levantavam e, com um dos pés, davam
certo número de pancadas, respondendo desse modo — sim,
ou — não, conforme fora convencionado, a uma pergunta
feita. Obtiveram-se depois respostas mais desenvolvidas com o auxílio
das letras do alfabeto: dando o móvel um número de pancadas
correspondente ao número de ordem de cada letra, chegava-se
a formar palavras e frases que respondiam às questões
propostas. A precisão das respostas e a correlação
que denotavam com as perguntas causaram espanto.
Foi um desses seres invisíveis quem aconselhou a adaptação
de um lápis a uma cesta ou a outro objeto. Colocada em cima
de uma folha de papel, a cesta é posta em movimento pela mesma
potência oculta que move as mesas; mas, em vez de um simples
movimento regular, o lápis traça por si mesmo caracteres
formando palavras, frases, dissertações de muitas páginas
sobre as mais altas questões de filosofia, de moral, de metafísica,
de psicologia, etc., e com tanta rapidez quanta se se escrevesse com
a mão.
O conselho foi dado simultaneamente na América, na França
e em diversos outros países.
“Vai buscar, no aposento ao
lado, a cestinha; amarra-lhe um lápis; coloca-a sobre o papel;
põe-lhe os teus dedos sobre a borda.”
Alguns instantes após:
“Proíbo expressamente que transmitas a quem quer que
seja o que acabo de dizer.”
O conselho foi dado simultaneamente
na América, na França e em diversos outros países.
Reconheceu-se mais tarde que a cesta e a prancheta não eram,
realmente, mais do que um apêndice da mão; e o médium,
tomando diretamente do lápis, se pôs a escrever por um
impulso involuntário e quase febril.
Finalmente, a experiência deu a conhecer muitas outras variedades
e até pela escrita direta dos Espíritos, isto é,
sem o concurso da mão do médium, nem do lápis.
O movimento dos objetos é um fato incontestável. A questão
está em saber se, nesse movimento, há ou não
uma manifestação inteligente e, em caso de afirmativa,
qual a origem dessa manifestação.
A maneira pela qual os dedos do médium repousam sobre os objetos
desafia a mais consumada destreza de sua parte no intervir, de qualquer
modo, em o traçar das letras. Mas, admitamos que a alguém,
dotado de maravilhosa habilidade, seja isso possível e que
esse alguém consiga iludir o olhar do observador; como explicar
a natureza das respostas, quando se apresentam fora do quadro das
idéias e conhecimentos do médium?
Segundo opinião, o médium é a única fonte
produtora de todas as manifestações, que as toma ao
meio ambiente. No entanto, pode-se demonstrar, até à
evidência, que certas comunicações do médium
são completamente estranhas aos pensamentos, aos conhecimentos,
às opiniões mesmo de todos os assistentes, que essas
comunicações freqüentemente são espontâneas
e contradizem todas as idéias preconcebidas.
Onde foram os médiuns beber uma doutrina que não passava
pelo pensamento de ninguém na Terra? Por que estranha coincidência
milhares de médiuns espalhados por todos os pontos do globo
terráqueo, e que jamais se viram, acordaram em dizer a mesma
coisa? Cabe lembrar que as primeiras manifestações,
na França, como na América, não se verificaram
por meio da escrita nem da palavra, e, sim, por pancadas concordantes
com as letras do alfabeto e formando palavras e frases.
Por que é que os Espíritos vêm e vão-se,
muitas vezes, em dado momento e, passado este, não há
pedidos, nem súplicas que os façam voltar?
A opinião dos sábios é, com toda razão,
fidedigna, porquanto eles sabem mais e melhor do que o vulgo. Hão
de eles, porém, permitir-me, sem que isto afete a estima a
que lhes dá direito o seu saber especial, que eu não
tenha em melhor conta suas opiniões negativas acerca do Espiritismo,
do que o parecer de um arquiteto sobre uma questão de música.
As ciências ordinárias assentam nas propriedades da matéria,
que se pode experimentar e manipular livremente; os fenômenos
espíritas repousam na ação de inteligências
dotadas de vontade própria e que nos provam a cada instante
não se acharem subordinadas aos nossos caprichos.
Se os fatos a que aludimos se houvessem reduzido ao movimento mecânico
dos corpos, a indagação da causa física desse
fenômeno caberia no domínio da Ciência; porém,
desde que se trata de uma manifestação que se produz
com exclusão das leis da Humanidade, ela escapa à competência
da ciência material, visto não poder explicar-se por
algarismos, nem por uma força mecânica. Quando surge
um fato novo, que não guarda relação com alguma
ciência conhecida, o sábio, para estudá-lo, tem
que abstrair da sua ciência e de idéias preconcebidas.
Acrescentemos que o estudo de uma doutrina, qual a Doutrina Espírita,
que nos lança de súbito numa ordem de coisas tão
nova quão grande, só pode ser feito com utilidade por
homens sérios, perseverantes, livres de prevenções
e animados de firme e sincera vontade de chegar a um resultado. O
que caracteriza um estudo sério é a continuidade que
se lhe dá.
Quem deseje tornar-se versado numa ciência tem que a estudar
metodicamente, começando pelo princípio e acompanhando
o encadeamento e o desenvolvimento das idéias. Quem quiser
com eles instruir-se tem que com eles fazer um curso; mas, exatamente
como se procede entre nós, deverá escolher seus professores
e trabalhar com assiduidade.
De forma pueril apontam contradição onde freqüentemente
só há diferença de palavras. Os Espíritos
superiores não se preocupam absolutamente com a forma. Para
eles, o fundo do pensamento é tudo. Já não é
maravilhoso que se exprimam indiferentemente em todas as línguas
e que as entendam todas?.
O cepticismo, no tocante à Doutrina Espírita, quando
não resulta de uma oposição sistemática
por interesse, origina-se quase sempre do conhecimento incompleto
dos fatos, o que não obsta a que alguns cortem a questão
como se a conhecessem a fundo. Pode-se ter muita instrução
e carecer-se de bom-senso.
Alguns falaram em fraudes. No entanto, numa mistificação
que se propagou de um extremo a outro do mundo e por entre as mais
austeras, veneráveis e esclarecidas personalidades, qualquer
coisa há tão extraordinária quanto o próprio
fenômeno.
Outros comentam que as manifestações são do espírito
do mal. Note-se que admitir a comunicação dos maus Espíritos
é reconhecer o princípio das manifestações.
Resta explicar porque Deus só ao Espírito do mal permite
que se manifeste sem nos dar por contrapeso os conselhos dos bons
Espíritos?
Um fato demonstrado pela observação e confirmado pelos
próprios Espíritos é o de que os Espíritos
inferiores muitas vezes usurpam nomes conhecidos e respeitados.
Essa é uma das dificuldades do Espiritismo prático.
Nunca, porém, dissemos que esta ciência fosse fácil,
nem que se pudesse aprendê-la brincando, o que, aliás,
não é possível, qualquer que seja a ciência.
Médium que diz já saber tudo, não estuda e nem
se esforça por dominar suas inclinações menos
éticas pode acabar virando notícia triste de jornal!
Luiz Carlos D. Formiga