Com tristeza recebemos
do Supremo Tribunal (STF) o placar de 8 a 2. Embora o Brasil tenha
hoje um expressivo número de espíritas, ainda não
somos capazes de influenciar e ajudar ministros.
O que liga o comportamento suicida ao aborto de anencéfalos?
São dois temas que não eram muito discutidos nas Casas
Espíritas, embora encontrassemos nelas cartazes da FEB, incluindo
a eutanásia e as drogas.
O que liga o aborto de anencéfalos aos suicidios são
aqueles cometidos à partir de altos edifícios, em
prédios como o da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
– UERJ. (1,2)
Através da mediunidade recebemos informações
que nos ajudam a refletir. Na noite de 11 de abril de 2012, quando
o Supremo Tribunal estudava a questão do aborto do anencéfalo,
o espírito Joanna de ângelis (1)
nos recorda que:
“nada no universo ocorre
como fenômeno caótico, resultado de alguma desordem
que nele predomine. O que parece casual, destrutivo, é
sempre efeito de uma programação transcendente,
que objetiva a ordem, a harmonia. De igual maneira, nos destinos
humanos sempre vige a Lei de Causa e Efeito, como responsável
legítima por todas as ocorrências, por mais diversificadas
apresentem-se.”
Joanna comenta a deserção do ser revoltado, diante
de problemáticas que parecem não ter solução,
explicando que “desequipado de conteúdos superiores
que proporcionam a autoconfiança, o otimismo, a esperança,
essa revolta, estimulada pelo primarismo que ainda jaz no ser, trabalhando
em favor do egoísmo, sempre transfere a responsabilidade
dos sofrimentos, dos insucessos momentâneos aos outros, às
circunstâncias ditas aziagas, que consideram injustas e, dominados
pelo desespero fogem através de mecanismos derrotistas e
infelizes que mais o degrada, entre os quais o nefando suicídio.”
Na “imensa gama de instrumentos utilizados para o autocídio,
o que é praticado mediante quedas espetaculares de edifícios
desarticula o cérebro físico e praticamente o aniquila…”
No dia 12 de agosto 2011, estivemos num simpósio na UERJ
(2). Quando lá chegamos observamos
a comunicação visual, no hall dos elevadores, unindo
arquitetura e prevenção.
“Torre Eiffel. 370 pessoas se suicidaram de 1898 até
1971. Foram colocadas grades protetoras.”
“Reichstag (Berlim). Novas barreiras de segurança e
aumento do efetivo policial para evitar os frequentes suicídios
que ocorrem da sua cúpula.”
“Não ficariam aí,
porém, os danos perpetrados, alcançando os delicados
tecidos do corpo perispiritual, que se encarregará de compor
os futuros aparelhos materiais para o prosseguimento da jornada
de evolução. É inevitável o renascimento
daquele que assim buscou a extinção da vida, portando
degenerescências físicas e mentais, particularmente
a anencefalia.”(1)
Joanna assevera:
“muitos desses assim considerados
(anencéfalos), no entanto, não são totalmente
destituídos do órgão cerebral. Há,
desse modo, anencéfalos e anencéfalos.”
Por causa do erro médico, o Conselho Federal de Medicina
criou uma comissão especial para normatizar o diagnóstico
de fetos anencéfalos. O grupo tem dois meses para estabelecer
os critérios. (3) Além
disso o Brasil contará com mais 30 hospitais para atender
a demanda.(4)
Por outro lado, mesmo os verdadeiros anencéfalos, diz Joanna
de Ângelis, “necessitam viver no corpo, mesmo que a
fatalidade da morte após o renascimento, reconduza-os ao
mundo espiritual. Interromper-lhes o desenvolvimento no útero
materno é crime hediondo em relação à
vida.
Têm vida sim, embora em padrões diferentes dos considerados
normais pelo conhecimento genético atual…
Não se tratam de coisas conduzidas interiormente pela mulher,
mas de filhos, que não puderam concluir a formação
orgânica total, pois que são resultado da concepção,
da união do espermatozoide com o óvulo.
Sucede, porém, que a genitora igualmente não é
vítima de injustiça divina ou da espúria Lei
do Acaso, pois que foi corresponsável pelo suicídio
daquele Espírito que agora a busca para juntos conseguirem
o inadiável processo de reparação do crime,
de recuperação da paz e do equilíbrio antes
destruído.
Quando as legislações desvairam e descriminam o aborto
do anencéfalo, facilitando a sua aplicação,
a sociedade caminha, a passos largos, para a legitimação
de todas as formas cruéis de abortamento.”
Essa foi também uma das preocupações do ministro
Lewandowski:
“abriria portas para a
interrupção da gravidez de inúmeros embriões”(5)
e torna válida a questão que fizemos anteriormente:
e depois dos anencéfalos? (6)
Joanna adverte-nos:
“… e quando a humanidade
mata o feto, prepara-se para outros hediondos crimes que a cultura,
a ética e a civilização já deveriam
haver eliminado no vasto processo de crescimento intelecto-moral.
Todos os recentes governos ditatoriais e arbitrários iniciaram
as suas dominações extravagantes e terríveis,
tornando o aborto legal e culminando, na sucessão do tempo,
com os campos de extermínio de vidas sob o açodar
dos mórbidos preconceitos de raça, de etnia, de
religião, de política, de sociedade…
A morbidez atinge, desse modo, o clímax, quando a vida
é desvalorizada e o ser humano torna-se descartável.”
Poderíamos dizer que, na política do aborto, o que
se queria era “desumanizar” o embrião.(7)
Joanna apela:
“compadece-te e ama o filhinho
que se encontra no teu ventre, suplicando-te sem palavras a oportunidade
de redimir-se. Considera que se ele houvesse nascido bem formado
e normal, apresentando depois algum problema de idiotia, de hebefrenia,
de degenerescência, perdendo as funções intelectivas,
motoras ou de outra natureza, como acontece amiúde, se
também o matarias?
Se exercitares o aborto do anencéfalo hoje, amanhã
pedirás também a eliminação legal
do filhinho limitado, poupando-te o sofrimento como se alega no
caso da anencefalia.”
Toda criança anancéfala é um espirito reencarnado?
(8)
Em “O Cirurgião e a Doença da Negação”
(9) comentamos a dificuldade do médico
diante do alcoolismo e dissemos que o final poderia ser diferente.
Conta ele que tinha mania de arma, fez tiro ao alvo. Um dia o filho
tirou tudo de casa, porque ele estava com a intenção
de dar um tiro na cabeça. A dependência química,
não só pelo álcool, é também
capaz de, por si só, desestruturar o modelo organizador biológico
e por isso levar a quadros, que sem o devido critério, poderiam,
à primeira vista, ser diagnosticados como anencefalia. Imagine
isso agravado pelo tiro no crânio. Joanna comenta que o autocídio
por arma de fogo oferece os mesmos efeitos das quedas espetaculares
dos edifícios ou de abismos.
Depois desta decisão do STF, creio que deveremos adotar uma
“caderneta de preces especiais”, como aquela de Divaldo
P. Franco, onde ele colocou “o suicida do trem”. (10)