Vejamos:
1. A obra de Allan Kardec, quando analisada internamente, revela
uma solidez lógica, uma racionalidade, uma limpidez argumentativa,
uma coerência de fazerem inveja aos mais conceituados tratados
filosóficos que a Humanidade possui;
2. Allan Kardec revelou, em tudo
o que fez, uma prudência, um equilíbrio, uma sobriedade,
um espírito positivo e despreconcebido, um bom senso, enfim,
que singularizam sua figura entre todos os expoentes da cultura
humana;
3. A obra de Allan Kardec, contrariamente
ao que em geral acontece com outras que abordam os mesmos assuntos,
está firme e amplamente baseada em fatos, cuidadosa e minuciosamente
examinados à luz dos referidos critérios racionais;
não surgiu entre as quatro paredes de um gabinete, mas de
uma extensa convergência de informações;
4. Allan Kardec era possuidor de
uma vasta erudição, transitando inteiramente à
vontade pelos mais variados campos do saber – das ciências
às artes, das filosofias às religiões –
o que lhe permitiu trazer ao seu domínio de estudo os mais
relevantes problemas que interessam ao homem, dentro de uma visão
abarcante e integrada da realidade;
5. A obra de Allan Kardec apresenta-se
dentro de padrões de clareza e objetividade tais, que não
deixa nenhuma margem a ambigüidades e mal-entendidos, especialmente
quanto aos pontos fundamentais;
6. Allan Kardec soube ser impessoal,
separando com rigor suas opiniões pessoais e peculiaridades
de sua vida privada do conhecimento doutrinário, que é
independente e objetivo; jamais pretendeu a posse exclusiva e completa
da verdade, nunca recusou um princípio pelo só fato
de ter sido descoberto ou proposto por outrem, nunca hesitou em
abandonar uma idéia quando provada errônea por argumentos
insofismáveis;
7. A obra de Allan Kardec é
incomparavelmente abrangente, ocupando-se desde os fatos mais palpáveis,
destacadamente os relativos à sobrevivência do ser,
até as mais profundas investigações da ética,
passando pelo exame lúcido das grandes questões filosóficas
que ao longo das eras têm desafiado o raciocínio do
homem;
8. Allan Kardec tem sido confirmado,
por fontes independentes e fidedignas, como um grande emissário
de Jesus, especialmente escolhido por Ele para concretizar na Terra
a Sua promessa do envio do Consolador, ([1])
que nada mais é do que o Espiritismo, que veio para nos ensinar
todas as coisas (o esclarecimento abundante que traz), para nos
fazer lembrar tudo o que Jesus nos disse (a sanção
e explicação que ele nos dá dos Evangelhos),
e que estará sempre conosco (a perenidade do Espiritismo);
9. A obra de Allan Kardec não
é uma estrutura estática e fechada, mas sim dinâmica
e aberta a complementações futuras, incorporando a
característica da progressividade, essencial a todo sistema
científico ou filosófico que não pretenda ser
sepultado pelas constantes e inevitáveis descobertas de fatos
novos e pela ampliação geral do conhecimento humano;
10. Allan Kardec testemunhou em
todos os atos de sua vida a sua condição de Espírito
de escol: jamais prejudicou a alguém; só com o bem
retribuiu as ingratidões, ofensas e calúnias com que
em vão tentaram embaraçar-lhe os passos; doou-se por
completo à grande obra de educação dos homens
que é o Espiritismo: a ela sacrificou o conforto, o repouso,
os bens materiais, a saúde e até a própria
vida.
Estudemos com seriedade essa obra.
Conheçamos de perto esse autor. ([2])
Depois, comparemo-los à obras
e autores que os pretendam superar. Quais se poderão gloriar
de fazer-lhes frente em apenas algumas das dez características
enumeradas (para não dizer em todas)?
Retornemos, por fim, à questão:
Por que Allan Kardec?
Talvez já não seja
difícil respondê-la... ([2])