Instrução e educação
são duas palavras dadas como sinônimas pelos dicionários,
mas não é bem assim. Toda educação é
instrução, mas nem toda instrução é
educação. Instrução é dar conhecimento
de matemática, de português, química, religião
etc. A educação está mais ligada à moral,
ao bom comportamento, a atitudes de respeito, ao bom senso e também
à própria religião etc. Para Huberto Rohden,
o Ministério da Educação chamar-se Ministério
da Instrução.
A fé da educação é aquela de berço,
que pode ser ensinada também pelos professores, principalmente
pelos exemplos. Se a escola for católica, os alunos são
geralmente católicos. Se for espírita, eles são
geralmente espíritas, o que vale também para as outras
religiões.
Mas a religião oriunda da educação nem sempre
será igual àquela oriunda da instrução
buscada e estudada pelo indivíduo. Essa religião que
ele descobre, pelo seu estudo e pesquisas, torna-se a sua religião
preferida e estável, pois é baseada no seu estudo,
na lógica e no bom senso, deixando para trás a sua
religião de berço adquirida pela educação
e não pelo seu próprio estudo. Uma parte dessas pessoas
costuma tornar-se sem religião, mantendo apenas algumas tradições
daquela de berço. É o que, acontece muito no mundo
de pós-modernidade, com os católicos, principalmente,
com os intelectuais, pois eles têm dificuldades em aceitar
alguns dogmas. O problema da Igreja é, pois, de fé.
Pela Bíblia, “a fé é a certeza das coisas
que são esperadas, a convicção de fatos que
se não veem.” (Hebreus 11: 1). Fé, pois, no
futuro, ou seja, na vida do espírito imortal que não
morre quando o corpo morre, mas apenas deixa o corpo. Não
é, portanto, a fé em qualquer doutrina “bolada”
pelos teólogos e que são a causa do declínio,
confusão e divisão do cristianismo.
O apóstolo Paulo ensina que convém reduzir a cativeiro
todo o entendimento, para que obedeça a Cristo, mostrando
que a fé é um ato da inteligência, do entendimento,
e não da vontade. (2 Coríntios 10: 5). Mas Jesus diz
que o ato de fé tem mérito, pois quem crê será
salvo. (Marcos 16: 16). Para Jesus, pois, a fé é um
ato livre da vontade. Ficamos com Jesus. E como o sentido de “crer”,
de acordo com a sua etimologia greco-latina equivale a “ter
fé” e “ter fidelidade” (“pistis”
do grego e fides do latim), a tradução mais racional
deveria ser: “Quem tem fidelidade a Jesus, será salvo”,
pois acreditar em Jesus, até os maus demônios acreditam,
só não Lhe sendo fiéis.
Como ficou esclarecido, a fé da instrução,
do estudo ou raciocinada, que é a fé espírita,
sobrepuja a fé da educação, de berço,
que, às vezes, é cega e inútil, pois não
torna melhor o indivíduo. Parte dos adeptos do cristianismo
está tendo uma fé cega e estéril, ou seja,
a da educação e não a fé raciocinada
da instrução, fértil e útil, pois nos
leva a sermos melhores, mais realmente cristãos!
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