Primeiramente, declaro que não sou contra nenhuma das igrejas
cristãs. Não só as respeito, mas as amo também
como amo todas as demais religiões.
Por causa de divergências nas
interpretações de textos bíblicos e por influência
de fatores políticos, históricos e mitológicos,
o cristianismo se dividiu em um grande número de igrejas. A
Católica vem desde os tempos apostólicos. Os protestantes
são as igrejas mais antigas: a Anglicana, a Luterana, a Presbiteriana,
a Calvinista, e a Metodista. Já os evangélicos são
as igrejas fundadas nos últimos cem anos: a Assembleia de Deus,
a Universal, a Triangular e milhares de outras.
Dogma é um princípio
fundamental de uma doutrina religiosa e de qualquer outra doutrina
ou sistema. Diz-se que um dogma pode ser discutido, mas não
se pode negá-lo. Porém, quando se fala em dogma, se
entende mais frequentemente uma doutrina cristã e, principalmente,
católica, pois é exatamente a Igreja a religião
que mais possui dogmas, além de ser ela a religião que
mais puniu quem negasse um deles. Um exemplo disso é a Inquisição.
E os protestantes tiveram também a sua. O sábio espanhol,
médico e advogado, Miguel Servet, em “De
Trinitatis Erroribus” (Erros da Trindade), considerou
não apenas errada a doutrina da Santíssima Trindade,
mas até uma blasfêmia, pelo que, por ordem de Calvino,
morreu queimado e lentamente, quando o ensino do excelso Mestre é:
“Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e orai
pelos que vos perseguem.” (Mateus
5: 44).
E o Concílio de Niceia (325)
criou o primeiro dogma católico, que proclamou que Jesus é
também Deus Todo Poderoso, quando Ele próprio ensinou
que Deus Pai é maior do que Ele (João
14: 28).
Com esse dogma, deu-se o primeiro
passo para a instituição da Santíssima Trindade,
a qual ganhou força com a criação do Espírito
Santo, no Concílio de Constantinopla (381). Ela é polêmica,
porque, embora afirme que as pessoas é que são três,
e que Deus é apenas um, ela se contradiz quando diz que Jesus
é também Deus igual ao Pai e igual ao Espírito
Santo, que, por sua vez, seria também igual ao Pai. Essa doutrina
é incompreensível, porque se contradiz. E como pode
ser verdadeira uma doutrina contraditória? Paulo ensina: “Deus
não é de confusão.” (1
Coríntios 14: 32). A saída dos teólogos
foi dizer que ela é um mistério de Deus. Mas na verdade
é mistério deles mesmos, pois foram eles que a criaram!
Aproximadamente, mil anos depois
do dogma da divinização de Jesus e das citações
dele e de outros incluídos no Credo Niceno-Constantinopolitano,
até hoje, nas missas, ainda havia na Igreja, naquela época,
muitas polêmicas sobre a Santíssima Trindade. E foi assim
que houve mais um concílio, o de Lion (1274) para reforçar
a divindade de Jesus, quando foi decretado o dogma do “Filioque”
(“e do Filho”). Essa doutrina diz que o Espírito
Santo procede do Pai e do Filho, com o que não concorda a Igreja
Ortodoxa Oriental, que ensina que o Espírito Santo procede
somente do Pai, diminuindo, pois, o poder de Jesus.
E a Igreja, seguida também
de perto pelos protestantes e evangélicos, ao longo dos séculos,
tem fundamentado sua doutrina nesses e outros dogmas, deixando em
segundo plano o que é mais importante no cristianismo, ou seja,
os ensinos evangélicos do excelso Mestre!