A proibição de Moisés de
contato com os espíritos dos mortos (Deuteronômio
capítulo 18) é uma das suas
613 leis mosaicas, que não são divinas. Realmente, elas
são diferentes das leis divinas ou naturais dos Dez Mandamentos
(Decálogo),
que foram confirmadas por Jesus e que Ele até sintetizou em
apenas duas: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo
como a si mesmo(Mateus 22: 38 e 39).
Outra síntese de Jesus das leis do Decálogo encontra-se,
também, no Sermão da Montanha ou Bem-Aventuranças
(Mateus 5: 3 a 11; e Lucas 6: 20 a 23).
Os demônios são almas ou espíritos humanos dos
mortos. Esse é o significado da palavra grega “daimon”,
no plural “daimones”, na época em que a Bíblia
foi escrita. Assim, eles podem ser, pois, demônios maus, mas
podem ser também bons. Os demônios de Moisés e
Elias manifestaram-se a Jesus e aos apóstolos, médiuns
especiais, Pedro, Tiago e João, no monte Tabor. Não
se tratava, pois, de demônios maus nem do Espírito Santo
trinitário, que muito respeitamos. Com esse episódio
da transfiguração, ficou também evidente que
Jesus não obedeceu a essa lei mosaica de proibição
do contato com os espíritos dos mortos. E Moisés proibiu
esse contato porque as pessoas do seu tempo eram muito ignorantes,
não estando, pois, preparadas para exercer a mediunidade e,
também, porque muitos médiuns faziam comércio
com esse dom mediúnico, o que gerava falsos médiuns
ou falsos profetas (Números 11:
24 a 30; e 1 João 4: 1).
A citada proibição mosaica deu origem à crença
errada de que não existe contato com os espíritos dos
mortos. Ela foi entendida, também erroneamente, como prova
de que quem já morreu jamais voltou ao nosso mundo para contar-nos
como é a vida do lado de lá. E, ainda, essa mesma lei
mosaica deu origem à crença de que os demônios
são outra categoria de espíritos somente maus e de que
apenas eles manifestam-se por meio dos médiuns, o que o espiritismo
e a parapsicologia desmentiram com a ciência e a Bíblia.
Muitos cristãos pensavam e ainda pensam que para os espíritas
a comunicação é somente com demônios maus,
e que para eles manifesta-se o próprio Deus que eles chamam
de Espírito Santo. Que pretensão!
Se fosse verdade que somente demônios maus se comunicam com
os espíritas e adeptos de outras crenças, poderíamos
até concluir que Deus, então, dá apoio ao mal,
permitindo que somente espíritos ou demônios maus portadores
de falsas doutrinas se manifestassem!
Mas não é assim. E foi com Kardec que
o mundo foi esclarecido cientificamente sobre a grande verdade de
que Deus permite, sim, que tanto os maus como os bons espíritos
manifestem-se. Viva, pois Kardec, que, impulsionando a espiritologia,
deu um chega pra lá no materialismo, concretizando, assim,
seu grande desejo.
Pode-se concluir da proibição mosaica
de Deuteronômio capítulo 18, que é uma verdade
a comunicação com os espíritos dos mortos, pois
Moisés não era doido de proibir uma coisa que não
existe!
E eis mais um exemplo bíblico da comunicação
entre os dois mundos, o espiritual e o físico: “Samuel
até depois de morto profetizou” (Eclesiástico
46: 20).
Mas ainda há cristãos católicos, protestantes
e evangélicos que acreditam, ou fazem de conta que acreditam,
na grande mentira de que os espíritos dos mortos não
se comunicam conosco!