Espírito Santo é
todo espírito comunicante
Divergências entre decisões papais mostram que estas
são falíveis
Já fizemos várias
matérias sobre a confusa doutrina do Espírito Santo.
Aliás, é ele que complica mais a doutrina trinitária
e o cristianismo. O Pai e o Filho não eram estranhos ao cristianismo,
pois já eram conhecidos desde o tempo dos apóstolos.
Apenas a questão da divinização de Jesus no
Concílio Ecumênico de Niceia, em 325, é que
incomodava e ainda incomoda uma parte dos teólogos cristãos,
por mais uma confusão com o politeísmo.
Vamos abordar novas questões sobre o Espírito Santo
e reforçar outras que já foram tratadas em outras
colunas e, pois, já conhecidas de meus leitores. Ademais,
por se tratar de uma doutrina cristã milenar, divulgada à
saciedade pela Igreja e por demais igrejas cristãs, ela está
muito agarrada na mente dos fiéis cristãos, que ficam
em dúvida sobre qualquer ideia diferente que surja sobre
ela. Algo que consideramos normal exatamente pela antiguidade da
doutrina e do esforço hercúleo dos teólogos
para divulgá-la e mantê-la firme entre os fiéis,
pois sabem que ela é mesmo polêmica.
Eles até dizem muito que se trata de um mistério de
Deus, quando, na verdade, é um mistério deles mesmos,
já que eles é que criaram e mantêm tal doutrina,
que devemos respeitar, mas que, por ser errada, deve ser corrigida.
Há uma tradição no cristianismo de considerar
como verdadeiras todas as ideias doutrinárias dos seus primeiros
teólogos, com o argumento de que, se foram apoiadas pelos
papas e bispos em concílios ecumênicos, é porque
eles foram inspirados pelo Espírito Santo, nesse caso, visto
como Deus.
Devemos respeitar muito as decisões dos papas e dos bispos
em concílios, sim. Mas eles não eram nem são
infalíveis – somente Deus o é. E as divergências
entre eles confirmam a verdade do que estamos dizendo. Além
disso, como já deixamos transparecer, os teólogos
de hoje têm que saber mais teologia do que os antigos por
causa do progresso e amadurecimento das ideias teológicas
de hoje, inclusive no entendimento da Bíblia.
Por que, pois, prender-se tanto
à teologia cristã do longínquo passado? Não
poderia isso ser fruto do orgulho e do apego exagerado do eu inferior
dos teólogos posteriores aos antigos? É que, me arrisco
dizer, se eles aceitarem que os teólogos antigos não
foram inspirados pelo Deus, Espírito Santo da Terceira Pessoa
Trinitária, eles de hoje também não o serão,
o que parece mesmo coisa do ego ou eu inferior deles!
(*) Com este colunista, “Presença
Espírita na Bíblia” na TV Mundo Maior. Palestras
e entrevistas em TVs com José Reis Chaves podem ser encontradas
no YouTube. Todos os seus livros estão à venda na
Amazon, inclusive em inglês.