Prezado(a) amigo(a) espírita.
Creio que um dos sinônimos de "SER ESPÍRITA"
é "SER ECUMÊNICO".
Pois, o Espiritismo além de ser o instrumento de nossa evolução
espiritual, veio - segundo palavras de Kardec - para ajudar a formar
uma nova sociedade. E esta nova sociedade só será
factível quando as leis da natureza, preconizadas pelo Espiritismo,
forem senso comum.
Sendo espíritas-ecumênicos, maior será a probabilidade
dessa nova sociedade tornar-se realidade.
Em sintonia com esse pensamento, nossa admirável confrade
Dora Incontri relata: "Em diferentes momentos (sobretudo
na Revista Espírita), Kardec analisa o islamismo,
o taoismo, o celtismo, a mitologia antiga e outras vertentes, além
da tradição judaico-cristã. (...) O que ele
de fato pretende, segundo afirma explicitamente, é fornecer
um substrato sólido que sirva de apoio a todas as religiões".
Dora Incontri deixa claro o pensamento de Kardec: o Espiritismo
servirá como "um substrato sólido" a todas
as religiões. Para que esta realidade tão esperada
possa ocorrer em tempo não distante, é preciso que nossos irmãos de outras religiões
conheçam o Espiritismo tal como é. Pois o Espiritismo
ainda é, por muitos, associado a galinha preta na esquina.
Quando, por meio de eficaz divulgação o desmitificarmos,
a sua lógica impecável fará com que as demais
religiões tendam a abraçar os princípios do
Consolador prometido.
Concluindo:
Para que possamos bem cumprir com nossa parte, é preciso que divulguemos o Espiritismo aos não-espíritas.
E em sintonia com esta necessidade, agradeço se interessar-se
em publicar o artigo abaixo em jornais ou revistas não-espíritas
de sua região.
ESPIRITISMO,
COISA DE DEMÔNIO?
"Reconhecereis
meus discípulos por muito se amarem". Jesus
Sou espírita. Respeito todas
as religiões que têm Deus como o Pai maior. Vejo os
integrantes das demais religiões como diletos irmãos.
Nem poderia ser diferente. Se somos filhos do mesmo Deus por que
o fato de professarmos diferentes religiões impediria vermo-nos
como irmãos?
E como irmão do caro leitor, aproveito desta oportunidade
para trazer à tona alguns conceitos - ou preconceitos - equivocados
em relação ao Espiritismo.
Caro irmão-leitor, não tenho o intuito de convertê-lo
ao Espiritismo. Se você se encontrou no Catolicismo ou no
Protestantismo para que mudar de religião?
Nós, espíritas, muito valorizamos o Catolicismo. Podemos
dizer que o Catolicismo é a religião-mãe. Se
não fosse a força, a coragem, a fé e a determinação
dos primeiros católicos as palavras do nosso Mestre Jesus
não teria chegado aos nossos dias. A humanidade muito deve
ao Catolicismo.
Também respeitamos e valorizamos o Protestantismo. Quando
o homem ficou mais preocupado com a religião externa, isto
é, mais valorizava a forma do que o conteúdo, foi
o Protestantismo que chacoalhou uma situação de inércia
e reavivou as palavras do Mestre.
Mas por que alguns - não todos - católicos e protestantes,
nossos diletos irmãos, insistem em dizer que o "o Espiritismo
é coisa do demônio"?
Jesus disse "Pelos frutos conhecereis a árvore".
Os espíritas, como outros religiosos, têm como sua
principal meta procurar seguir, com as limitações
próprias da natureza humana, os preceitos de Jesus em sua
máxima "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo
como a si mesmo".
Que demônio é este que inspira aos espíritas
o amor a Deus e ao próximo?
Os espíritas, como outros religiosos, acreditam na realidade
maior da vida: "fora da caridade não há salvação".
Que demônio é este que inspira aos espíritas
fazer a caridade ao próximo?
Os espíritas têm por princípio a valorização
e o respeito às demais religiões, todas consideradas
como diferentes ferramentas idealizadas pelo mesmo Arquiteto.
Que demônio é este que inspira aos espíritas
a fraternidade e a solidariedade entre integrantes de religiões
muitas vezes sustentadas em dogmas ou em faces da verdade conflitantes
entre si?
Que demônio é este que, onde há divergência
de opiniões, procura unir em vez de semear a discórdia?
Os verdadeiros espíritas, isto é, àqueles que
seguem os preceitos máximos da doutrina, tem como rotina
em sua vida o esforço pela sua transformação
moral.
Que demônio é este que inspira aos espíritas
constante preocupação com sua elevação
moral?
Caro irmão e leitor, reflitamos:
Que demônio é este que fala em amor, caridade, solidariedade,
fraternidade e em transformação moral?
Só não vê, como disse nosso Mestre Jesus, quem
não tem olhos para ver.
Por favor, não entenda que o objetivo deste artigo é
a sua conversão. Se você é um bom católico,
continue a sê-lo. Se você professa uma das diversas
religiões protestantes, continue na sua convicção.
Mas se você é dos que dizem que "o Espiritismo
é coisa do demônio" procure - sem abandonar sua
religião - pelo menos estudar alguns livros espíritas.
A critica gratuita, sem análise, sem profundo estudo, não
deve fazer parte de nossos atos. Dê a si mesmo o direito de
conhecer melhor o seu objeto de crítica. Estude.
É importante dizer que a denominação "Espiritismo"
assumiu conotações que não correspondem à
real essência da doutrina codificada pelo educador Allan Kardec,
e que se sustenta no evangelho do Nosso Senhor Jesus Cristo.
No Espiritismo não há queima de vela, incenso, "trabalhos",
magias, imagens ou outros rituais. Muitas pessoas, não espíritas,
muitas pessoas mesmo, imaginam - sem antes pesquisar - que o Espiritismo
manifesta-se por tudo que nele não existe, como os exemplos
citados (queima de vela, incenso, "trabalhos", magias,
culto a imagens, rituais, etc.).
Muitas religiões que se autodenominam Espiritismo, não
o são de fato.
O templo do Espiritismo é o templo do estudo, do amor e da
caridade.
Outras pessoas, como você, também não acreditavam
ou tinham uma opinião deformada do Espiritismo e de seus
preceitos como mediunidade e reencarnação.
William Crookes, o extraordinário pai da Física contemporânea,
o homem que descobriu o tálio, a matéria radiante,
a quem se deve os pródomos da Física Nuclear da atualidade
chegou a dizer textualmente: "Eu era um materialista absoluto
e, depois de investigar em profundidade científica os fenômenos
mediúnicos, eu afirmo que eles já não são
possíveis: eles são reais!"
César Lombroso, depois de examinar a mediunidade de Eusápia
Paladino disse estas palavras: "Quando me lembro do que
eu e meus colegas zombávamos daqueles que acreditavam no
Espiritismo, coro de vergonha, porque hoje eu também sou
espírita! A evidência dos fatos dobrou a minha convicção
negativa".
E ainda Cronwell Varley, o que lançou sobre o mundo as linhas
da telegrafia e da telefonia internacional, os cabos transoceânicos,
teve a coragem de dizer: "Somente negam os fenômenos
espíritas, aqueles que não se deram ao trabalho de
os estudar. Eu não conheço um só exemplo de
alguém que os haja estudado, que não se tenha rendido
à sua evidência".
Não. Não precisa tornar-se espírita. Mas estude
o Espiritismo antes de criticá-lo.
E lembremo-nos que todos, independentemente de religiões,
somos filhos do mesmo Deus e devemos irmanarmo-nos, unirmo-nos pelo
bem comum, pelo amor ao próximo, pelos atos de solidariedade
humana. Jesus disse de forma simples e direta: "Reconhecereis
meus discípulos por muito se amarem". Portanto, Ele
recomenda que a meta é o amor imperar em todos nós,
independentemente da religião que professamos.
Lembremo-nos, ainda, que ninguém é dono da Verdade
Absoluta. Deus sendo Pai de toda a humanidade é também
o Pai de todas as religiões. Respeitemo-nos mutuamente, cheguemo-nos
mais pertos, para oportunizarmos o "aprender a amarmo-nos".
Só assim seremos dignos de sermos chamados de FILHOS DE DEUS.
Para encerrar, leiamos a letra abaixo, musicada pelo admirável
católico-cantor Padre Zezinho, que é um hino ao respeito
e à união dos seguidores das mais diversas religiões:
CANÇÃO ECUMÊNICA
Padre Zezinho
Que todos nós,
que acreditamos em Deus,
saibamos viver em paz e dialogar!
Que todos nós,
que cremos que Deus é Pai,
saibamos nos respeitar e nos abraçar!
Filhos do Universo,
filhos do mesmo amor,
saibamos ouvir uns aos outros,
ouvir o que o outro nos tem a dizer.
E, sem combater,
sem desmerecer,
primeiro escutar,
depois discordar,
por fim celebrar e orar.
E adorar e servir a Deus.
E ajudar e ajudar as pessoas...
e respeitar os ateus!
... pra sermos filhos de Deus.
* * *
Alkíndar de Oliveira
ALKÍNDAR DE OLIVEIRA é escritor
e consultor de empresas. Visite o site: www.alkindar.com.br
topo
Leiam outros textos de Alkíndar de Oliveira
->
Alteridade
->
Como conseguirmos recursos financeiros para a divulgação
do Espiritismo
->
Divulgação Espírita: Despertemo-nos!
->
Empatia, um dos quatro pilares do saudável relacionamento
->
O Espírita "Fazedor" - Onde Estão os Espíritas?
->
Espiritualidade na empresa, sem religião na empresa
->
Espiritismo, coisa do Demônio?
->
Espiritismo, Umbanda e Ecumenismo
->
Invertendo a pirâmide de Maslow: uma revolução na
gestão de pessoas
->
Motivar é possível?
->
A Nossa mais importante encarnação
->
A Nova Era do Espiritismo I - Brasi, Coração do Mundo, Pátria
do Evangelho
->
A Rebeldia dos Jovens, como agirmos?
->
Reconstruindo o mundo através de nossa reconstrução
interior
->
O Trabalho Voluntário na Casa Espírita
->
União no meio espírita
->
União no meio espírita - como conseguir a união no
meio espírita e como conseguir a prática do Ecumenismo
->
Vianna de Carvalho na revista Reformador - Campeonato de Insensatez
topo