Rita Foelker

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O que significa comprovar uma idéia ou um fenômeno? Presenciá-lo, ver e tocar seus efeitos? Ou admiti-lo como razoável, dentro de uma linha de raciocínios lógicos, experimentações pessoais e observações?

Inúmeras pessoas não acreditam em Espíritos, em fenômenos anímicos ou mediúnicos.

Algumas esperam provas, de preferência produzidas exclusivamente para si, zombando daqueles que consideram crédulos ou ingênuos.

Sobre essas pessoas, diz Kardec:

Os que no Espiritismo unicamente procuram efeitos materiais, não lhe podem compreender a força moral. Daí vem que os incrédulos, que apenas o conhecem através de fenômenos cuja causa primária não admitem, consideram os Espíritos prestidigitadores e charlatães. Não será, pois, por meio de prodígios que o Espiritismo triunfará da incredulidade: será pela multiplicação de seus benefícios morais, porquanto, se é certo que os incrédulos não admitem os prodígios, não menos certo é que conhecem, como toda gente, o sofrimento e as aflições de quem recusa alívio e consolação. (1)

E observa, ainda:

Os meios de convicção variam extremamente, segundo os indivíduos. O que persuade a uns não impressiona a outros. Se um se convence por meio de certas manifestações materiais, outro por comunicações inteligentes, a maioria é pelo raciocínio. (2)

Enquanto um olhar atento e uma mente aberta poderiam ver evidências da vida espiritual e da fenomenologia espírita por toda parte, continuamos encontrando pessoas que as negam sistematicamente.

Talvez, porque o convencimento dependa do grau de entendimento da natureza da realidade espiritual, que só pode advir de um estudo aprofundado das leis universais e de uma observação isenta de paixões e sectarismos.


Sincronismo

Muitas das comprovações possíveis, de uma ação inteligente presidindo nossas vidas, ocorrem no campo do que chamamos de sincronismo.

Criado pelo psicanalista Carl Gustav Jung, em 1929, o termo sincronicidade define um princípio de "ligação não-causal", ou seja, ligações subjetivas e significativas entre fatos aparentemente não relacionados entre si.

Alguma vez você já teve um palpite ou intuição sobre uma coisa que quisesse fazer? Um rumo que quisesse dar à sua vida? E se perguntou como isso poderia ocorrer? E então, depois de quase ter esquecido o assunto e se concentrado em outras coisas, de repente encontrou alguém, ou leu alguma coisa, ou foi a algum lugar que levou àquela mesma oportunidade que tinha vislumbrado? (3)

Fatos sincrônicos revelam o propósito evolutivo da vida, orientando e incentivando através de pequenas e simples ocorrências, em geral percebidas somente por aquele a quem se dirigem. Podem acontecer (e acontecem) com qualquer pessoa, o que varia é o grau de consciência a seu respeito.

É preciso estar em contato consigo mesmo e com um nível mais sutil de percepção, para constatar que existem e funcionam. Pode ocorrer um fato externo banal para a maioria das pessoas, mas com um significado subjetivo que descobrimos posteriormente, um significado que conduz a uma nova compreensão ou a percepção de sentidos anteriormente ocultos nas situações da existência.

Os caminhos da Espiritualidade são sutis e delicados. Somente as almas endurecidas pedem provas retumbantes, e ainda assim seriam capazes de delas descrer.

Para os filhos de almas sensíveis, uma flor que nasce no jardim pode ser um recado de sua mãe, pelos significados e conexões internas que se estabelecem, pela sintonia de afeto que se cria.

Não é curioso que aqueles que mais exigem provas e comprovações sejam aqueles que estão mais longe de percebê-las e de compreender?

 

 

(1) A Gênese, Cap. 15, item 28
(2) O Livro dos Médiuns, "Do método", item 29
(3) Redfield, James. A profecia celestina. Ed. Objetiva

 


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