Observe, amigo dirigente espírita,
quando as coisas estão confusas na instituição
sob sua responsabilidade e direção. Preste atenção
no desequilíbrio que muitas vezes toma conta das atividades,
no andamento “amarrado” das situações, nos
relacionamentos difíceis, nas crises que se instalam …
Pense bem. Retome passo a passo até tentar achar a origem dos
desequilíbrios e você verá, concluindo, que muitas
vezes ou pelo menos em sua maioria a crise da instituição
está primeiramente na crise do dirigente. Os desequilíbrios
do dirigente, mesmo suas carências individuais, refletem diretamente
na instituição que dirige. É claro que uma instituição
com um grupo bem formado, equilibrado, consegue muitas vezes superar
uma crise de seu dirigente, mas na maioria das vezes, constataremos
o reflexo direto da vida pessoal do dirigente refletida diretamente
na instituição.
Quando ele está bem, transmite sua segurança e tranquilidade
a todo o grupo. Quando ele está bem, estruturado no conhecimento
e vivência espírita, a instituição também
está bem. Mas, quando ele está vivendo período
de conflitos interiores, quando se sente desequilibrado, fruto de
sua própria condição humana ou pela ausência
do estudo e vivência espírita, encontraremos o reflexo
direto na instituição … Afinal, uma instituição,
seja em qualquer área que atue, sempre reflete o conhecimento
de seus dirigentes.
É assim que encontraremos sólidos grupos que estudam
e trabalham, refletindo diretamente o direcionamento nesta área,
imprimido pela sua direção. É da mesma forma
que encontraremos grupos unidos, fortalecidos pelo ideal espírita,
mostrando a mesma postura de seu dirigente. Mas também encontraremos
grupos desestruturados, “capengando” sem rumo, entregues
ao sabor das circunstâncias, como seus próprios dirigentes…
Isto não é regra, é bom lembrar. Existem dirigentes
esforçados, com grupos difíceis, com desafios de grande
porte, apresentando oportunidades de mais trabalho, face às
dificuldades de seus integrantes e aí não só
do dirigente.
E há também os grupos que se deixam absolutamente dirigir
meramente por supostos “mentores” espirituais. Aí
normalmente é onde se instalam os maiores desequilíbrios,
pondo às claras o próprio desequilíbrio de seu
suposto mentor.
A verdade é que viver harmoniosamente é um dos maiores
desafios da existência e os dirigentes, somos todos criaturas
frágeis, falíveis. Colocamo-nos como dirigentes de instituições,
administrando recursos humanos e materiais, mas nossas dificuldades
sempre irão refletir nesta administração. Mas
apesar disto, é preferível administrar com dificuldades
e deficiências do que deixar de levar adiante um trabalho que
está nos ensinando a viver e ainda ajudando outras pessoas.
É melhor fazer que deixar de fazer, mesmo que imperfeitamente.
Novamente surge aí a proposta espírita da renovação
que precisamos alcançar.
Uma vez mais, surge o desafio para que as instituições
aprimorem suas atividades e isto requer uma postura decidida de seu
dirigente, que precisa ouvir e sentir os integrantes da instituição
que dirige. A postura de colocar-se num pedestal, apresentando-se
simplesmente como um mero dirigente – sem vencer as próprias
dificuldades, tem sido uma das causas dos conflitos em nossas instituições.
Daí a recomendação do Mestre: “aquele
que quiser ser o maior, que seja o servidor de todos”.
E mais interessante é que esta análise cabe tanto para
nossas instituições espíritas como para as demais
instituições humanas, inclusive governamentais, pois
que o desequilíbrio do homem é que desequilibra suas
instituições.