E o homem que estava possesso do espírito
mau pulou sobre eles com tanta violência, que tiveram de fugir
daquela casa, sem roupas e cobertos de ferimentos.
Atos 19, 16
*
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Introdução
Por várias vezes nos deparamos
com essa dúvida, quando pessoas nos perguntavam se, nos casos
de obsessão, haveria verdadeiramente uma posse física
do encarnado, ou seja, se o espírito obsessor entraria mesmo
no corpo do obsidiado, passando a agir com o corpo deste.
A nossa experiência nos leva a
crer que, em alguns casos, sim. Mas é importante ressaltar que,
de forma alguma, estamos generalizando para todos os casos de obsessão.
Vamos contar uma ocorrência que nos levou a rever nosso posicionamento
anterior de que isso não ocorria em nenhuma hipótese.
Realidade x teoria: Um paciente
em obsessão
Cerca de ano e meio atrás, fomos
chamados para ajudar uma moça que havia sido hospitalizada por
estar se comportando de maneira anormal. Entretanto, dentre os parentes,
alguns perceberam que ela estava influenciada por espíritos,
por isso solicitaram o nosso auxílio. Chegando ao local onde
se encontrava, vimos que a possibilidade de estar mesmo sob influência
espiritual era evidente, pois, além de falar com voz masculina,
falava outras coisas que em seu estado normal não lhe era habitual.
Naquele momento tinha, segurando-lhe os braços, dois homens fortes,
restringindo-lhe os movimentos, uma vez que queria agredir a si mesma.
Por algum dos presentes no quarto, tivemos notícias de que o
pároco da cidade havia passado por lá, numa rápida
visita. Ele, ao sair, disse que, quando ela ficasse boa, ele voltaria.
Como se diz popularmente: aí até nós...
A equipe de médiuns, que nos
acompanhava naquele atendimento fraterno, também teve essa mesma
impressão. Passamos, então, a estabelecer diálogo
com os espíritos que a atormentavam. E após vários
se apresentarem, conseguimos, finalmente, libertá-la daquelas
influências, fato que a fez voltar a seu estado normal.
Passados alguns dias, fomos, novamente,
chamados para ajudar essa moça. Desta vez, estava em sua própria
residência, com os mesmos sintomas, falando com voz que não
era a sua, e tentando se agredir, ou seja, comportava-se exatamente
como da primeira vez. Na oportunidade, conversamos com vários
espíritos. A situação estava difícil, pois,
mal acabávamos de convencer um espírito a se afastar da
moça, “entrava” outro. E, assim, ficamos por mais
de uma hora. Por fim, dada a nossa incapacidade de resolver a questão,
recomendamos aos familiares que a levassem ao Hospital Espírita
André Luiz, na capital mineira, para avaliação
e tratamento, se a situação assim o exigisse.
A equipe do Hospital constatou que a
moça realmente estava sob forte influência espiritual,
recomendando que seu nome fosse levado para a reunião específica
de desobsessão e que, semanalmente, por um tempo longo, tomasse
passe, além de ter receitado medicamentos para tranqüilizar
a paciente, de conformidade com os procedimentos médicos tradicionais
para o caso.
Daí, sempre que possível,
a família a levava ao Grupo Espírita que freqüentávamos.
Na hora do passe era um sufoco, pois a moça fechava os olhos,
e pronto: entrava em sintonia com os espíritos que a perseguiam.
Isso fez com que orientássemos aos passistas para que não
a deixassem concentrar-se, quando no momento do passe.
Entretanto, numa certa vez, após
adentrar a câmara de passes, entrou em transe, numa nítida
sintonia espiritual. Aliás, nunca vimos uma pessoa sintonizar
tão facilmente quanto ela. Fomos imediatamente chamados para
ajudar. Embora a situação fosse extremamente inadequada,
de igual modo para as anteriores, iniciamos o diálogo com o espírito
que a assediava, e, com muito custo, conseguimos dele a promessa de
que iria “sair” da moça. Imediatamente após
ele dizer isso, a moça perdeu todo o controle do corpo, caindo
ao chão, sem que pudéssemos fazer absolutamente nada,
dada a rapidez com que isso aconteceu. Ajudado pelos companheiros, com
relativa dificuldade, a colocamos numa cadeira, tentando reanimá-la,
o que ocorreu poucos minutos depois. Ao voltar a seu normal não
se lembrou de nada do que lhe ocorreu nesse período de tempo.
Saiu naturalmente como entrou, de forma que, quem a viu sair da câmara
de passes, não percebeu o que havia ocorrido.
Foi a partir desse episódio que
passamos a questionar o conceito de que todos os fenômenos mediúnicos
têm como base a mente; em outras palavras, tudo ocorre em nível
de sintonias mentais, entre os envolvidos, sem qualquer tipo de ligação
física. Mas, o fato ocorrido nos remetia a acreditar que havia
realmente uma posse física, o que, a nosso ver,
justificava a queda da moça após a “saída”
do espírito, se assim podemos nos expressar, não conseguindo,
o seu próprio espírito, voltar a tempo de controlar o
corpo de modo a evitar a sua queda.
Essa questão foi amplamente debatida
entre os membros do Grupo, e na ocasião, chegou às nossas
mãos um texto publicado no site Portal do Espírito, em
que o articulista defendia, ou melhor, demonstrava que Kardec havia
falado algo a respeito disso. Vejamos, então, nas obras kardequianas
o que podemos encontrar.
O assunto nas Obras Básicas
Iremos apresentar em ordem cronológica
o que encontramos daquilo que Kardec disse, para que fique clara a evolução
do seu entendimento sobre o assunto.
1) Abr/1857 – O Livro
dos Espíritos
Abordado nas seguintes questões:
473. Pode um Espírito
tomar temporariamente o invólucro corporal de uma pessoa viva,
isto é, introduzir-se num corpo animado e obrar em lugar do outro
que se acha encarnado neste corpo?
“O Espírito não
entra em um corpo como entras numa casa. Identifica-se com um Espírito
encarnado, cujos defeitos e qualidades sejam os mesmos que os seus,
a fim de obrar conjuntamente com ele. Mas, o encarnado é sempre
quem atua, conforme quer, sobre a matéria de que se acha revestido.
Um Espírito não pode substituir-se ao que está
encarnado, por isso que este terá que permanecer ligado ao seu
corpo até ao termo fixado para sua existência material.”
474. Desde que não
há possessão propriamente dita, isto é, coabitação
de dois Espíritos no mesmo corpo, pode a alma ficar na dependência
de outro Espírito, de modo a se achar subjugada ou obsidiada
ao ponto de a sua vontade vir a achar-se, de certa maneira, paralisada?
“Sem dúvida, e são
esses os verdadeiros possessos. Mas, é preciso saibas que essa
dominação não se efetua nunca sem que aquele que
a sofre o consinta, quer por sua fraqueza, quer por desejá-la.
Muitos epilépticos ou loucos, que mais necessitavam de médico
que de exorcismos, têm sido tomados por possessos”.
O vocábulo possesso, na sua acepção
vulgar, supõe a existência de demônios, isto é,
de uma categoria de seres maus por natureza, e a coabitação
de um desses seres com a alma de um indivíduo, no seu corpo.
Posto que, nesse sentido, não há demônios e que
dois Espíritos não podem habitar simultaneamente o mesmo
corpo, não há possessos na conformidade da idéia
a que esta palavra se acha associada. O termo possesso só se
deve admitir como exprimindo a dependência absoluta em que uma
alma pode achar-se com relação a Espíritos imperfeitos
que a subjuguem.
Nessa circunstância, não
há nenhuma margem para dúvidas de que, naquele momento,
não julgava que pudesse haver possessão física,
mas sim subjugação. E Kardec justifica o porquê
de não querer usar o termo possessão, já que poderiam
relacioná-lo com demônios, seres que não existem
para o Espiritismo, senão na acepção de espíritos
imperfeitos e ainda dedicados ao mal.
2) Jan/1861 – Livro dos
Médiuns
No capítulo XXIII, intitulado
Da Obsessão, Kardec volta novamente ao assunto.
240. A subjugação
é uma constrição que paralisa a vontade daquele
que a sofre e o faz agir a seu mau grado. Numa palavra: o paciente fica
sob um verdadeiro jugo.
A subjugação pode ser
moral ou corporal. No primeiro caso, o subjugado é constrangido
a tomar resoluções muitas vezes absurdas e comprometedoras
que, por uma espécie de ilusão, ele julga sensatas: é
uma como fascinação. No segundo caso, o Espírito
atua sobre os órgãos materiais e provoca movimentos involuntários.
Traduz-se, no médium escrevente, por uma necessidade incessante
de escrever, ainda nos momentos menos oportunos. Vimos alguns que, à
falta de pena ou lápis, simulavam escrever com o dedo, onde quer
que se encontrassem, mesmo nas ruas, nas portas, nas paredes.
Vai, às vezes, mais longe a subjugação
corporal; pode levar aos mais ridículos atos. Conhecemos um homem,
que não era jovem, nem belo e que, sob o império de uma
obsessão dessa natureza, se via constrangido, por uma força
irresistível, a pôr-se de joelhos diante de uma moça
a cujo respeito nenhuma pretensão nutria e pedi-la em casamento.
Outras vezes, sentia nas costas e nos jarretes uma pressão enérgica,
que o forçava, não obstante a resistência que lhe
opunha, a se ajoelhar e beijar o chão nos lugares públicos
e em presença da multidão. Esse homem passava por louco
entre as pessoas de suas relações; estamos, porém,
convencidos de que absolutamente não o era; porquanto tinha consciência
plena do ridículo do que fazia contra a sua vontade e com isso
sofria horrivelmente.
241. Dava-se outrora
o nome de possessão ao império exercido por maus Espíritos,
quando a influência deles ia até à aberração
das faculdades da vítima. A possessão seria, para nós,
sinônimo da subjugação. Por dois motivos deixamos
de adotar esse termo: primeiro, porque implica a crença de seres
criados para o mal e perpetuamente votados ao mal, enquanto que não
há senão seres mais ou menos imperfeitos, os quais todos
podem melhorar-se; segundo, porque implica igualmente a idéia
do assenhoreamento de um corpo por um Espírito estranho, de uma
espécie de coabitação, ao passo que o que há
é apenas constrangimento. A palavra subjugação
exprime perfeitamente a idéia. Assim, para nós, não
há possessos, no sentido vulgar do termo, há somente obsidiados,
subjugados e fascinados.
Ainda aqui Kardec não muda de
opinião, mantém a que possuía a respeito desse
assunto, apenas, como bom educador, esclarece com mais detalhe o que
havia dito antes.
3) Dez/1863 – Revista
Espírita
Neste ponto Kardec muda de opinião,
retificando o seu pensamento anterior, após ter uma prova de
que há possessão física sim. Vejamos o que ele
narra:
Um caso de possessão
Senhoria Julie
Dissemos que não havia possessos
no sentido vulgar da palavra, mas subjugados; retornamos sobre esta
afirmação muito absoluta, porque nos está demonstrado
agora que pode ali haver possessão verdadeira, quer dizer, substituição,
parcial no entanto, de um Espírito errante ao Espírito
encarnado. Eis um primeiro fato que é a prova disto, e que apresenta
o fenômeno em toda a sua simplicidade. (...)
(...) Ele [o espírito] declara
que, querendo conversar com seu antigo amigo, aproveitou de um momento
em que o Espírito da Senhora A..., a sonâmbula, estava
afastado de seu corpo, para se colocar em seu lugar. (...)
P. Que fez durante esse tempo
o Espírito da senhora A...?
– R. Estava lá, ao lado, me olhava
e ria de ver-me nesse vestuário.
Como se pode notar, transcrevemos apenas
o que nos pareceu interessante para o nosso estudo. Entretanto, partindo
das próprias afirmações de Kardec, algumas pessoas
colocam como ainda não doutrinária essa questão,
por estar apenas na Revista Espírita. De fato, é perfeitamente
aceitável pensar assim diante do que Kardec disse:
A Revista é, freqüentemente,
para nós, um terreno de ensaio destinado a sondar a opinião
dos homens e dos Espíritos sobre certos princípios, antes
de admiti-los como partes constitutivas da Doutrina. (A
Gênese, Introdução, 1868).
Teríamos, como a maioria, também
dado esse assunto por encerrado, já que a evidência era
demasiadamente forte para contestarmos, apesar de, particularmente,
não estar vendo a questão dessa forma, pois, para nós,
a mudança de opinião é clara demais na Revista
Espírita, não se tratando de questão que foi ali
colocada para ver as opiniões sobre o assunto.
Mas, continuando as pesquisas, deparamos
com algo que não deixará dúvidas, ficando claro
que faz parte, sim, dos princípios constitutivos da Doutrina.
Vejamos, então, o que encontramos, por último, naquilo
que pesquisamos.
4) Jan/1868 – A Gênese
Kardec volta a essa questão,
agora em definitivo, nesse livro, no capítulo XIV, Os
Fluidos, quando, tratando das obsessões, diz:
46 - Assim como as
enfermidades resultam das imperfeições físicas
que tornam o corpo acessível às perniciosas influências
exteriores, a obsessão decorre sempre de uma imperfeição
moral, que dá ascendência a um Espírito mau, A uma
causa física, opõe-se uma força física;
a uma causa moral preciso é se contraponha uma força moral.
Para preservá-lo das enfermidades, fortificasse o corpo; para
garanti-la contra a obsessão, tem-se que fortalecer a alma; donde,
para o obsidiado, a necessidade de trabalhar por se melhorar a si próprio,
o que as mais das vezes basta para livrá-lo do obsessor, sem
o socorro de terceiros. Necessário se torna este socorro, quando
a obsessão degenera em subjugação e em possessão,
porque nesse caso o paciente não raro perde a vontade e o livre-arbítrio.
Quase sempre a obsessão exprime
vingança tomada por um Espírito e cuja origem freqüentemente
se encontra nas relações que o obsidiado manteve com o
obsessor, em precedente existência.
Nos casos de obsessão grave,
o obsidiado fica como que envolto e impregnado de um fluido pernicioso,
que neutraliza a ação dos fluidos salutares e os repele.
É daquele fluido que importa desembaraçá-lo, Ora,
um fluído mau não pode ser eliminado por outro igualmente
mau. Por meio de ação idêntica à do médium
curador, nos casos de enfermidade, preciso se faz expelir um fluido
mau com o auxílio de um fluido melhor.
Nem sempre, porém, basta esta
ação mecânica; cumpre, sobretudo, atuar sobre o
ser inteligente, ao qual é preciso se possua o direito de falar
com autoridade, que, entretanto, falece a quem não tenha superioridade
moral, Quanto maior esta for, tanto maior também será
aquela.
Mas, ainda não é tudo:
para assegurar a libertação da vítima, indispensável
se torna que o Espírito perverso seja levado a renunciar aos
seus maus desígnios; que se faça que o arrependimento
desponte nele, assim como o desejo do bem, por meio de instruções
habilmente ministradas, em evocações particularmente feitas
com o objetivo de dar-lhe educação moral. Pode-se então
ter a grata satisfação de libertar um encarnado e de converter
um Espírito imperfeito.
O trabalho se torna mais fácil
quando o obsidiado, compreendendo a sua situação, para
ele concorre com a vontade e a prece. Outro tanto não sucede
quando, seduzido pelo Espírito que o domina, se ilude com relação
às qualidades deste último e se compraz no erro a que
é conduzido, porque, então, longe de a secundar, o obsidiado
repele toda assistência. É o caso da fascinação,
infinitamente mais rebelde sempre, do que a mais violenta subjugação.
(O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. XXIII.)
Em todos os casos de obsessão,
a prece é o mais poderoso meio de que se dispõe para demover
de seus propósitos maléficos o obsessor.
47. - Na obsessão,
o Espírito atua exteriormente, com a ajuda do seu perispírito,
que ele identifica com o do encarnado, ficando este afinal enlaçado
por uma como que teia e constrangido a proceder contra a sua vontade.
Na possessão, em vez de agir
exteriormente, o Espírito atuante se substitui, por assim dizer,
ao Espírito encarnado; toma-lhe o corpo para domicílio,
sem que este, no entanto, seja abandonado pelo seu dono, pois que isso
só se pode dar pela morte. A possessão, conseguintemente,
é sempre temporária e intermitente, porque um Espírito
desencarnado não pode tomar definitivamente o lugar de um encarnado,
pela razão de que a união molecular do perispírito
e do corpo só se pode operar no momento da concepção.
(Cap. XI, nº. 18.)
De posse momentânea do corpo do
encarnado, o Espírito se serve dele como se seu próprio
fora: fala pela sua boca, vê pelos seus olhos, opera com seus
braços, conforme o faria se estivesse vivo. Não é
como na mediunidade falante, em que o Espírito encarnado fala
transmitindo o pensamento de um desencarnado; no caso da possessão
é mesmo o último que fala e obra; quem o haja conhecido
em vida, reconhece-lhe a linguagem, a voz, os gestos e até a
expressão da fisionomia.
48. - Na obsessão
há sempre um Espírito malfeitor. Na possessão pode
tratar-se de um Espírito bom que queira falar e que, para causar
maior impressão nos ouvintes, toma do corpo de um encarnado,
que voluntariamente lho empresta, como emprestaria seu fato a outro
encarnado. Isso se verifica sem qualquer perturbação ou
incômodo, durante o tempo em que o Espírito encarnado se
acha em liberdade, como no estado de emancipação, conservando-se
este último ao lado do seu substituto para ouvi-lo.
Quando é mau o Espírito
possessor, as coisas se passam de outro modo. Ele não toma moderadamente
o corpo do encarnado, arrebata-o, se este não possui bastante
força moral para lhe resistir. Fá-lo por maldade para
com este, a quem tortura e martiriza de todas as formas, indo ao extremo
de tentar exterminá-lo, já por estrangulação,
já atirando-o ao fogo ou a outros lugares perigosos. Servindo-se
dos órgãos e dos membros do infeliz paciente, blasfema,
injuria e maltrata os que o cercam; entrega-se a excentricidades e a
atos que apresentam todos os caracteres da loucura furiosa.
São numerosos os fatos deste
gênero, em diferentes graus de intensidade, e não derivam
de outra causa muitos casos de loucura. Amiúde, há também
desordens patológicas, que são meras conseqüências
e contra as quais nada adiantam os tratamentos médicos, enquanto
subsiste a causa originária. Dando a conhecer essa fonte donde
provém uma parte das misérias humanas, o Espiritismo indica
o remédio a ser aplicado: atuar sobre o autor do mal que, sendo
um ser inteligente, deve ser tratado por meio da inteligência.
(1).
49. - São as
mais das vezes individuais a obsessão e a possessão; mas,
não raro são epidêmicas. Quando sobre uma localidade
se lança uma revoada de maus Espíritos, é como
se uma tropa de inimigos a invadisse. Pode então ser muito considerável
o número dos indivíduos atacados. (2).
__________
(1) Casos de cura de obsessões
e de possessões: Revue Spirite, dezembro
de 1863, pág., 373; - janeiro de 1864, pág. 11; - junho
de 1864, pág. 168; - janeiro de 1865, pág. 5; - junho
de 1865, pág. 172; - fevereiro de 1868, pág. 38; - junho
de 1867, pág. 174.
(2) Foi exatamente desse gênero
a epidemia que, faz alguns anos, atacou a aldeia de Morzine na Sabóia.
Veja-se o relato completo dessa epidemia na Revue Spirite de dezembro
de 1862, pág. 353; janeiro, fevereiro, abril e maio de 1863,
págs. 1, 33, 101 e 133.
5) Fev/1869 – Revista
Espírita
Na narrativa de Kardec a respeito de
um espírito que não acreditava ter morrido, mas apenas
sonhando, podemos encontrar mais alguma coisa sobre o assunto de que
estamos tratando. Vejamos:
Na sessão da Sociedade de Paris,
de 8 de janeiro, o mesmo Espírito veio se manifestar de novo,
não pela escrita, mas pela palavra, em se servindo do corpo do
Sr. Morin, em sonambulismo espontâneo. Ele falou durante uma hora,
e isso foi uma cena das mais curiosas, porque o médium tomou
a sua pose, seus gestos, sua voz, sua linguagem ao ponto que aqueles
que o tinham visto o reconheceram sem dificuldade. (...)
Numa outra reunião, um Espírito
deu sobre este fenômeno a comunicação seguinte:
Há aqui, uma substituição
de pessoa, uma simulação. O Espírito encarnado
recebe a liberdade ou cai na inação. Digo inércia,
quer dizer, a contemplação daquilo que se passa. Ele está
na posição de um homem que empresta momentaneamente a
sua habitação, e que assiste às diferentes cenas
que se realizam com a ajuda de seus móveis. Se gosta mais de
gozar da sua liberdade, ele o pode, a menos que não haja para
ele utilidade em permanecer espectador.
Não é raro que um Espírito
atue e fale com o corpo de um outro; deveis compreender a possibilidade
deste fenômeno, então que sabeis que o Espírito
pode se retirar com o seu perispírito mais ou menos longe de
seu envoltório corpóreo. Quando esse fato ocorre sem que
nenhum Espírito disto se aproveite para ocupar o lugar, há
a catalepsia. Quando um Espírito deseja para
ali se colocar para agir, toma um instante a sua parte na encarnação,
une o seu perispírito ao corpo adormecido, desperta-o por esse
contato e restitui o movimento à máquina; mas os movimentos,
a voz não são mais os mesmos, porque os fluidos perispirituais
não afetam mais o sistema nervoso do mesmo modo que o verdadeiro
ocupante.
Essa ocupação jamais pode
ser definitiva; seria preciso, para isso, a desagregação
absoluta do primeiro perispírito, o que levaria forçosamente
à morte. Ela não pode mesmo ser de longa duração,
pela razão de que o novo perispírito, não tendo
sido unido a esse corpo desde a sua formação, não
tem nele raízes, não estando modelado sobre esse corpo,
não está apropriado ao desempenho dos órgãos;
o Espírito intruso não está numa posição
normal; ele é embaraçado em seus movimentos e é
porque deixa essa veste emprestada desde que dela não tenha mais
necessidade.
Aqui, então, diante do assunto
incluído num dos livros das Obras Básicas,
não há mais como contestar não ser tema constitutivo
da Doutrina, embora, como já o dissemos, já o aceitávamos
por estar tão objetivamente na Revista Espírita, e como
resposta à experiência pessoal que tivemos, inicialmente
relatada. A novidade é que Kardec afirma que até um Espírito
bom poderá possuir o corpo de um encarnado, desde que as condições
o exijam.
Opiniões sobre o assunto
No capítulo XIX – Transes
e Incorporação do livro No Invisível,
Léon Denis fala justamente daquilo que estamos
presentemente estudando. Vamos ver então o que disse aquele que
é considerado o sucessor de Kardec:
O estado de transe é esse grau
de sono magnético que permite ao corpo fluídico exteriorizar-se,
desprender-se do corpo carnal, e à alma tornar a viver por um
instante sua vida livre e independente. A separação, todavia,
nunca é completa; a separação absoluta seria a
morte.... No transe, o médium fala, move-se, escreve automaticamente;
desses atos, porém, nenhuma lembrança conserva ao despertar.
O estado de transe pode ser provocado,
quer pela ação de um magnetizador, quer pela de um Espírito.
Sob o influxo magnético, os laços que unem os dois corpos
se afrouxam. A alma, com seu corpo sutil, vai-se emancipando pouco a
pouco; recobra o uso de seus poderes ocultos, comprimidos pela matéria.
Quanto mais profundo é o sono, mais completo vem a ser o desprendimento.
(...)
No corpo do médium, momentaneamente
abandonado, pode dar-se uma substituição de Espírito.
É o fenômeno das incorporações. A alma de
um desencarnado, mesmo a alma de um vivo adormecido, pode tomar o lugar
do médium e servir-se de seu organismo material, para se comunicar
pela palavra e pelo gesto com as pessoas presentes.
Nesse ponto Léon Denis cita Dr.
Oliver Lodge e o professor Myers como testemunhos
da realidade desses fatos. E continuando, lemos:
Indagam certos experimentadores:
o Espírito do manifestante se incorpora efetivamente no organismo
do médium? Ou opera ele antes, à distância, pela
sugestão mental e pela transmissão de pensamento, como
o pode fazer o Espírito exteriorizado do sensitivo?
Um exame atento dos fatos nos
leva a crer que essas duas explicações são igualmente
admissíveis, conforme os casos. As citações
que acabamos de fazer provam que a incorporação pode ser
real e completa. É mesmo algumas vezes inconsciente, quando,
por exemplo, certos Espíritos pouco adiantados são conduzidos
por uma vontade superior ao corpo do médium e postos em comunicação
conosco, a fim de serem esclarecidos sobre sua verdadeira situação.
Esses Espíritos, perturbados pela morte, acreditam ainda, muito
tempo depois, pertencerem à vida terrestre. Não lhes permitindo
seus fluidos grosseiros o entrarem em relação com os Espíritos
mais adiantados, são levados aos grupos de estudo, para serem
instruídos acerca de sua nova condição. É
difícil às vezes fazer-lhes compreender que abandonaram
a vida carnal, e sua estupefação atinge o cômico,
quando, convidados a comparar o organismo que momentaneamente animam
com o que possuíam na Terra, são obrigados a reconhecer
o seu engano. Não se poderia duvidar, em tal caso, na incorporação
completa do Espírito.
Noutras circunstâncias, a teoria
da transmissão, à distância, parece melhor explicar
os fatos. As impressões oriundas de fora são mais ou menos
fielmente percebidas e transmitidas pelos órgãos. Ao lado
de provas de identidade, que nenhuma hesitação permitem
sobre a autenticidade do fenômeno e intervenção
dos Espíritos, verificam-se, na linguagem do sensitivo em transe,
expressões, construções de frases, um modo de pronunciar
que lhe são habituais. O Espírito parece projetar o pensamento
no cérebro do médium, onde adquire, de passagem, formas
de linguagem familiares a este. A transmissão se efetua em tal
caso no limite dos conhecimentos e aptidões do sensitivo, em
termos vulgares ou escolhidos, conforme o seu grau de instrução.
Daí também certas incoerências que se devem atribuir
à imperfeição do instrumento.
Ao despertar, o Espírito do médium
perde toda consciência das impressões recebidas no sentido
de liberdade, do mesmo modo que não guardará o menor conhecimento
do papel que seu corpo tenha desempenhado durante o transe. Os sentidos
psíquicos, de que por um momento haviam readquirido a posse,
se extinguem de novo; a matéria estende o seu manto; a noite
se produz; toda recordação de desvanece. O médium
desperta num estado de perturbação, que lentamente se
dissipa.
As colocações de Léon
Denis vêm corroborar o que o próprio Kardec disse sobre
a possessão. Agora, mais do que nunca, ficamos convictos dessa
realidade, uma vez que todas as colocações que citamos
estão coerentes entre si, não havendo, portanto, algo
que demonstre qualquer contradição entre elas.
Poderemos ainda acrescentar, apenas
para reforçar essa idéia, algumas coisas que encontramos
no livro Nos Domínios da Mediunidade, Chico
Xavier, ditado por André Luiz.
Vejamos os trechos:
“Falando a respeito de determinado
médium está dito: ‘Quando empresta o veículo
a entidades dementes ou sofredoras, reclama-nos cautela, porquanto quase
sempre deixa o corpo à mercê dos comunicantes, quando lhe
compete o dever de ajudar-nos na contenção deles, a fim
de que o nosso tentame de fraternidade não lhe traga prejuízo
à organização física’”. (pág.
30).
Segundo pensamos, se o médium
“empresta o veículo a entidades” é porque
os espíritos tomam posse do corpo físico dele ou, no linguajar
popular, incorpora-se no médium.
“... Entretanto, adaptando-se
ao organismo da mulher amada que passou a obsidiar, nela encontrou novo
instrumento de sensação, vendo por seus olhos, ouvindo
por seus ouvidos, muitas vezes falando por sua boca e vitalizando-se
com os alimentos comuns por ela utilizados. Nessa simbiose vivem ambos,
há quase cinco anos sucessivos, contudo, agora, a moça
subnutrida e perturbada acusa desequilíbrios orgânicos
de vulto”. (pág. 54).
É praticamente o que diz Kardec
ao final do item 47, na passagem comentada no item 4 acima – A
Gênese. A única divergência é que o codificador
falou de posse momentânea, e aqui descreve uma com, provavelmente,
cinco anos de duração.
“Notamos que Eugênia-alma
afastou-se do corpo, mantendo-se junto dele, a distância de alguns
centímetros, enquanto que, amparado pelos amigos que o assistiam,
o visitante sentava-se rente, inclinado-se sobre o equipamento mediúnico
ao qual se justapunha, à maneira de alguém a debruçar-se
numa janela”. (págs. 54/55).
“... nesses trabalhos, o médium
nunca se mantém a longa distância do corpo...” (pág.
56).
Impressionante como esse trecho se assemelha
à fala do espírito que explicava como possuía o
corpo físico da Senhora A..., na possessão citada na Revista
Espírita. E, para quem assistiu ao filme Ghost, essa descrição
faz-nos lembrar do que acontecia com a personagem vivida por Whoopi
Goldberg, que antes brincava de “receber” espíritos,
e depois passou a “recebê-los” de fato.
Vejam bem: tudo isso se ajusta ao que
está dito em A Gênese, mas mesmo que no livro do autor
espiritual André Luiz fatos extremamente idênticos são
relatados, lemos nessa obra o seguinte:
“Achando-se a mente na base de
todas as manifestações mediúnicas, quaisquer que
sejam os característicos em que se expressem...” (pág.
18).
Isso vem justamente contradizer, salvo
melhor juízo, o que está descrito nesse livro, quando
dos casos de incorporação e dos de obsessão, uma
vez que, por eles fica caracterizada a posse do corpo do médium
ou do obsidiado, respectivamente. Assim, acreditamos que poderia estar
havendo certo exagero em se dizer de forma absoluta que a mente está
na base de todas as manifestações mediúnicas, como
se afirma no mencionado livro, a não ser que estejamos entendendo
de maneira errada o que quer colocar o autor espiritual. Poderia, quem
sabe, estar mesmo querendo dizer que essa base é a mente do desencarnado,
não como sendo a ligação mental entre os envolvidos
no fenômeno mediúnico.
Podemos ainda citar o Dr. Hermani
Guimarães Andrade que utilizou quase das mesmas passagens
que citamos de André Luiz, quando estudou a
questão das incorporações mediúnicas, obsessões
e possessões. A certa altura diz-nos esse saudoso mestre:
A “incorporação
mediúnica” pode, também, distinguir-se
por diversas modalidades de comunicação: psicofonia, psicografia,
possessão parcial ou total das manifestações de
habilidades não aprendidas tais como nos casos de psicopctografia,
psicocirurgia, psicoescultura,, psicomúsica, escrita automática
incontrolável com xenografia, xenoglossia, múltipla personalidade,
transfiguração (esta última pertencendo também
ao capítulo das ectoplasmias), etc.
O mecanismo da “incorporação
mediúnica” é fácil de compreender.
Ela pode principiar pela aproximação da entidade que deseja
comunicar-se. Esta poderá eventualmente influenciar o “médium”,
facilitando-lhe o “transe”. O médium passa então
a sofrer um desdobramento astral (OBE) e sua cúpula juntamente
com o corpo astral deslocam-se parcial ou totalmente de maneira a permitir
que a cúpula e o corpo astral do Espírito comunicante
ocupe parcial ou totalmente o campo livre deixado pelo “corpo
astral” do médium. A incorporação é
tanto mais perfeita quanto maior o espaço é cedido pelo
astral do médium ao afastar-se do seu corpo físico, deixando
lugar para a cúpula com o corpo astral do comunicador. Este –
o Espírito comunicante – deverá sofrer um processo
semelhante ao desdobramento astral,, para permitir que sua cúpula
e corpo astral possam justapor-se ao espaço livre deixado pelo
médium (ver fig. 16).
Na figura 16 mostramos
esquematicamente o mecanismo de uma incorporação mediúnica
completa. Há casos em que a parte astral do médium se
desloca só parcialmente, permitindo que apenas uma fração
do astral do Espírito comunicador entre em contacto com a zona
anímico-perispirítica daquele. Mesmo nestas condições
pode haver comunicação, a qual poderá ser em parte
direta e em parte telepática. Em semelhante circunstância
há sempre possibilidade de controle das comunicações,
por parte do médium. Este poderá interferir no processo,
ainda mesmo que totalmente afastado, pois a ligação com
a sua zona anímico-perispirítica não cessa. Há
sempre a presença do “cordão prateado” garantindo
o domínio do próprio equipamento somático.
Conclusão
O que aprendemos como uma oportuna lição,
é que sempre devemos fazer nossas pesquisas em todos
os livros de Kardec; até que tenhamos a opinião
final, não podemos ficar com a primeira opinião que, por
ventura, venhamos encontrar. Conforme ficou demonstrado nesse estudo,
Kardec mudou de opinião sobre a possessão; daí,
poderemos concluir que não colocou nada como verdade absoluta,
mas, como sempre, passível de novos entendimentos. Vai mais longe
ao dizer: “Se novas descobertas lhe demonstrarem que está
em erro sobre um ponto, modificar-se-á sobre esse ponto; se uma
nova verdade se revela, ele a aceita” (A Gênese, pág.
40).
Devemos, pois, reformular nossos conceitos
sobre a possessão, tendo em vista que deverá prevalecer,
segundo acreditamos, a última opinião de Kardec, e é
ela que vem dizer da possibilidade real da possessão, por um
espírito, do corpo de um encarnado. Poderemos dizer que na subjugação
o encarnado não quer fazer, mas é constrangido a fazer
aquilo que o espírito obsessor deseja que ele faça. A
atuação do espírito é por envolvimento.
Nessa hipótese o encarnado está consciente da situação,
mas nada pode fazer para evitá-la. Enquanto que na possessão
o encarnado não tem a mínima idéia do que está
lhe acontecendo; faz, sem tomar consciência, a vontade do espírito,
conforme percebemos, senão em todos, pelo menos na maioria dos
casos de que tomamos conhecimento. Nessa situação está
completamente inconsciente, não oferecendo a mínima resistência
à vontade do obsessor, que faz dele uma marionete, se assim podemos
nos expressar.
Diante do exposto, podemos aceitar,
sem medo de errar, que, em alguns casos, existe mesmo uma real incorporação,
no sentido exato da palavra, aplicado a esse fenômeno mediúnico,
conclusão a que chegamos por este nosso estudo.
*
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Referências Bibliográficas:
ANDRADE, H.G.. Espírito, Perispírito
e Alma, São Paulo: Pensamento-Cultrix, 2002.
DENIS, L. No Invisível, Rio
de Janeiro: FEB, 1987.
KARDEC, A. A Gênese, Araras
– SP: IDE, 1993.
_________ O Livro dos Espíritos,
Araras – SP: IDE: 1987.
_________ O Livro dos Médiuns,
Araras – SP: IDE: 1993.
_________ Revista Espírita,
tomo XI, 1868, Araras – SP: IDE, 1993.
_________ Revista Espírita,
tomo XII, 18969, Araras – SP: IDE, 2001.
XAVIER, F. C. Nos Domínios da Mediunidade,
Rio de Janeiro: FEB, 1987.
Revisado jun/2006.
Fonte:
http://www.apologiaespirita.org/
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Sobrinho
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