Não veja este meu escrito como um artigo, senão você
vai achar grande demais, como sendo artigo. Veja-o como um livreto,
de poucas páginas. Do jeito como coloquei, teria que ter os detalhes
que têm, abordagem do jeito como está e não poderia ser menor.
Assustado que fiquei, com as inúmeras
mensagens que recebi, acerca daquele meu escrito colocado nos meus recentes
e-mails, acerca do problema de espíritas serem altamente eficientes,
nas mediúnicas, para doutrinar espíritos perversos, mas incompetentes
para dialogar com os próprios confrades, que pensam um pouco diferente,
resolvi escrever isto aqui, já. Impressionante, mas pensei que esse
tipo de coisa já tivesse, pelo menos, diminuído em nosso movimento.
A crueldade continua grande demais.
Já que gosto sempre de procurar colocar
RACIONALIDADE em meus artigos, quero começar este aqui ilustrando
com as colocações do grande Jayme Andrade:
“O azul
é uma cor” – Isto é uma VERDADE.
“O
azul é a mais bonita das
cores” – Isto é uma OPINIÃO PESSOAL. |
Ninguém pode contestar
a primeira frase porque, de fato, o azul é uma cor. Não tem sentido
alguém afirmar o contrário, dizendo que, na sua opinião, ou azul
não é uma cor, não é verdade?
Já na segunda frase,
não se pode nunca considerá-la como verdade, porque muitas pessoas podem
discordar que o azul seja a mais bonita das cores. Uns apreciam mais
o verde, outros o vermelho, outros o amarelo... e por aí vai.
O que é esse “colocar
racionalidade”, que me refiro?
É escrever ou falar
coisas, colocando ferramentas ou instrumentos para fazer com que o ouvinte
ou leitor raciocine, com sua própria cabeça, obviamente, chegando a
conclusões lógicas, por si mesmo, e não ficar apenas concordando com
o autor das idéias, pelo fato, talvez, de ter simpatia por ele.
Vamos, então, começar
o artigo, pra valer.
Se utilizo-me
da minha tribuna escrita, falada ou televisada para dizer um monte de
coisas bonitas para os meus leitores, ouvintes e telespectadores, falando
em moralidade, respeito humano, dignidade, decência e em amor ao próximo,
mas, na prática, por trás das câmeras, vivo totalmente o contrário
disto, eu sou um hipócrita.
Isto é uma
VERDADE!
De fato, todo
aquele que prega uma coisa e pratica outra, implicitamente é hipócrita.
Eu acho muito
engraçado quando vejo religiosos, nos diversos segmentos, escreverem,
pregarem e comentarem aquelas passagens de Jesus, a que se refere aos
falsos profetas e as que falam em hipocrisias, e ficam com a cara mais
limpa, no púlpito, passando a impressão de que estão falando dos outros
e não deles. Não param para olhar para si mesmos, em auto-exames, para
verificarem se a referência de Jesus não é em relação a pessoas como
eles mesmos.
Então, por conta
disto, quero ter muito cuidado para desenvolver o artigo de uma forma
que ninguém possa querer afirmar que o assunto enfocado seja apenas
uma opinião pessoal do Alamar, já que o que quero é que todos raciocinem,
com suas próprias cabeças e não com a do Alamar, para que tirem
as suas próprias conclusões, posto que inteligência é algo que existe
em todo mundo, variando apenas na disposição de cada um querer exercitá-la
mais e outros menos.

Estou fazendo este esforço enorme para sugerir aos espíritas uma melhor
atenção para este assunto, que eu venho tratando há muito tempo, no
sentido de que todos entendam a gravidade dele e o prejuízo que a sua
não observância pode causar ao Espiritismo, sobretudo neste momento
especial que a nossa doutrina está vivendo, quando os Espíritos resolveram
falar pelas pedras, colocando a divulgação do Espiritismo nas mãos
de não espíritas, cinema e televisão, depois de constatarem a omissão,
a indiferença, a frieza e o descaso dos próprios espíritas em relação
a ela. Elisabeth Jinn (novela “Escrito nas Estrelas”) não é espírita,
Daniel Filho (diretor do “Chico Xavier, o filme”) não é espírita,
a FOX não é espírita... e por aí vai.
Eles estão fazendo
exatamente o que já disseram, em época passada: “Se
os espíritas falharem, nós falaremos ao mundo, nem que seja pelas pedras”.
Pois bem.
Creio que todo espírita racional deve entender que quando
um médico prescreve a injeção Benzetacil ou qualquer outro procedimento
médico que seja dolorido a um paciente, ele não estará faltando com
a Caridade para com esse paciente, pelo fato do medicamento ser dolorido,
não é verdade?
Por acaso, algum
pai, espírita, protestaria, ficaria com raiva ou representaria judicialmente
contra um enfermeiro que aplicou uma Benzetacil na bunda do seu filho,
sob a argumentação de faltar com a caridade para com a criança, aplicando
aquele medicamento tão dolorido?
Creio que a inteligência
de quem está lendo o artigo, concorda com a minha linha de raciocínio.
A questão da moralidade
O que é imoralidade?
É o fato de uma mulher separada voltar a namorar com alguém? É o fato
de alguém adotar uma opção sexual diferente daquilo que a sociedade
determina como sendo o normal? É alguém usar uma linguagem com expressões
populares? É alguém, de vez em quando, pronunciar um palavrão? É a pessoa
que atrasa um pagamento, porque não pode pagar? é o decote de uma mulher?
é o seio exposto num desfile de escola de samba? É aquela pessoa que
gosta de namorar pela internet? É o que mantém relações sexuais fora
da necessidade de procriação? É a relação sexual, em si? É a família
que freqüenta praias de nudismo? &Eac ute; a pessoa que adotou a
moda do ficar, namorando sem compromisso, porque não quer enganar os
outros, enganando os sentimentos do seu próximo?...
Estas coisas
citadas são consideradas, pela maioria, como imorais, mas julgadas sob
a ótica do FALSO MORALISMO, ou seja, da hipocrisia.
Na realidade,
o que de fato é imoral, é a pessoa fazer ao seu próximo aquilo que ela
não quer que lhe façam: A falsidade, a desonestidade, o mau caratismo,
o cinismo, a traição, o boicote, a sabotagem, a chantagem, o roubo,
o ferir, o julgar, a postura fingida, a máscara, a enganação, a difamação,
a calúnia, a fraude, o estelionato, o aproveitamento da fraqueza dos
outros, a mentira que prejudica os outros e tudo isto que faz os outros
sofrerem. Isto, sim, é a verdadeira imoralidade, a indecência.
Você acredita
que uma moça que desfila de biquini, no carnaval, necessariamente está
ali querendo fazer mal a alguém?
Quem está mais
em sintonia com a imoralidade, o que se diverte brincando o carnaval,
sem excessos, ou o que está no ambiente religioso, falando mal dos outros,
fofocando, com sentimento de inveja, frustração e falando da vida alheia?
Conforme nos
ensina o notável José Raul Teixeira, em seu magistral seminário sobre
MORALIDADE, as pessoas se pegam nas moralidades de época, moralidade
de região, moralidade de moda, de formalidades, de culturas diversas,
de tradições, de conveniências religiosas e sociais, achando que estão
praticando a moralidade autêntica.
Daí as manias
do tipo:
- “Eu não gostei das palavras que você utilizou no seu artigo,
para tratar de assuntos relacionados à Doutrina Espírita.”
O importante, para esses, é a forma das palavras e não o conteúdo e
a essência da matéria em si. É espírita de casca, de superficialidade
e não de profundidade.
- “Esses não são trajes, para você vir para a casa espírita”.
É o espírita que mede a dignidade e o nível moral das pessoas, pela
roupa.
- “É, mas na palestra, Divaldo citou uma data que está errada,
não é aquilo não”. Esquece 99,9% de conteúdo maravilhoso,
de uma brilhante palestra, que nos traz grandes ensinamentos, para se
apegar a um detalhezinho meramente irrelevante, que não alterou em nada
a estrutura da palestra.
- "Não gostei da palestra. Ele imita Divaldo". Ora,
será que você não teve competência nenhuma para analisar o conteúdo,
preocupando-se apenas com o estilo de oratória adotado pelo palestrante?
Enfim, moralidade
é algo muito mais sério e mais profundo do que aquilo que os patrulhadores
da vida alheia exigem dos outros.
Quem mais causa problema ao Espiritismo é o próprio espírita
Lá
vem o Alamar, com suas polêmicas!!!!!!
Não se deixe
levar por essas burrices de resumir e encerrar o assunto, com esse tipo
de argumento.
Eu não convidei
para que raciocinemos, juntos?
Por que, então,
não nos disponibilizemos a raciocinar, para vermos se se trata apenas
de polêmica ou de algo absolutamente cristalino, que está na nossa frente,
diante dos nossos olhos, e nós fingimos que não estamos vendo?
Mas, já que falamos
em polêmica, vamos questionar em cima do assunto, também:
O que é polêmica?
É algo imoral, ilegal, indecente ou não recomendável?
A Wikipédia,
que é hoje a mais completa enciclopédia do Mundo, diz, na rica definição
de polêmica, o seguinte: “É importante
salientar que polêmica não é sinônimo de brigas ou discórdia hostil”.
Mas, na cabeça de muitos espíritas, é.
O que seria um
espírita polêmico, então?
Se eu questiono,
por exemplo, a questão 86, da primeira edição de "O Livro dos
Espíritos" e a 344, da sua segunda edição, que trata exatamente
da mesma coisa, porém os espíritos dão respostas diferentes a Allan
Kardec, eu estou cometendo algum pecado em polemizar o assunto? Deverei
ser lançado à fogueira da inquisição, porque convido espíritas a estudarem,
debaterem a questão e até a dialogar com espíritos desencarnados sobre
o assunto?
Se eu digo que
há um erro, na questão 424 do LE, um equívoco de Kardec, conforme
a Ciência, eu simplesmente devo acatar a estúpida qualificação de polêmico,
dada pelos preguiçosos e incompetentes, que não têm a verdadeira humildade
em pelo menos procurar saber qual é o erro que o observador aponta?
Constitui algum
pecado alguém optar pelo conhecimento profundo da doutrina, já que a
sua inteligência não se conforma em ser espírita de superficialidade?
Pois bem, vamos
avançar neste estudo, tocando mais uma vez no assunto que eu lancei,
resumidamente, nos meus últimos artigos:
O espírita doutrinador de mediúnicas
Observe só, que coisa mais interessante:
Numa reunião
mediúnica vêm espíritos sofredores e também espíritos inferiores do
mais baixo nível moral, bem primitivos, perversos, vingativos, sanguinários,
carregados de ignorância e ódio profundo em relação às pessoas que não
suportam. Vêm, inclusive, padres, que viveram encarnados na terra, no
período da inquisição, que nutrem um ódio terrível contra o Espiritismo,
o qual considera o máximo em heresia, ameaçando fazerem de tudo para
destruírem a nossa doutrina, atrapalhando toda e qualquer tarefa espírita,
em obsessões terríveis aos trabalhadores.
Aí aparece a
figura do doutrinador, que o “leva no papo” durante um curto
espaço de tempo que, invariavelmente, não chega a cinco minutos.
De repente todos
os demais participantes da mediúnica percebem aquele espírito primitivo,
sofredor e perverso, chorando, manifestando o seu arrependimento
por tanta maldade que praticou contra a pessoa perseguida ou contra
o Espiritismo, prometendo que, a partir daquele momento, não voltará
a praticar maldade nenhuma e chega até a pronunciar as palavras do “Pai
Nosso, que estás nos céus...”, citada pelo doutrinador.
E todo mundo
comenta:
-
"Você viu, aquela entidade pesada, que veio na mediúnica ontem?
-
"Eu vi, sim. Ainda bem que foi doutrinada, graças a Deus."
Que conclusão
a nossa racionalidade chega, a respeito da competência do doutrinador
de mediúnica?
É gênioooooo!!!!
É fantástico!!! Nada mais é que um SUPER PSICÓLOGO! Tem uma capacidade
de convencimento fora do comum e impressionante, que nem Jesus teve
em relação a Satanás, nos dias em que viveu no deserto, não é verdade?
Consegue, em
apenas 5 minutos, converter ao bem uma alma que passou séculos e séculos
praticando maldades e perversidades.
Eu acho que os
pais que têm filhos envolvidos no vício das drogas, deveriam chamar
um doutrinador de mediúnica para conversar com eles, tamanha a capacidade
de convencimento. O garoto iria abandonar a cocaína, na hora, e abriria
imediatamente o Evangelho, convidando toda a família a praticar, assiduamente,
o culto no lar.
Agora, acompanhe
a minha linha de raciocínio, que procurarei desenvolver dentro da lógica:
Se o doutrinador
de mediúnica, que é um simples trabalhador da casa, na maioria
das vezes não é nem membro da diretoria do centro, tem toda essa competência,
imagine o nível de competência daquele que é Diretor Doutrinário
e também do que é PRESIDENTE DO CENTRO!!!
Já pensou? Tanto
um quanto o outro deve ser capaz de convencer até o Capeta a ser bonzinho.
Agora leve esta
linha de raciocínio a dimensionar a capacidade do presidente da Federação
Espírita do seu estado.
Pois bem.
Não é o Alamar
quem está inventando; todo espírita sabe disto e entende que o doutrinador
de mediúnica realmente tem essa capacidade.
Agora perguntemos:
Por que não chamam
um doutrinador, super psicólogo, como este, para conversar com aquele
companheiro, encarnado, que a direção do centro acha que é um companheiro
difícil, só porque tem algumas divergências na forma de pensar e conceber
certas coisas?
O que seria mais
difícil da gente convencer, um espírita, encarnado, que já é espírita,
que é também estudioso da doutrina, que apenas não pensa, EM APENAS
ALGUNS PONTOS, exatamente igual a gente, ou um padre, desencarnado do
tempo da inquisição, que nunca estudou espiritismo, que vê a doutrina
como heresia, que tem um ódio mortal do Espiritismo e que sente o sádico
prazer em ver um ser humano ser queimado vivo numa fogueira?
É claro que convencer
o companheiro, que já é espírita, é bem mais fácil, não é verdade?
Se com apenas
cinco minutos de bate papo na mediúnica, se convence um padre desencarnado,
neste caso bastaria apenas um minuto.
E daí perguntamos:
Por que não fazem
isto?
Por que optam
por aplicar SEVERAS PUNIÇÕES no companheiro, sem dizer a ele
porque ele está sendo punido e sem lhe dar o sagrado direito de defesa?
Afinal de contas,
não somos espíritas honestos, bonzinhos, fraternos, caridosos, estudantes
do ESDE e até indulgentes com as faltas do nosso próximo, a ponto de
demonstrarmos isto em relação até a criminosos, nas mediúnicas? Não
é isto que o Evangelho nos ensina?
Que diabo de
contradição é essa? Pra que serve o Evangelho, então?
Conclusão a que se chega
Ou a doutrinação das mediúnicas é uma tremenda e ridícula
fraude ou os espíritas são, de fato, altamente hipócritas e falsos moralistas.
Tem como alguém
discordar disto?
Gente, uma das
piores coisas do mundo é alguém apanhar, sem saber porque está apanhando.
É crueldade extrema, é perversidade demais.
E isto acontece
muito, em nosso movimento espírita.
Em nível
de comparação, se você observar bem, vai verificar que a justiça comum,
dos homens, aquela que a gente aponta como corrupta, venável e vergonhosa,
dá a qualquer bandido, inclusive aos réus confessos e praticantes de
crimes hediondos, o direito de defesa, o direito de constituir um advogado
e o direito de ser questionado diante de um júri. Não existe condenação,
sem um julgamento antes. A própria polícia, também considerada problemática,
em todo inquérito policial, dá ao delinqüente o direito de defesa.
No movimento
espírita isto não existe!!!!! As pessoas são condenadas, vergonhosamente,
sem saber porque estão sendo condenadas, sem que lhes sejam dados os
direitos de defesa.
Mandam para a
fogueira, mesmo, sem piedade e que se danem!
Desafio a qualquer
espírita, desses que vivem a afirmar que não gostam do estilo do Alamar,
a vir a público PROVAR que o Alamar está errado, nisto que está aqui
afirmando.
Meu amigo e minha
amiga. Vocês não têm idéia da quantidade de e-mails que tenho recebido,
na última semana, de Norte a Sul do Brasil e do exterior, (Estados Unidos
e Europa, principalmente Portugal) com pessoas se manifestando assim:
- “Alamar, eu fui vítima disto, aqui em minha cidade, no centro
onde trabalhava. Eu conheço várias pessoas que foram e estão sendo vítimas
disto. Você acertou na mosca, é fato inquestionável, é realidade”.
É fato, gente!
Você vê isto, do Amazonas ao Rio Grande do Sul. É por isto que eu não
me canso de falar neste assunto.
Chega a ser vergonhoso
e criminoso.
Veja
alguns exemplos, de como a coisa funciona
- “Não podemos permitir que tragam o fulano para vir à nossa
cidade e fazer palestra no nosso centro, porque ele é muito polêmico”.

É possível ter
postura mais ridícula do que esta, para a direção de uma instituição
espírita?
Vejam bem: Não
negaram a tribuna do centro a uma pessoa por ser corrupta, criminosa,
ladrona, enganadora, falsária, estelionatária, assassina, traficante
de drogas e bandida não, negaram porque a pessoa, segundo afirmam, é
polêmicaaaaa!!!!
Que tipo de competência
pode ter um dirigente de uma instituição espírita, que não é capaz de
enfrentar alguém que venha a levantar alguma polêmica, no centro em
que dirige ou que, até mesmo, venha a pronunciar alguma coisa que possa
gerar alguma confusão de entendimento do público ou que até mesmo seja
contrária ao Espiritismo?
Serpa que esse
dirigente conhece mesmo a Doutrina Espírita?
Eu não me considero
nenhum expert no Espiritismo e muito menos detentor do conhecimento
total e absoluto, como alguns confrades imaginam conhecer, mas se eu
tiver na direção de um centro, convidar um palestrante e ele disser
alguma coisa que seja contraditória à doutrina, ou mesmo que gere alguma
confusão de entendimento, não tenham a menor dúvida de que, com todo
carinho, todo respeito e consideração eu vou pedir explicação para ele,
vou pedir para esclarecer melhor e vou até discordar, frente ao público,
sem problema nenhum.
E depois, no
final, ainda o levarei à cantina do centro ou fora, com outros amigos,
para comermos uma pizza.
Qual o problema
em ter divergência de pensamento e poder discutir em cima dessa divergência?
Por acaso, pensar
diferente, necessariamente tem que fazer com que viremos inimigos?
Não é muito mais
saudável, honesto, digno, coerente e compatível com a doutrina espírita
do que adotar a estúpida, indecente e ridícula mania do proibir de
falar no centro, condenar sem avisar e ainda promover campanha de
difamação junto a outras casas espíritas?
Infelizmente,
gente, muitos dirigentes espíritas são como as abelhas, que trazem mel
na boca e um ferrão na extremidade oposta.
Veja
como a coisa é podre
Você precisa saber, como a coisa funciona.
Em princípio,
a liderança espírita que proíbe, boicota, sabota ou difama alguém, sempre
faz todos os esforços para ninguém saber que foi ela a responsável pelo
ato. Aos que procuram saber, sempre esquiva-se dizendo que a providência
foi tomada por uma abstrata direção da instituição. Nunca aparece um
responsável.
Na realidade,
a essa criatura que é capaz de fazer uma coisa desta e trata de precaver-se
não deixando que os outros saibam da sua atitude, no íntimo sabe da
sujeira que está fazendo, do delito que está cometendo e do nível mesquinho
do seu caráter, pois, caso contrário, assumiria a responsabilidade e
teria coragem de dizer: "Eu sou o responsável, pela proibição do nome dele, ou dela,
em nossa casa, enfrento a situação, encaro e enquadro a minha decisão
na obra básica, disponibilizando-me até a debater, em público, com a
pessoa em questão, as razões da minha decisão". Seria bem
mais elegante, mais digno e mais honesto.
Uma doutrina
que se propõe a ensinar reforma íntima e moral aos outros, deve, no
mínimo, ter nos seus líderes, criaturas já reformadas e praticantes
da moralidade que pretendem ensinar. Caso contrário, constitui-se numa
legião de cegos que pretendem guiar cegos, autênticos hipócritas.
Sugestão aos trabalhadores espíritas
Volto a sugerir aquilo que já o fiz, em mensagens passadas:
Não permitam,
em hipótese alguma, que os dirigentes do centro espírita onde você freqüenta
venham impor o que você deve ler e a quem você deve escutar, sob pena
de passar atestado de burro a você mesmo. Isto é censura, isto é ditadura.
Não permitam
que subestimem a sua inteligência e a sua capacidade de discernir.
Não aceitem as
argumentações de que você está praticando indisciplina, só porque está
exercendo o seu sagrado direito de questionar. Há sempre uma tendência
de dizerem que os questionadores são indisciplinados.
Consolide bem
o seu conhecimento doutrinário, para ter condições de enfrentar uma
criatura dessas, cara-a-cara, sem qualquer temor e insegurança.
Não aceite que
dirigentes do seu centro proíbam de falar na casa, expositores que você
e os freqüentadores gostam e admiram, sem exigir que eles venham a público
falar das reais razões pelas quais o expositor fora proibido,
sem abrir mão de enviar, ao expositor, por escrito, os motivos da proibição,
a fim de que ele tome conhecimento, corrija os seus erros doutrinários,
se de fato os tiver, e que exerça o seu direito de defesa.
Foi acusado de
desvio doutrinário? Sim, foi este o motivo. Então exija o enquadramento
do desvio, nas Obras Básicas, e apresente.
Não aceite, em hipótese alguma, aquela argumentação do tipo
"Foi determinação da diretoria", que
tenta encerrar a discussão, porque toda vez que esse argumento é utilizado,
certamente existe mau caratismo de alguém ou de um grupo.
Se existe, por
exemplo, um programa de rádio espírita, na cidade, ou um grande evento,
e você percebe que não é convidado um determinado companheiro ou uma
companheira, que todo mundo sabe se tratar de um espírita importante
e de destaque na cidade, que fala bem, que conhece a doutrina, pode
botar a boca no trombone, porque você estará diante de um "fraterno"
boicote e sabotagem ao nome dessa pessoa. Espalhe pra todo mundo, dê
conhecimento do fato a outros freqüentadores da casa e não fique fingindo-se
de bonzinho, como muitos querem, sob a omissa orientação de que é melhor
se calar. Quem se cala diante das injustiças, vive em conivência com
elas.
Que existem malucos, utilizando tribunas de centros espíritas,
pra dizerem um monte de bobagens, em nome da doutrina, isto é fato e
ninguém pode questionar a indispensável filtragem que deve existir.
Só que a maioria dos procedimentos aos quais eu me refiro, não tem a
ver com isto e não pode sofrer generalização, sob este argumento. Saiba
que espíritas tentaram calar o próprio Kardec, na sua época.
No caso que enfoco,
é problema pessoal mesmo, é incompetência para dialogar, em profundidade,
com um companheiro que muitas vezes sabe bem mais que a gente, como
foi o caso do Doutor Hernani Guimarães Andrade, que sofreu o pão-que-o-diabo-amassou
na intolerância de muita gente, e vários outros.
Blaise Pascal
tem uma frase célebre: "O homem está disposto
sempre a negar tudo aquilo que não compreende".
A Psicologia
demonstra que o medíocre sempre se esforça para ofuscar a imagem dos
competentes, na sua área, sob o temor da platéia perceber o quanto ele
é pequeno.
A
minha solidariedade
A minha solidariedade
a inúmeros e gigantes trabalhadores da causa espírita, pelo que lhes
fizeram os radicais e intolerantes do movimento espírita:
-
A Allan
Kardec, pelo que fizeram aqueles espíritas, do seu tempo, que
tentaram lhe calar, sob calúnia e difamação, depois da iniciativa
das viagens espíritas.
-
Ao Bezerra
de Menezes, pelos que infernizaram a sua vida, pelo seu amor
ao espírito Maria (mãe de Jesus) e pela sua disposição de aceitar
a presidência da FEB.
-
Ao Chico
Xavier, quando no início da sua tarefa, alguns o boicotaram,
por considerar a sua obra fantasiosa, inclusive deixando o “Nosso
Lar”, por mais de quinze anos, na geladeira.
-
Ao Cairbar
Schutel, por aqueles ridículos que tentaram caçar-lhe a palavra,
no centro, sob argumentação de que queria aparecer e se auto-promover,
por tanto utilizar o rádio.
-
Ao Deolindo
Amorim, pelos que caçaram a sua palavra, por considerarem que
a fundação do Instituto de Cultura Espírita do Brasil era uma presunção
sua, de se auto afirmar culto.
-
Ao Leopoldo
Machado, pelas dificuldades que lhe criaram, por resolver sair
pelo Brasil, divulgando o Pacto Áureo.
-
Ao meu querido
amigo Divaldo Franco, pela intolerância dos imbecis que tentaram
lhe caçaram a palavra e, inclusive, destruírem a sua imagem no Fantástico
da Globo, sob a ridícula argumentação de que o seu trabalho era
plágio do Chico.
-
Ao Luciano
dos Anjos, por aqueles que lhe ofendem e chegam a lhe odiar,
porque exerceu o seu direito de, também, gostar e defender a obra
de Roustaing, além da de Kardec.
-
Ao meu querido
e inesquecível amigo Hernani Guimarães Andrade, pela ridícula
postura dos que lhe caçaram a palavra, por não terem o mínimo de
competência para acompanharem a sua brilhante cultura, genialidade
e inteligência.
-
Ao Henrique
Rodrigues, pelas mesmas razões do boicote ao Hernani.
-
Ao Hermínio
Miranda, por tantos dissabores que lhe causaram, a ponto de
se afastar definitivamente do movimento, para não se decepcionar
mais.
-
Ao José
Medrado, pelo boicote que lhe fazem, devido a incapacidade de
aceitarem o fantástico estilo de comunicação que você adotou, para
divulgar a doutrina espírita, que faz tanta gente feliz, saindo
do mesmismo e do igrejismo.
-
Ao Carlos
Bacelli, pela burrice e incompetência que grande parte do movimento
tem em não lhe chamar, para uma tribuna, a fim de discutirem e questionarem,
cara-a-cara, à Luz das Obras Básicas, as obras que chegam por seu
intermédio, seja do doutor Inácio ou de que espírito for, preferindo
condenar-lhe, sem lhe dar o direito de defesa.
-
Ao Wanderley
Oliveira, pela disposição, também, de condenarem as suas obras,
sem fazerem contigo o mesmo que sugiro que façam ao Bacelli.
-
Ao Clovis
Nunes, pela queima que fizeram do seu nome, em nível nacional,
por não entenderem a profundidade dos seus questionamentos e por
considerarem heresia a sua sugestão de criação de “O Livros dos
Espíritos 2” e da disposição de diálogo profundo com os Espíritos.
-
Ao Djalma
Argolo, pelos que lhe caçaram a palavra, por causa das suas
brilhantes colocações em seu livro “A Dimensão Humana do Cristo”,
colocando Jesus como um humano normal, que viveu sobre a Terra,
que sentava em vaso sanitário, sem lhe faltar com a consideração,
o respeito e a consideração merecedora.
-
E a todos
aqueles, nas diversas cidades do Brasil e do exterior, que estão
impossibilitados de falarem, pela Doutrina, porque estúpidos, indecentes
e ridículos supostos donos do Espiritismo inseriram os seus nomes
em "index", por não poderem lhes colocar nas chamas da fogueira
ou sob a lâmina da guilhotina.
- "Quem
insiste em julgar os outros, sempre tem alguma coisa a esconder."
- Renato Russo.
Que esta matéria sirva para a
reflexão de muita gente, em nosso movimento, para que, a partir deste
maravilhoso ano de 2010, possamos estar bem preparados, principalmente
do ponto de vista moral, muito bem ajustados e equilibrados, para recebermos
a enorme avalanche que começou a procurar pelo Espiritismo, por conta
da brilhante divulgação que está sendo feita pela televisão e pelo cinema.
Carinhosamente.
Alamar Régis Carvalho
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