Espiritualidade e Sociedade



Alamar Régis Carvalho

>    54ª Semana Espírita de Vitória da Conquista - um grande exemplo para o movimento espírita

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Alamar Régis Carvalho
>   54ª Semana Espírita de Vitória da Conquista - um grande exemplo para o movimento espírita

 

Prezados amigos e amigas:

Quando eu fiz a divulgação da Semana Espírita da cidade de Vitória da Conquista, na Bahia, dei ênfase para um aspecto que fez com que muitas pessoas, espíritas obviamente, me mandassem e-mails, referenciando-se a ele:

"Trata-se de um evento realizado por todos os centros espíritas da cidade, UNIDOS, trabalhando juntos pelo mesmo ideal, com todos os espíritas locais de mãos dadas".

Alguns diziam assim:

- "Alamar, isto só pode ser um delírio seu, não é?"

- "Fala sério, Alamar, onde já se viu todos os espíritas de uma cidade trabalharem juntos pelo mesmo ideal?"

- "Alamar, eu sei que você é da Bahia, por isto eu vou dar o desconto, mas essa não, meu irmão. Você só pode estar brincando, não é?"

- "Meu irmão, eu não pensei que você tivesse desencarnado e sonhando lá do Nosso Lar com um movimento espírita assim."


Infelizmente, amigos, foi isto mesmo que aconteceu. Juro que não foram poucos os e-mails que chegaram, com teores mais ou menos assim. Eu só não os anexo aqui, porque a maioria deles contava histórias não muito agradáveis de como o espiritismo é praticado em determinadas cidades, uma vez que creio não ser conveniente expor os nomes das pessoas aqui, já sabendo das reações que poderão advir.

Não quero, com esta mensagem aqui, dizer a ninguém que a cidade de Vitória da Conquista represente o Ministério da União Divina, que seja o supra sumo da perfeição, o Paraíso ou que o seu movimento espírita seja absolutamente perfeito... não, nada disto. É uma cidade como outra qualquer, que tem também espíritas perturbados, como em qualquer outro lugar. Inclusive quero citar aqui que eu mesmo tive problemas lá, há alguns anos, por ter me dirigido de forma elogiosa a uma jovem trabalhadora local e sofrido uma reação terrível, inclusive boicotes, sem saber as razões, quando somente bem mais tarde vim a saber que tudo foi por reação de uma outra mulher, também "trabalhadora", que tinha sentimentos muito "especiais" por aquela com a qual eu me dirigira (o diabo da muié me odeia até hoje, pelo danado do ciúme). Não vem ao caso entrar nos detalhes, cito apenas para deixar bem claro que o que vou dizer aqui não tem exagero nenhum em dar ao movimento espírita daquela cidade uma super qualificação, utópica ou baseada em bairrismo, já que eu fora criado lá.

Cidade normal, sim, espíritas humanos como quaisquer outros, porém dá um show em termos de movimento espírita.

Gente, os exemplos que temos visto, de Norte a Sul do País e até mesmo no exterior, são tristes, horríveis, lamentáveis, absolutamente contraditórios e até mesmo vergonhosos, quando se trata da relação de espíritas com espíritas. Competições terríveis, disputas por cargos, ciumeiras, rancores, inveja, perseguições, boicotes, sabotagens, fofocas... etc. Em muitas cidades, principalmente capitais, uma determinada instituição realiza um evento e as outras negam-lhe apoio, proibindo até mesmo que sejam afixados cartazes de divulgação em seus espaços e, por incrível que pareça, recomendando veementemente aos expositores da casa que não toquem no assunto e evitem até mesmo de responderem a alguma pergunta que, porventura, alguém venha a fazer da platéia acerca do mesmo. É óbvio que isto não acontece em tudo quanto é lugar e não podemos generalizar nunca, mas que existe em grande intensidade, não tenhamos a menor dúvida.

Por que isto acontece? Porque os realizadores dos eventos são pessoas imorais, irresponsáveis, má intencionadas ou mistificadores da doutrina?

Não! nada disto! muito pelo contrário, são trabalhadores honestos também, dignos, gente de moral ilibada, gente conhecedora da doutrina e preocupada com a mesma responsabilidade pela coerência e fidelidade doutrinária, sem deslizes. Isto acontece simplesmente porque simplesmente são GRANDES REALIZADORES e um ou outro dirigente "não vai com a cara" do dirigente da outra instituição, a qual ele vê como concorrência. É uma vergonha!!!

Apesar de nós espíritas pregarmos, nas tribunas dos centros, o perdão, a indulgência, a tolerância e a mais saudável fraternidade entre as criaturas, principalmente entre nós espíritas, para que sejamos exemplos para aqueles para os quais estamos pregando, não tem jeito e essas animosidades permanecem por anos e anos, até mesmo por várias décadas, sem que haja o menor esforço em solucionar os problemas em busca da convivência pacífica.

Lembram da polêmica que criei com um lendário nome do Espiritismo, neste País, pelo ódio explícito que ele alimenta contra Divaldo há mais de quatro décadas? Não é só ele não, tem inúmeros assim.

É por isto que faço questão, aqui, de enaltecer e parabenizar o comportamento dos militantes espíritas de Vitória da Conquista, que conseguem reunir TODOS OS CENTROS ESPÍRITAS da cidade, com todos os seus trabalhadores, arregaçando as mangas e seguindo a mesma orientação pelo evento maior da cidade.

Está muito claro, gente! Tem que ser assim! O ideal maior de todos nós É A CAUSA e não os sentimentos mesquinhos de alguns que insistem em perturbar o movimento com as suas "bondades" de araque, "humildades" teatralizadas, "evoluções espirituais" do faz de conta.

Não podemos apenas ser "espíritas da fala mansa" nem espíritas do tipo "tô melhor do que mereço", temos que ser espíritas sinceros, francos, autênticos, verdadeiros e sem... (deixa pra lá, não vou escrever a palavra não).

Vitória da Conquista entendeu isto muito bem e consegue colocar em prática, para o encanto de todas as pessoas que para lá se deslocam para participar do referido evento.

Copiemos o modelo, porque não estaremos plageando nada.

 

Carinhosamente.

 

Alamar Régis Carvalho

 


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