Prezados amigos e amigas:
Quando eu fiz a divulgação da Semana
Espírita da cidade de Vitória da Conquista, na Bahia,
dei ênfase para um aspecto que fez com que muitas pessoas, espíritas
obviamente, me mandassem e-mails, referenciando-se a ele:
"Trata-se de um evento realizado por todos
os centros espíritas da cidade, UNIDOS, trabalhando juntos
pelo mesmo ideal, com todos os espíritas locais de mãos
dadas".
Alguns diziam assim:
- "Alamar, isto só pode ser um delírio
seu, não é?"
- "Fala sério, Alamar, onde já
se viu todos os espíritas de uma cidade trabalharem juntos
pelo mesmo ideal?"
- "Alamar, eu sei que você é
da Bahia, por isto eu vou dar o desconto, mas essa não, meu
irmão. Você só pode estar brincando, não
é?"
- "Meu irmão, eu não pensei
que você tivesse desencarnado e sonhando lá do Nosso
Lar com um movimento espírita assim."
Infelizmente, amigos, foi isto mesmo que aconteceu. Juro que não
foram poucos os e-mails que chegaram, com teores mais ou menos assim.
Eu só não os anexo aqui, porque a maioria deles contava
histórias não muito agradáveis de como o espiritismo
é praticado em determinadas cidades, uma vez que creio não
ser conveniente expor os nomes das pessoas aqui, já sabendo
das reações que poderão advir.
Não quero, com esta mensagem aqui, dizer a
ninguém que a cidade de Vitória da Conquista represente
o Ministério da União Divina, que seja o supra sumo
da perfeição, o Paraíso ou que o seu movimento
espírita seja absolutamente perfeito... não, nada disto.
É uma cidade como outra qualquer, que tem também espíritas
perturbados, como em qualquer outro lugar. Inclusive quero citar aqui
que eu mesmo tive problemas lá, há alguns anos, por
ter me dirigido de forma elogiosa a uma jovem trabalhadora local e
sofrido uma reação terrível, inclusive boicotes,
sem saber as razões, quando somente bem mais tarde vim a saber
que tudo foi por reação de uma outra mulher, também
"trabalhadora", que tinha sentimentos muito "especiais"
por aquela com a qual eu me dirigira (o diabo da muié me odeia
até hoje, pelo danado do ciúme). Não vem ao caso
entrar nos detalhes, cito apenas para deixar bem claro que o que vou
dizer aqui não tem exagero nenhum em dar ao movimento espírita
daquela cidade uma super qualificação, utópica
ou baseada em bairrismo, já que eu fora criado lá.
Cidade normal, sim, espíritas humanos como
quaisquer outros, porém dá um show em termos de movimento
espírita.
Gente, os exemplos que temos visto, de Norte a Sul
do País e até mesmo no exterior, são tristes,
horríveis, lamentáveis, absolutamente contraditórios
e até mesmo vergonhosos, quando se trata da relação
de espíritas com espíritas. Competições
terríveis, disputas por cargos, ciumeiras, rancores, inveja,
perseguições, boicotes, sabotagens, fofocas... etc.
Em muitas cidades, principalmente capitais, uma determinada instituição
realiza um evento e as outras negam-lhe apoio, proibindo até
mesmo que sejam afixados cartazes de divulgação em seus
espaços e, por incrível que pareça, recomendando
veementemente aos expositores da casa que não toquem no assunto
e evitem até mesmo de responderem a alguma pergunta que, porventura,
alguém venha a fazer da platéia acerca do mesmo. É
óbvio que isto não acontece em tudo quanto é
lugar e não podemos generalizar nunca, mas que existe em grande
intensidade, não tenhamos a menor dúvida.
Por que isto acontece? Porque os realizadores dos
eventos são pessoas imorais, irresponsáveis, má
intencionadas ou mistificadores da doutrina?
Não! nada disto! muito pelo contrário,
são trabalhadores honestos também, dignos, gente de
moral ilibada, gente conhecedora da doutrina e preocupada com a mesma
responsabilidade pela coerência e fidelidade doutrinária,
sem deslizes. Isto acontece simplesmente porque simplesmente são
GRANDES REALIZADORES e um ou outro dirigente "não vai
com a cara" do dirigente da outra instituição,
a qual ele vê como concorrência. É uma vergonha!!!
Apesar de nós espíritas pregarmos, nas
tribunas dos centros, o perdão, a indulgência, a tolerância
e a mais saudável fraternidade entre as criaturas, principalmente
entre nós espíritas, para que sejamos exemplos para
aqueles para os quais estamos pregando, não tem jeito e essas
animosidades permanecem por anos e anos, até mesmo por várias
décadas, sem que haja o menor esforço em solucionar
os problemas em busca da convivência pacífica.
Lembram da polêmica que criei com um lendário
nome do Espiritismo, neste País, pelo ódio explícito
que ele alimenta contra Divaldo há mais de quatro décadas?
Não é só ele não, tem inúmeros
assim.
É por isto que faço questão,
aqui, de enaltecer e parabenizar o comportamento dos militantes espíritas
de Vitória da Conquista, que conseguem reunir TODOS OS CENTROS
ESPÍRITAS da cidade, com todos os seus trabalhadores, arregaçando
as mangas e seguindo a mesma orientação pelo evento
maior da cidade.
Está muito claro, gente! Tem que ser assim!
O ideal maior de todos nós É A CAUSA e não os
sentimentos mesquinhos de alguns que insistem em perturbar o movimento
com as suas "bondades" de araque, "humildades"
teatralizadas, "evoluções espirituais" do
faz de conta.
Não podemos apenas ser "espíritas
da fala mansa" nem espíritas do tipo "tô melhor
do que mereço", temos que ser espíritas sinceros,
francos, autênticos, verdadeiros e sem... (deixa pra lá,
não vou escrever a palavra não).
Vitória da Conquista entendeu isto muito bem
e consegue colocar em prática, para o encanto de todas as pessoas
que para lá se deslocam para participar do referido evento.
Copiemos o modelo, porque não estaremos plageando
nada.
Carinhosamente.