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> A mediunidade de Chico Xavier:
é possível investigar cientificamente a vida após
a morte?
28/11/2023
A mediunidade de Chico Xavier: é possível investigar
cientificamente a vida após a morte?
Essa é uma pergunta que tem sido feita pelos seres humanos
desde tempos muito antigos. O fenômeno da morte intriga nossa
espécie e tem sido abordado pelas diferentes áreas
da vida, como a Religião, a Filosofia, a Arte, a Ciência...
Mas, como seria possível investigar cientificamente
se há vida após a morte?
Esse foi um desafio lançado pelo Instituto Bigelow para
Estudos da Consciência, fundado pelo empresário norte-americano
Robert T. Bigelow. Ele criou um concurso que perguntava: “Qual
a melhor evidência para a sobrevivência da vida após
a morte?” E um grupo de cientistas brasileiros submeteu um
ensaio e foi premiado.
O Fórum Mundial Espírito e Ciência, da LBV,
conversou com exclusividade com os autores do trabalho: Marina
Weiler, professora do departamento de Psiquiatria e Ciências
Neurocomportamentais, da Universidade da Virgínia, EUA; Raphael
Fernandes Casseb, doutor em Neurociência pela Universidade
de Campinas (Unicamp), com pós-doutorado pela Universidade
de Calgary, Canadá; e Alexandre Caroli Rocha, doutor
em História Literária pela Unicamp.
Acompanhe esse bate-papo, no qual eles contam em detalhes como
elaboraram o estudo, as hipóteses que levantaram e as conclusões
alcançadas a partir da análise delas.
Finalistas do Concurso do Instituto Bigelow sobre provas
da Imortalidade - texto de Ademir Xavier
O Instituto Bigelow publicou integralmente
os ensaios vencedores do concurso "BICS Contest" - BICS
pelo nome do instituto: Instituto Bigelow de Estudos da Consciência.
Esse concurso premiou ensaios que discorreram sobre as "melhores
provas" da imortalidade. O prêmio foi dividido em categorias,
com destaques para os três primeiros lugares:
Lugar: Jeffrey Mishlove Ph.D.: Beyond the
Brain: The Survival of Human Consciousness After Permanent Bodily
Death ("Além do cérebro: a sobrevivência
da consciência humana depois da morte permanente do corpo")
Lugar: Pim van Lommel M.D.: The Continuity
of Consciousness: A concept based on scientific research on near-death
experiences during cardiac arrest ("A continuidade da
consciência: um conceito baseado em pesquisa científica
sobre experiências de quase morte durante paradas cardíacas")
Lugar: Leo Ruickbie Ph.D.: The Ghost in
the Time Machine ("O fantasma na máquina do tempo")
Detalhes sobre o concurso podem
ser lidos em Purpose of BICS Essay Competition.
Uma das razões para o concurso segundo essa referência
é:
Não obstante intrigantes
evidências, o número de grupos de pesquisa e fomento
dedicados a investigar a sobrevivência da consciência
humana além da morte é excessivamente pequeno no mundo
ocidental. Ainda que todas as 7,8 bilhões de pessoas no planeta
Terra venham a morrer eventualmente, muito pouca pesquisa de qualidade
é feita nessa que é talvez uma das questões
mais fundamentais a desafiar nossa espécie.
Dentre os fatos interessantes ocorridos
durante o concurso está a defesa do BICS contra críticas
de céticos que parecem ter insistido contra o concurso. Por
exemplo, em uma das notas publicadas pelo patrono do BICS,
podemos ler essa insistência nas entrelinhas:
Reconhecemos que muitas pessoas
e organizações não necessariamente acreditam
que a consciência humana sobrevive à morte do corpo.
O BICs está simplesmente tentando gerar debates e discussões,
e apresentar argumentos que possam esclarecer ou gerar mais discussões
sobre esse importante tópico.
Isso é complementado pela declaração:
Gostaria de declarar que o Concurso
de Ensaios do BICS não é uma reflexão sobre
se eu ou a equipe do BICS temos ou não nossas opiniões
pessoais sobre se a consciência humana sobrevive à
morte do corpo. Naturamente, todos temos opiniões. Eu pessoalmente
acredito que a consciência humana sobrevive e que provavelmente
conta o que você faz com sua vida aqui.
Em suma, sendo o dinheiro do prêmio
de origem privada, não há o que se falar contra o concurso.
Uma grata surpresa foi a presença
de brasileiros entre os premiados. Em especial citamos a premiação
de Alexandre Caroli Rocha, Marina Weiler e Raphael Fernandes Casseb
com o ensaio:
A referência ao "corvo
branco" remete a caráter especialíssimo do "caso
Chico Xavier" que se distingue como um corvo branco no meio da
imensa maioria de "corvos pretos" da opinião comum.
O ensaio completo pode ser acessado no link acima (conforme disponível
em dezembro de 2021).
Leiam o trabalho apresentando pelos
brasileiros no concurso:
Alexandre Caroli Rocha; Marina Weiler;
Raphael Fernandes Casseb
> Mediumship as the Best Evidence for the
Afterlife: Francisco Candido Xavier, a White Crow
> A mediunidade como a melhor evidência
para a vida após a morte: Francisco Cândido Xavier, um
corvo branco
Com um ensaio sobre a obra psicográfica
de Chico Xavier, os pesquisadores Alexandre Caroli Rocha,
Marina Weiler e Raphael Fernandes Casseb foram premiados
no concurso promovido por Robert Bigelow, magnata norte-americano,
sobre as melhores evidências que comprovariam a existência
da vida após a morte. (Nos últimos 30 anos, o empresário
tem investido em pesquisas sobre fenômenos paranormais, buscas
por vida extraterrestre e em projetos espaciais).
Os três brasileiros apresentaram
um ensaio sobre a psicografia de Chico Xavier, intitulado A mediunidade
como a melhor evidência para a vida após a morte: Francisco
Cândido Xavier, um corvo branco, que foi premiado no segundo
grupo. Foi o único a centrar seus argumentos na análise
de psicografias.
“Dividimos os livros do Chico Xavier em três
grupos: primeiro, aqueles que ele atribuiu a autores como Emmanuel
e André Luiz, nomes que não nos remetem a pessoas conhecidas;
segundo, os atribuídos a escritores bem identificados, com
obra publicada em vida, como Humberto de Campos, Olavo Bilac e dezenas
de outros; terceiro, os das cartas familiares, atribuídas a
pessoas bem identificadas, mas sem obra publicada em vida. Esses três
grupos têm diferentes estratégias para justificar suas
alegadas autorias. Levamos em conta os registros biográficos
do médium e a maneira como ele produzia os textos”, explica
Alexandre Caroli, doutor em teoria e história literária,
que desenvolveu na Unicamp trabalhos sobre livros do médium
mineiro (O caso Humberto de Campos: autoria literária e mediunidade
e A poesia transcendente de Parnaso de além-túmulo).
Para a neurocientista Marina Weiler,
que reside atualmente nos Estados Unidos, “a obra psicográfica
de Chico Xavier apresenta informações muito detalhadas
e específicas dos autores aos quais as obras são atribuídas,
muitas vezes de conhecimento apenas do falecido autor. No nosso ensaio,
tentamos mostrar exemplos dessas informações inacessíveis
a Chico Xavier para fortalecer a hipótese de uma existência
de vida após a morte”.
Segundo Raphael Casseb, também neurocientista,
“o concurso permitiu chamar a atenção para um
tema que é normalmente ignorado na grande maioria dos centros
de pesquisa. Ao promover o concurso, o empresário americano
ligou os holofotes sobre um tema controverso para a ciência,
mas de um interesse imensurável para a sociedade, que é
a continuidade (ou não) de alguma forma da personalidade humana”.
Os autores acrescentam que a obra
de Chico Xavier “fornece fenômenos tão intrigantes
que muitos cientistas preferem ignorar, porque lhes causam desconforto.
Entretanto, com esse ensaio, não pretendemos achar provas definitivas
de vida após a morte, tampouco achamos que estamos lidando
com uma verdade inquestionável. Nosso objetivo foi convidar
os leitores, principalmente os cientistas, a estudarem o tema de mente
aberta, uma vez que esses fenômenos desafiam as visões
tradicionais do meio acadêmico”.
Os prêmios serão entregues
em cerimônia em Las Vegas, em 4 de dezembro, e os 29 ensaios
serão reunidos em série especial de livros, que serão
doados internacionalmente para universidades e hospitais, para que
o tema seja divulgado de forma mais ampla.
* Corvo Branco é uma expressão
da filosofia contra o indutivismo, que obtém conclusões
gerais a partir de premissas individuais. Ou seja, basta um corvo
branco para falsificar a afirmação de que todos os corvos
são negros.