Rogério
Coelho
> As Contradições de Origem Espírita
"Os Espíritos
Superiores não se preocupam absolutamente com a forma.
Para eles, o fundo do pensamento é tudo".
- Allan Kardec (1)
Com relação às
contradições que às vezes podemos observar no
ensino dos Espíritos aos homens, cumpre dar atenção
a algumas nuanças desse comércio, cada vez mais intenso
entre os dois mundos: Carnal e Espiritual.
Essas nuanças não foram negligenciadas pelo Codificador
que inseriu em "O Livro dos Espíritos"
e em "O Livro dos Médiuns",
algumas importantes observações que passaremos a realçar.
Ensina, então, o Mestre Lionês
(2):
"Para se compreender
a causa e o valor das contradições de origem espírita,
é preciso estar-se identificado com a natureza do mundo Invisível
e tê-lo estudado por todas as suas faces.
À primeira vista, parecerá estranho que os Espíritos
não pensem todos da mesma maneira, mas isso não pode
surpreender a quem quer que se haja compenetrado de que infinitos
são os graus que eles têm de percorrer antes de chegarem
ao cimo da evolução. Supor-lhes igual apreciação
das coisas fora imaginá-los todos do mesmo nível;
pensar que todos devem ver com justeza, fora admitir que todos já
chegaram à perfeição, o que não é
exato e não o pode ser, desde que se considere que eles não
são mais do que a Humanidade despida do envoltório
corporal. Podendo manifestar-se Espíritos de todas as categorias,
resulta que suas comunicações trazem o cunho da sua
ignorância ou do saber que lhes seja peculiar no momento,
o da inferioridade, ou da superioridade moral que alcançaram.
A distinguir o verdadeiro do falso, o bom do mau, é az que
devem conduzir as instruções que temos dado.
Cumpre não esqueçamos que, entre os Espíritos,
há, como entre os homens, falsos sábios e semi-sábios,
orgulhosos, presunçosos e sistemáticos. Como só
aos Espíritos perfeitos é dado conhecerem tudo, para
os outros há, do mesmo modo que para nós, mistérios
que eles explicam à sua maneira, segundo suas idéias,
e a cujo respeito podem formar opiniões mais ou menos exatas,
que se empenham, levados pelo amor-próprio, porque prevaleçam
e que gostam de reproduzir em suas comunicações. O
erro está em terem alguns de seus intérpretes esposado
mui levianamente opiniões contrárias ao bom senso
e se haverem feito editores responsáveis delas. Assim, as
contradições não derivam de outra causa, senão
da diversidade, quanto à inteligência, aos conhecimentos,
ao juízo e à moralidade, de alguns Espíritos
que ainda não estão aptos a tudo conhecerem e tudo
compreenderem".
*
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Fonte:
Jornal Mundo Espírita de Setembro de 1997
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