Introdução
Desde que o homem se entende como
ser pensante, ele vem usando a espiritualidade para entender o significado
da vida e da morte, de sua presença no mundo, melhorar sua
saúde e como ferramenta para lidar com (coping) as
adversidades e a dor, seja ela física, moral ou espiritual.
As grandes civilizações do passado sempre usaram os
conhecimentos religiosos para tratar as doenças, seja isoladamente
ou como coadjuvantes às práticas médicas incipientes.
Além disso, utilizavase a espiritualidade, também,
para obter melhor qualidade de vida na saúde mental, garantindo
paz e harmonia. Estudos arqueológicos nos mostram que os sacerdotes,
considerados os primeiros terapeutas, egípcios, hindus e chineses
incluíam uma série de rituais espirituais na obtenção
da cura de muitas moléstias que acometiam a humanidade (Koenig
et al., 2001). Entretanto, somente na Grécia antiga,
com o advento da medicina hipocrática, o homem vai tentar racionalizar
essas crenças e práticas, retirandoas do mundo
mítico e criando um sistema que pudesse entender de forma racional
o impacto que atitudes, crenças, hábitos, ambientes
ou ervas causavam no organismo humano (Reale, 2002). Platão
combina ciência com elementos espirituais, enfatizando a necessidade
de tratar a “alma” bem como o corpo físico. Nasce
aí um esboço do que viria a ser a propedêutica
e a medicina baseada em evidências.