Há duas frases atribuídas
a Pitágoras, filósofo e matemático grego que viveu
por volta de 500 AC, que nos chamam a atenção. São
elas:
“Aprenda a ficar em silêncio.
Deixe sua mente serena ouvir e assimilar”.
“Não é livre quem não obteve domínio
sobre si”.
Relacionado ao assunto, no dia vinte e dois de julho de dois mil e catorze
a Folha de São Paulo (1) divulgou
em seu site matéria com o título “Maioria das pessoas
tem dificuldades de ficar a sós com seus pensamentos, diz estudo”
divulgando o resultado de um estudo do psicólogo Tymothy Wilson,
da Universidade de Virgínia, nos Estados Unidos, de onde transcrevemos
o seguinte trecho:
“Antes do estudo pensei que
fossemos capazes de usar nossos cérebros para gerar pensamentos
agradáveis, recuperar pensamentos felizes. Mas não foi
assim”, disse ele à Folha.
“Quando desafiadas a ficar de seis a quinze minutos sem companhia
(nem mesmo o celular), 57% das pessoas afirmaram ter dificuldades
para se concentrar, 89% disseram que a mente vagou e 49% não
gostaram da experiência. Em outro teste, 67% dos homens e 25%
das mulheres preferiram levar choques a ficar sós.”
“Parece que há uma dificuldade para se distrair com a
própria mente. Suspeito que a popularização da
tecnologia e dos smartphones é ao mesmo tempo um sintoma e
uma causa dessa dificuldade. Hoje temos menos oportunidades para refletir
e desfrutar dos nossos pensamentos”, complementa Wilson.
Parece-nos fácil deduzir que
temos dentro de nós um vazio que nos deixa inseguros e que esperamos
seja preenchido com o que vem de fora, mantendo-nos em um círculo
vicioso, onde a tecnologia seria suficiente para fazê-lo, mas
nos esquecemos que a tecnologia rapidamente apresenta novos produtos,
sempre mais modernos, o que nos mantém em uma corrida sem fim.
Não admitimos a possibilidade de nós mesmos preenchê-lo
sadiamente.
Isso se dá por não nos
conhecermos, ou por preguiça mental, e por isso mesmo desenvolvemos
dependências exteriores, inclusive materiais, para pacificar o
interior. É uma sede que não sacia.
Nosso Senhor Jesus Cristo nos disse
que quem bebesse da água que Ele trazia já não
mais teria sede, e que Nele encontraríamos a paz interior, o
que significa que longe dos Seus ensinos permaneceríamos sedentos
e intranquilos, deslocados da vida por nos afastarmos dos valores do
espírito, correndo atrás do que é passageiro.
A Doutrina Espírita nos esclarece
que somos espíritos imortais em evolução, tendo
partido da simplicidade para alcançar a perfeição.
Consequentemente há um trabalho a ser feito, que é justamente
desenvolver o espírito em todas as suas potencialidades, corrigindo-se
o que é negativo em relação às leis naturais,
que são as leis de Deus, e que o Senhor Jesus sintetizou na lei
de amor.
Santo Agostinho, na questão novecentos
e dezenove de O Livro dos Espíritos nos recomenda o autoconhecimento,
indicando-nos o exercício diário da reflexão e
da meditação, para identificarmos nossas tendências,
hábitos, forma de pensar e de agir, enfim, como solução
para agir corretamente diante da vida, e isso se dará através
de um planejamento consciente e honesto no sentido de mudarmos o que
é inadequado, e fortalecermos o que já é bom em
nós.
Ao nos identificarmos como espíritos
imortais em evolução, entenderemos as orientações
de o Evangelho Segundo o Espiritismo que nos recomenda a prática
do amor e da instrução como exercício constante
em nossas vidas, e também a orar para que entremos em sintonia
com as vibrações superiores, que nos fortalecerão
para o que realmente interessa, resultando uma segurança íntima
que nos trará tranquilidade até mesmo na mais profunda
solidão.
Pensemos nisso.
Antonio Carlos Navarro
Referências:
(1) Folha de São Paulo on-line: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2014/07/1489294-maioria-das-pessoas-tem-dificuldade-de-ficar-a-sos-com-seus-pensamentos-diz-estudo.shtml
Fonte:
http://www.agendaespiritabrasil.com.br/2014/08/05/vazio-interior/
Leia de Antônio Carlos
Navarro:
->
Cegos do Espírito
->
O Pé de Melindre
->
Surpresa
->
Vazio interior
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