1. Você não
está sozinho: estamos todos doentes
Males de todos os matizes - físicos,
espirituais, morais, sociais - têm servido de justificativa
para que as criaturas busquem as propostas do Espiritismo, no afã
de encontrar respostas e, principalmente, a cura desses momentâneos
distúrbios, afinal, todas as criaturas adoecem, exceto os anjos
– Espíritos que alcançaram a perfeição
relativa. Entretanto, a Doutrina Espírita não veio ao
mundo para curar corpos físicos, mas sim as almas imortais.
Sendo assim, não a procuremos para tratar apenas de nossas
muitas moléstias corporais, mas sim para sanar as imperfeições
morais. Essas, criam e agravam as disfunções de nossos
corpos biológicos. A cura real advirá pela construção
de uma mente sadia, condição raramente encontrada, nestes
dias turbulentos, quando a maioria busca apenas a satisfação
dos prazeres imediatos e fugidios. A missão espírita
é reformar a Humanidade por meio da educação
e esclarecimento, e, como resultado dessas duas providências,
a ignorância, que tantas mazelas já provocou em nossa
história, deixará de existir. Por esta razão
se diz: não há doenças, mas sim doentes. E mais,
a nossa dor, seguramente, não é a maior de todas.
2. O Espiritismo não faz milagres
Nos tempos modernos, substituímos, gradativamente,
os antigos santos pelos novos e destacados médiuns. Como resultado
dessa conduta equivocada, realizamos peregrinações,
a qualquer custo, na busca dos médiuns-curandeiros. Alguns
poucos, de fato, detêm o poder da cura, contudo, a maioria...Basta
informar que em determinado centro, houve o início de um novo
trabalho de cura para que se formem as filas dos desesperados, movidos
pelos sofrimentos e dores enfrentadas. Contudo, jamais nos dispomos
a, caso haja uma verdadeira cura física, trabalhar a nossa
personalidade e caráter, as posturas éticas, continuando
assim a repetir os mesmos desacertos que, certamente, levaram ao surgimento
das moléstias. É preciso existir sincera vontade em
mudar. Afinal, nem mesmo o Médico Celeste promoveu milagres.
Ele prometeu alívio às nossas muitas dores, e, aliviar
não significa curar, portanto, não confundamos a proposta
crística que é de renovação do Espírito
imortal, e não dos corpos biológicos perecíveis.
3. Não há dor ao acaso
Impera no Universo a perfeita ordem, justiça
e misericórdia do Deus Pai. Nenhuma enfermidade experimentada
se lastreia em qualquer injustiça, sendo muitas delas previamente
acertadas através da escolha das provas ou expiações
necessárias ao nosso aprimoramento moral e intelectual. Outras
surgiram em função de certas condutas na vida presente,
acabando por danificar as nossas células, tais como: uso de
alcoólicos e do fumo - as drogas lícitas -, isto sem
falar das ilícitas, fazendo surgir incontáveis moléstias.
Somos sempre os artífices de nossa própria desdita,
sejam as causas forjadas em passado delituoso, sejam as de origem
na atualidade. Contudo, quando sofremos as consequências do
passado e as agravamos no presente, a existência se torna quase
insuportável, surgindo em muitos a ideia de lançar mão
da indecorosa proposta do suicídio direto. Este ato tresloucado,
trará graves doenças nas futuras reencarnações,
agravando todos os sofrimentos, passando o infrator a conviver com
cérebro retardado e moléstias nervosas de dificílimo
trato.
4. Doentes não estão
sendo punidos
Em relação às doenças, a punição
é condição incompatível com as bondosas
e misericordiosas leis divinas. Têm por meta a retificação
e educação dos que sofrem preparando-os para grandiosas
missões no futuro. Sendo assim, se formos surpreendidos com
a melhora física, indicando que o processo de aprendizado e
reajuste foi alcançado, não abandonemos as recomendações
propostas por aqueles que procuramos para atenuar as nossas dores,
e não voltemos a praticar as condutas antigas que construíram
as atuais enfermidades. Caso assim ajamos, novas aflições
nos povoarão os caminhos e, mais uma vez, bateremos às
portas daqueles que prometem a cura de nossos males, aparentemente
sem fim.
5. Não busque os feiticeiros
Mandingas ou bruxarias não nos protegerão das doenças.
De nada vale colocar fitas multicores nos pulsos ou ao redor do pescoço.
Objetos, supostamente mágicos, não possuem nenhum valor,
tais como: trevos de quatro folhas, pés de coelho, ferraduras
e muito menos crucifixos. Lançar mão de benzedeiras
também não nos livrarão dos infortúnios
físicos. Magos e feiticeiras não detêm qualquer
poder sobrenatural capaz de reconstruir um órgão em
mau funcionamento. Entretanto, muitas vezes, desesperados e abatidos,
desacreditados e sem ânimo, aturdidos diante de tantas agonias,
nos dirigimos aos aproveitadores da fé pública, nos
entregando cegamente a esses desaviados. Eles desconhecem o mau que
estão praticando ao prometerem curas instantâneas para
males elaborados ao longo, às vezes, de várias existências.
Não incentivemos o surgimento de falsos profetas, eles visam
apenas prestígio e fama e, quem sabe, obter algumas moedas.
Utilizemos as quantias pagas por supostos serviços espirituais
de forma mais nobre, fazendo-as chegar às mãos dos famintos
e estropiados, pois essa conduta nos fortalece mais do que supostas
beberagens ou pomadas mágicas, ocasionalmente, oferecidas pelos
falsos Cristos. Por esta razão, Emmanuel asseverou que o melhor
talismã seria, única e exclusivamente, o bom coração.
6. Cultive a sua fé
Podemos nos curar pela fé e pelas ações nobres,
contudo, talvez não encontremos a cura completa, nessa particular
existência, em função da inexorável lei
de causa e efeito, mas, certamente, tudo que fizermos de positivo
para sanar agora as deficiências de nossa vestimenta material
refletirá positivamente no futuro. Muitas vezes a causa
é antiquíssima, sendo o efeito agora duradouro,
aguardando do doente uma mudança radical em seus pensamentos,
palavras e ações. Entretanto, a fé deverá
ser sustentada pela razão, e, a última, precisará
ser iluminada pela fé. Ambas se apoiam e se sustentam, autoajudam-se,
uma sem a outra conduz ao fanatismo e ao ceticismo, respectivamente.
Não foi em vão que o Médico Celeste afirmava:
Tua fé te curou, vai e não peques mais.
7. Use a medicina da Terra e do espaço
Busquemos os atendimentos médicos, pois a medicina é
dádiva de Deus para cuidar de nossos corpos, contudo, não
creiamos que apenas com o uso de alguns comprimidos, certas injeções
e possíveis cirurgias, possamos ser conduzidos à integral
restauração física. Há necessidade de
cuidar do perispírito e, principalmente, do Espírito.
Neste sentido, o Espiritismo possui em seu arsenal farmacológico
significativas providências de apoio: fluidoterapia - materializada
pelos passes magnéticos -, e a água fluidificada, que
podem trazer imenso bem-estar a todos os sofredores, ambas baseadas
nas leis do magnetismo humano, uma ciência ainda por ser descoberta
pelo pensamento cético. Adicionalmente, a vigilância,
a mudança de conduta e o estudo, tão bem incentivados
pela Doutrina, são elementos valiosos no processo de reajuste
corporal e mental. Além desses, a laborterapia e a caridade
irrestrita são estimulantes poderosos das nossas forças
espirituais, tão importantes para a manutenção
de nosso bem-estar.
8. Cuide do seu coração
e da sua mente
Os males, em última instância, procedem do coração
e da mente. Dessa forma, de que vale buscar avidamente tratamentos
físicos se continuamos rebeldes, desanimados, tristonhos, encolerizados,
insatisfeitos com tudo e com todos, maledicentes, orgulhosos, intolerantes,
desesperados, doentemente apegados aos bens materiais provisoriamente
em nossa precária posse...? O desânimo, por exemplo,
é atitude anestesiante dos sentidos, destruindo pouco a pouco
as nossas energias, possuindo o poder de nos conduzir ao suicídio
inconsciente. A rebeldia e a intolerância geram vibrações
perturbadoras e, se produzidas com constância e intensidade,
adoecem qualquer organismo. A maledicência poderá provocar
desarmonias no aparelho fonador, tais como o câncer laríngeo
ou até o lábio leporino em próximas etapas de
aprendizado na Terra. A tristeza e a melancolia possuem efeito maléfico,
com a capacidade de impedir o progresso do Espírito. É
imperioso sanear o nosso mundo mental com pensamentos de alegria,
gratidão, esperança, tranquilidade, tolerância,
brandura e submissão aos desígnios de Deus. O último,
se traduz pela aceitação das doenças, após
termos envidado todos os esforços lícitos para sanar
os desajustes do nosso implemento material.
9. Faça por merecer
Em qualquer processo de desajuste material consideremos, para seu
término, o indispensável merecimento. Foi este elemento
que permitiu a Jesus promover algumas curas aparentemente milagrosas.
Tome-se como exemplo, a cura da mulher hemorroíssa. Além
do alívio prometido, o Médico das almas, em situações
particulares, podia fazer por terminar um processo de doença,
pois a etapa de aprendizado do doente havia atingido o seu término.
Além disso, para bem entendermos essas curas, é oportuno
lembrar que alguns que receberam essa chamada graça,
foram eunucos que se fizeram de eunucos para que
houvesse o maravilhoso desfecho. Ou seja, foram Espíritos que
solicitaram as doenças, como um dos cegos curados por Jesus,
reencarnando sem a possibilidade da visão, não por terem
algum resgate a realizar, mas como demonstração de fé
e compromisso com a missão do Cristo. Aguardaram pacientemente
a chegada do Mestre para dar fim ao seu testemunho, dessa forma, fortalecendo
a fé dos que tiveram o privilégio de assistir tal fenômeno,
previsto nas leis naturais de Deus.
10. Seja paciente e ore com fervor
Podemos evoluir na saúde e mesmo na doença por meio
da paciência, que nos permite refletir sobre as razões
de termos sido procurados pelas moléstias. Enfrentemos os nossos
sofrimentos com nobreza, sempre atentos à farmacopeia dos Céus
ao nosso alcance. Jamais deixemos de orar, por nós mesmos e
pelo próximo. Ao orarmos, lembremos de que se não há
injustiças, devemos merecer esta doença, há que
existir um justa causa. Assim, devemos nos submeter sem queixas a
esses sempre sábios desígnios, pois o sofrimento que
agora experimentamos só pode ter por fim o nosso bem. Ao orar
por outros doentes peçamos que a Divindade lhes inspire a paciência,
a resignação e a submissão às determinações
divinas. Em ambos os casos, se não aceitarmos essas provas,
blasfemando e nos rebelando contra Deus, a prova perderá seu
objetivo e, além de não acontecer o seu fim, em futuro
próximo, a mesma provação nos procurará.