GRUPO ESPÍRITA
LEÔNCIO DE ALBUQUERQUE
Niterói
Abril de 2009
Sumário |
1. |
APRESENTAÇÃO |
2. |
O PERISPÍRITO |
2.1 |
O que é perispírito?
|
2.2 |
As denominações do envoltório material
fluídico do espírito
|
2.3 |
A diversidade de perispíritos
|
2.4 |
As funções do perispírito
|
2.4.1 |
Função de contenção
|
2.4.2 |
Função de ligação
|
2.4.3 |
Função de intercâmbio
|
2.5 |
As propriedades do perispírito
|
2.5.1 |
Penetrabilidade
|
2.5.2 |
Expansividade
|
2.5.3 |
Tangibilidade
|
2.5.4 |
Plasticidade
|
3. |
O CORDÃO FLUÍDICO |
4. |
O PRINCÍPIO VITAL |
5. |
O DUPLO ETÉRICO |
6. |
OS CENTROS DE FORÇA |
7. |
A AURA |
8. |
PERISPÍRITO E O MECANISMO DO
PASSE |
9. |
REFERÊNCIAS |
1. APRESENTAÇÃO
Trata-se de pesquisa para o estudo sobre o perispírito e o mecanismo
do passe do dia 25 de abril de 2009 no ciclo sobre passe e mediunidade
do Grupo Espírita Leôncio de Albuquerque.
O seu ponto de partida foi a pesquisa realizada sobre o perispírito
para o estudo ocorrido no dia 24 de março de 2007 para os membros
da Décima Primeira Reunião Mediúnica do Grupo Espírita
Leôncio de Albuquerque.
Todavia, diante do novo escopo e das imperfeições verificadas
no material primitivo, parágrafos foram acrescentados, outros
reescritos, sem contar a modificação promovida na estrutura
do texto original, tudo isso auxiliado pela bibliografia indicada pela
Coordenação responsável pelo ciclo de passe e mediunidade
em questão.
A pesquisa continua não primando pelo aprofundamento de diversos
temas até mesmo porque faltaria ao seu autor conhecimento e capacidade
para tanto.
2. O PERISPÍRITO.
2.1 – O que é perispírito?
As respostas dadas pelos Espíritos
às questões 93 e 94 do Livro dos Espíritos (2005a)
revelaram que o Espírito está envolvido por uma substância
vaporosa para os olhos humanos, todavia, bastante grosseira para os
Espíritos, formada a partir do fluido universal de cada globo.
A essa substância Allan Kardec atribuiu o nome de perispírito.
O perispírito é, portanto,
nas palavras da espiritualidade registradas no item 51 do capítulo
IV da primeira parte do Livro dos Médiuns, o “envoltório
material fluídico” (Kardec, 2004, p. 80) do Espírito.
Allan Kardec (2005b, p. 272) também
ensina que:
É semimaterial esse envoltório, isto é, pertence
à matéria pela sua origem e à espiritualidade pela
sua natureza etérea. Como toda matéria, ele é extraído
do fluido cósmico universal que, nessa circunstância, sofre
uma modificação especial.
2.2 – As denominações
do envoltório material fluídico do Espírito.
A palavra perispírito é um neologismo concebido por Allan
Kardec, criado - conforme explicação dele próprio
registrada na Questão 93 do Livro dos Espíritos - a partir
da comparação desse envoltório do Espírito
com o perisperma, isto é, com o envoltório do gérmen
de um fruto (2005a).
É bom notar que peri é
um prefixo grego com significado de em torno de. Com isso, tem-se: PERI
(em torno de) + ESPÍRITO = PERISPÍRITO, isto é,
envoltório do espírito.
A editora Casa dos Espíritos,
em nota de rodapé do livro Medicina da Alma (p. 95), de Joseph
Gleber, informou que esse corpo fluídico do Espírito também
é chamado de psicossoma, corpo espiritual e corpo astral. Jacob
Melo acrescenta os seguintes nomes: “Modelo Organizador Biológico
ou Campo Bioplasmático”(2004, p. 45).
Joanna de Angelis (2002) esclarece que
o perispírito é multimilenarmente conhecido, atravessando
a História com diversas denominações. Foi chamado
de enormon por Hipócrates, de corpo aéreo ou ígneo
por Plotino, de corpo vital da alma por Tertuliano, de aura por Orígenes,
de corpo espiritual e corpo incorruptível por Paulo de Tarso,
de corpo sutil e etéreo por Aristóteles, de corpo aeriforme
por Confúcio, de corpo fluídico por Leibnitz, de mano-maya-kosha
pelo Vedanta, de kamarupa pelo Budismo Esotérico, de ka pelos
egípcios, de baodhas pelo Zend Avesta, de rouach pela Cabala
Hebraica, de eidôlon pelo tradicionalismo grego, de imago pelos
latinos e de khi pelos chineses (Ângelis, 2002).
2.3 – A diversidade de perispíritos.
Como é retirado do fluido universal
de cada globo, o perispírito de um mundo não é
idêntico ao de outro. Com isso, mudando de mundo, o Espírito
tende a mudar de envoltório (Kardec, 2005a). Inclusive a espiritualidade
informa que o perispírito pode variar e mudar infinitamente (Kardec,
2004).
A Equipe do Projeto Philomeno de Miranda
(2006) explica ainda que a “densidade energética de cada
perispírito não é igual em todos os homens”
(p. 30) porque dependerá do grau evolutivo do indivíduo
- que decorrerá das suas conquistas morais e de suas experiências
- e do campo energético específico do mundo a que esteja
vinculado.
Destaca Allan Kardec que:
Qualquer que seja o grau em que
se encontre, o Espírito está sempre revestido de um envoltório,
ou perispírito, cuja natureza se eteriza, à medida que
ele se depura e eleva na hierarquia espiritual. (2004, p.87).
Todavia, no livro Libertação,
de André Luiz (2004), mais especificamente no capítulo
6, são trazidas à lume noções sobre o que
se denominou de “segunda morte” (p. 105). Conforme se infere
do seu texto, há notícias de Espíritos missionários
que - galgando planos mais altos, em razão de elevados títulos
na vida superior - perderam o “veículo perispiritual”.
Também é explicado nessa
obra que “o vaso perispírico é também transformável
e perecível” (Luiz, 2004, p. 105), de modo que o pensamento
impregnado de impulsos inferiores, quando colocado no centro de interesses
fundamentais, faz com que os ignorantes e os maus, os transviados e
os criminosos experimentem um dia a perda da forma perispiritual.
Esses Espíritos, que perdem a
forma perispiritual em razão da densidade dos seus pensamentos
infelizes, conforme narrado por André Luiz na obra em comento,
assumem os contornos de “pequenas esferas ovóides, cada
uma das quais pouco maior que um crânio humano”(2004, p.
104).
A narrativa de André Luiz na
obra em questão é clara em afirmar que o espírito
pode perder o seu perispírito em razão de agigantados
méritos na seara do bem. Contudo, não é clara em
relação à possibilidade de perda do perispírito
em virtude de um nefasto monoideísmo, pois, ao tratar dessa situação,
fala em perda da forma perispiritual e não na perda do perispírito
Ocorre que a perda da forma perispiritual
e a perda de perispírito encerram idéias distintas, sem
qualquer ponto de contato. Na primeira situação, o perispírito
existe, no entanto, sem a forma originária. Na segunda, o Espírito
apresenta-se despido do seu envoltório.
Em relação à segunda
morte dos Espíritos infelizes apresenta-se a seguinte hipótese:
não há propriamente a perda do perispírito; há,
sim, a perda da forma humana em virtude de séria lesão
dos sutis tecidos que integram o psicossoma, lesão esta causada
por pensamentos dotados de elevada densidade degenerativa.
Argumenta-se nesse sentido porque, segundo
Allan Kardec, o Espírito - cuja constituição não
pode ser investigada pelas limitações da ciência
terrena – (2004) é um princípio inteligente, dotado
de expansão natural indefinida, cuja ausência de forma
poderia ser compreendida como uma realidade não material (2005a).
Nas palavras do Codificador:
Esse envoltório, denominado perispírito, faz de um
ser abstrato, o Espírito, um ser concreto, definido, apreensível
pelo pensamento. (2005b, p. 272)
Desse modo, sem perispírito,
o Espírito em estágio nas zonas de sofrimento não
assumiria a forma de ovóide. Expandiria indefinidamente, assumindo
aspecto de uma estrutura completamente amorfa, quiçá,
abstrata, fora da realidade material até agora conhecida pelas
hostes espíritas.
Com relação à segunda
morte dos Espíritos purificados, há também uma
hipótese. A rigor, não haveria perda do perispírito.
Haveria, sim, com o avanço do Espírito na hierarquia espiritual,
uma sublimação tão profunda no psicossoma que acabaria,
no final das contas, equivalendo a uma situação bem próxima
à da sua própria perda.
Isso porque:
Estruturado ao largo dos milênios,
desde os remotíssimos tempos do princípio anímico,
acumulando experiências ao longo das eras, o perispírito
vem refletindo a evolução lograda pelo Ser Inteligente,
degrau a degrau. (Camilo, 1991, p. 21)
Daí em se falar na perda do perispírito
para os Espíritos de escol, que nada mais é do que um
avançado estágio de sublimação desse envoltório.
As hipóteses aqui levantadas
são consentâneas com as lições de Allan Kardec
(2005b), que revelam a necessidade do Espírito se revestir do
psicossoma para configurar um ser concreto, definido, apreensível
pelo pensamento, porquanto a sua essência espiritual o faz um
ente indefinido e abstrato.
Ademais, sem definição,
e, por conseguinte, sem qualquer limitação, o Espírito
galgaria a infinitude, assimilando, por assim dizer, um dos atributos
de Deus (2005a). E como não pode a criatura adquirir um dos atributos
do Criador, sob pena de revelar uma contradição em termos,
capaz, inclusive, de negar a própria existência de Deus
e, por conseguinte, a existência de sua criação,
há de se reconhecer no Espírito a sua indissociabilidade
com o perispírito.
Não há dúvida,
portanto, que a mudança do perispírito está ligado
não só ao fluido cósmico do globo como também
à faixa evolutiva do Espírito.
2.4 - As funções
do perispírito.
Para Jacob Melo (2004), o perispírito
possui três funções, a saber, conforme ilustrado
na figura abaixo, extraída do slide por ele utilizado na palestra
realizada na Fraternidade Espírita Irmão Glacus , em 07
de maio de 2006
2.4.1. Função de
contenção
Conforme já dito, o Espírito,
em virtude da sua natureza de princípio inteligente, tende a
se expandir, sem que possa ser assimilado como uma realidade material.
Cabe, portanto, ao perispírito contê-lo para lhe conferir
os contornos e aparências passíveis de percepção.
Mas o perispírito não
delimita tão-somente o Espírito. Delimita o processo morfogenético
da reencarnação, “presidindo a elaboração
das formas e disposições do corpo que será desenvolvido
para albergá-lo” (Melo, 2004, p. 45). Em outras palavras,
o psicossoma “conterá o corpo, definindo-lhe as estruturas
e o funcionamento, conforme estabelecido em seus limites de contenção
para aquele exercício reencarnatório” (Melo, 2004,
p. 45).
Joanna de Angelis (2002) informa que
o perispírito é constituído por trilhões
de corpos unicelulares rarefeitos, muito sensíveis, que imprimem
nos genes e nos cromossomos do corpo físico as características
necessárias das futuras reencarnações.
Ensina ainda a veneranda mentora que
os distúrbios nervosos procedentes dos compromissos negativos
das reencarnações passadas e as distonias morais conduzidas
de uma vida para outra são transferidas para o corpo biológico
e com isso não só geram os traumas emocionais e as doenças
congênitas como também plasmam nos sentimentos as tendências
e as possibilidades de realização das aspirações
atinentes à beleza, à arte, à cultura (2002).
Cabe destacar que os distúrbios
nervosos, as distonias morais e as tendências – tudo isso
fruto de quedas e conquistas - acompanham o Espírito nas suas
sucessivas reencarnações porque, fazendo uso das palavras
de Léon Denis (2004, p. 45):
O perispírito é preexistente
e sobrevive ao corpo material. É nele que se registram e se acumulam
todas as suas aquisições intelectuais e lembranças.
É pelo fato de ordenar a organização
fisiológica do corpo que se confere ao perispírito a denominação
de Modelo Organizador Biológico ou Campo Bioplasmático
(Melo, 2004)
2.4.2. Função de
ligação
O perispírito, através
dos campos mental e vital, promove as conexões responsáveis
em “prender” o Espírito ao corpo físico (Melo,
2004, p. 46).
Camilo (1991, p. 27) explica ainda que:
Pelas condições de
imponderabilidade, e por representar um subproduto do fluido universal,
tem capacidade de servir como laço de união entre o essencialmente
espiritual, o Espírito, e o que se mostra essencialmente material,
o corpo físico.
2.4.3. Função
de intercâmbio
Em seu Ensaio Teórico da Sensação
nos Espíritos, que consta como Questão 257 do Livro dos
Espíritos (2005a), Allan Kardec esclarece que o perispírito,
para o encarnado, funciona como intermediário entre o Espírito
e o corpo, transmitindo as sensações deste para aquele
e a vontade daquele sobre este.
Funcionando como um decodificador-amplificador,
o perispírito “traduz ao Espírito as informações
ocorridas “na carne” bem como conduz as respostas do Espírito
ao corpo” (Melo, 2004, p.47).
Aprofundando os estudos iniciados por Allan Kardec, Jacob Melo ensina
que:
Na verdade, o perispírito é um “campo fluídico”
multifuncional, formado de elementos de tessitura e sutileza extremamente
variáveis, participando de zonas de altíssimas freqüências
(onde vibra o princípio espiritual) e alcançando outras
muito baixas (onde vibra o elemento material). Nessa constituição
– fluídica, bem se percebe – o elemento espiritual
encontra campo tanto para nele se manifestar e, por assim dizer, habitar,
como para por seu intermédio, atuar plenamente na matéria
densa.(2004, p. 43)
Para atuar simultaneamente em zonas
de freqüências tão diferentes, e, assim, permitir
o intercâmbio entre o Espírito e o corpo:
Devemos, pois, convir que na estrutura do perispírito encontram-se
destacados pelo menos dois grandes campos: um que se ao Espírito,
chamado “campo mental” e um outro que se une ao corpo, chamado
“campo vital”. Seriam, pois, nesses campos que encontraríamos
os elos que “prendem” o Espírito ao corpo. (2004,
p. 46)
Segundo Camilo (1991, p.27):
Por todos os seus atributos, pelas
ligações célula a célula, conduzindo para
a carne os impulsos internos da alma e para esta as reações
nervosas do corpo físico, o perispírito presta-se como
veículo imprescindível para ajudar na exteriorização
da mediunidade, nos parâmetros da Terra. É pela intermediação
do perispírito, que os mais variados fenômenos da mediunidade
se mostram, empolgantes uns, intrigantes outros, importantes todos.
A figura que segue, trazida do material utilizado por
Jacob Melo na palestra já citada, permite visualizar a atuação
do Princípio Inteligente sobre o campo vital:
Figura 1 – Campo Vital e Princípio
Inteligente
Fonte:http://www.feig.org.br/doutrinario/eventojacob2.htm
2.5 - As propriedades do perispírito
A Equipe do Projeto Manoel Philomeno
de Miranda, no livro “Terapia pelos Passes”, destaca as
seguintes propriedades do perispírito: penetrabilidade, expansividade
e tangibilidade.
2.5.1. Penetrabilidade: é
a capacidade de interpenetrar a matéria ou outras estruturas
fluídicas organizadas. Em virtude disso, esclarece Camilo (1991,
p. 21):
esse envoltório do Espírito
não encontra barreiras materiais que não possa ultrapassar,
adentrando, assim, ambientes hermeticamente vedados, e pela mesma razão,
é atravessado sem dificuldades quaisquer em sua estrutura, pelos
corpos materiais.
2.5.2. Expansividade: é
a capacidade de aumentar o seu campo ou raio de ação.
2.5.3. Tangibilidade: é
a capacidade de se adensar até o ponto de impressionar os sentidos
físicos, podendo ser visto ou mesmo tocado.
Apesar de sua composição
fluídica, alerta Allan Kardec que:
o perispírito não deixa de ser uma espécie
de matéria, o que decorre do fato das aparições
tangíveis, a que volveremos. (...)A tangibilidade que revelam,
a temperatura, a impressão, em suma, que causam aos sentidos,
porquanto se há verificado que deixam marcas na pele, que dão
pancadas dolorosas, que acariciam delicadamente, provam que são
de uma matéria qualquer. (2004, p. 89)
Tanto é matéria que, em
resposta à questão 95 do Livro dos Espíritos, a
espiritualidade destaca que além de assumir a forma desejada
pelo próprio Espírito, o perispírito pode não
só se tornar perceptível como também palpável
aos homens encarnados.
É o que demonstra a seguinte
foto de materialização da Irmã Josefa, ao lado
de Francisco Cândido Xavier e Wanda Marlene:
Fig. 1.b - foto de Nedyr Mendes da Rocha, foi tirada
na presença de equipe médica.
Fonte: http://www.ipepe.com.br/materializacao.html
2.5.4. Plasticidade.
Além dessas propriedades, merece
menção uma outra, lembrada por Aluney Elferr Albuquerque
Silva em texto disponibilizado na rede mundial de computadores: plasticidade.
Segundo se sabe, “o perispírito se dilata ou contrai, se
transforma: presta-se, numa palavra, a todas as metamorfoses, de acordo
com a vontade que sobre ele atua” (Kardec, 2004, p. 88).
Isso é interessante porque
explica, por exemplo, a zoantropia e as mais variadas deformidades apresentadas
pelos Espíritos que transitam perdidos nos labirintos das zonas
de sofrimento.
Figura 3 – Zoantropia
Fonte: A Reencarnação nº 425, p. 10
Conforme lembra Cícero Marcos
Teixeira, no seu artigo “O que é obsessão?”,
publicado na revista A Reencarnação nº 425, “Casos
de zoantropia ou comportamento semelhante a animais, pode ter origem
em processos obsessivos” (p. 10). Nesses casos, “a ação
hipnótica exercida pelo agente obsessor é de tal intensidade
e extensão que bloqueia a vontade do obsidiado, submetendo-o
a doloroso processo de auto-condicionamento mental-afetivo”. (p.
9).
No livro Libertação, André Luiz narra um caso de
ação hipnótica com a finalidade de transformar
a vítima em uma criatura bestializada.
Em uma cidade localizada nos domínios
das trevas, conta André Luiz (2004) que testemunhou um estranho
cerimonial. Funcionários trajados à moda dos lictores
da Roma antiga, carregando a simbólica machadinha (fasces) ao
ombro, avançavam, ladeados por servidores que sobraçavam
grandes tochas a lhes clarearem o caminho. Atrás vinham sete
andores, sustentados por dignatários diversos, trazendo os juízes.
Um dos julgadores profere um discurso
cujo conteúdo, além de repelir qualquer possibilidade
de compaixão, explicitava que cada condenado, em verdade, sofria
as conseqüências dos seus desenganos.
Em vigorosa demonstração de poder, afirmou, triunfante,
o magistrado:
- Como libertar semelhante fera
humana ao preço de rogativas e lágrimas?
Em seguida, fixando sobre ela as
irradiações que lhe emanavam do temível olhar,
asseverou peremptório:
- A sentença foi lavrada
por si mesma! não passa de uma loba, de uma loba, de uma loba...
À medida que repetia a afirmação,
qual se procurasse persuadi-la a sentir-se na condição
do irracional mencionado, notei que a mulher, profundamente influenciável,
modificava a expressão fisionômica. Entortou-se-lhe a boca,
a cerviz curvou-se, espontaneamente, para a frente, os olhos alteraram-se,
dentro das órbitas. Simiesca expressão revestiu-lhe o
rosto.”(2004, p. 88)
Essa sentença foi aplicada
a uma mulher que, quando encarnada, havia matado quatro filhos em tenra
idade.
No entanto, não se pode asseverar
que todos os casos em que o Espírito assume a forma animalesca
estejam necessariamente associados à obsessão. Luiz Gonzaga
Pinheiro, no seu livro Diário de um Doutrinador, narrou o seguinte
episódio:
Um dos médiuns da nossa seara,
bastante estudioso e sensato, encontrava-se em casa, certa feita, quando
se defrontou com um Espírito em atitude zombeteira e agressiva.
Ele mudava o seu próprio aspecto, ora apresentado-se como um
ser normal, ora como um vampiro de longas presas, prestes a atacar o
médium. Este, contudo, diz com firmeza que não teme a
sua aparência, por saber tratar-se apenas de modificações
facilmente introduzidas em sua estrutura perispiritual por uma vontade
firme. (2004, p. 102)
Outro interessante episódio é
narrado no livro Trilhas da Libertação, onde o espírito
chamado de Khan, para demonstrar autonomia e importância, revestiu
o seu perispírito de uma forma satânica.
Para desfazer tal ideoplastia, veneranda
entidade aplicou inicialmente passes longitudinais, depois circulares
em sentido anti-horário, alcançando o chacra cerebral
de Khan, que teimava naquela forma. Enquanto fazia os movimentos, sem
pressa e ritmadamente, o venerando irmão chamava-o pelo nome,
dizendo que ele era gente, conseguindo êxito nesse seu esforço
caritário.
Nota-se que o Espírito também pode assumir uma forma monstruosa
com o intuito único de amendrontar determinada pessoa, encarnada
ou mesmo desencarnada. Confirma esse entendimento a seguinte resposta
dada pela espiritualidade à Questão 95 do Livro dos Espíritos
(2005a, p. 116):
Tem a forma que o Espírito
queira. É assim que este vos aparece algumas vezes, quer em sonho,
quer no estado de vigília, e que pode tomar forma visível,
mesmo palpável.
Hermínio C. Miranda (1997) narra
que, ao realizar a regressão de determinado desencarnado em uma
reunião mediúnica, este regrediu a uma situação
na qual lhe fora extirpada a língua. Foi necessário o
passe magnético curador para restabelecer a parte perispiritual
afetada.
O nobre estudioso esclarece que quando
o espírito revive as situações do passado recente
ou mesmo remoto, mediante regressão, o seu perispírito
assume as formas que teve em cada época. Se a época revivida
perpassa pela fase infantil, o perispírito adquire a forma de
criança. Se revive uma época em que possuía uma
deformidade física, o perispírito a apresentará
e assim por diante.
Com relação às
deformidades detectadas no psicossoma dos Espíritos estacionados
nas zonas trevosas, merece ser explicado que o “perispírito,
para a mente, é uma cápsula mais delicada, mais suscetível
de refletir-lhe a glória ou a viciação, em virtude
dos tecidos rarefeitos de que se constitui (Luiz, 2004, p. 71).
3. O CORDÃO FLUÍDICO
É oportuna a seguinte lição
de Allan Kardec:
Quando o Espírito tem de encarnar num corpo humano em vias
de formação, um laço fluídico, que mais
não é do que uma expansão do seu perispírito,
o liga ao gérmen que o atrai por uma força irresistível,
desde o momento da concepção. À medida que o gérmen
se desenvolve, o laço se encurta. Sob a influência do princípio
vito-material do gérmen, o perispírito, que possui certas
propriedades da matéria, se une, molécula a molécula,
ao corpo em formação, donde o poder dizer-se que o Espírito,
por intermédio do seu perispírito, se enraíza,
de certa maneira, nesse gérmen, como uma planta na terra. Quando
o gérmen chega ao seu pleno desenvolvimento, completa é
a união; nasce então o ser para a vida exterior (2005b,
p. 273).
Dessa lição apreende-se
que o cordão fluídico é responsável pela
união, molécula a molécula, do perispírito
com o corpo físico desde o momento da sua concepção.
Em outras palavras: “O cordão fluídico é
elo fundamental entre corpo físico e o perispírito.”
(Gurgel, 2005, p. 91)
As pesquisas do Codificador levaram-no
à certeza, conforme se pode notar do trecho retrotranscrito,
de que esse laço fluído decorria de uma expansão
do perispírito. Contudo, estudos posteriores realizados por Hermínio
C. Miranda conduziram à certeza de que:
o cordão é apenas uma ligação energética,
uma vibração que opera dentro de uma faixa de onda especifica
que liga o corpo perispiritual a físico e não uma extensão
de um ou de outro. É um campo magnético e não,
uma estrutura substancial.” (2004b, p. 219-220)
Conforme registrado por Hermínio,
Regina, médium cujas faculdades mediúnicas estavam sendo
estudadas por ele, certa vez relatou que, em desdobramento, tentou tocar
o cordão fluídico com a sua mão perispiritual.
No entanto, tal tentativa foi infrutífera, porquanto a sua mão
perispiritual passou pelo laço fluídico, sem rompê-lo.
Ora que bem.
Caso o cordão fluídico
e o períspírito fossem da mesma substância, ou melhor,
“constituídas de energias no mesmo grau de condensação”
(Miranda 2004b, p. 219), Regina teria conseguido tocá-lo com
a sua mão perispiritual.
Com base nesse raciocínio, Hermínio
consigna o seu entendimento de que o cordão fluídico,
em verdade, constitui um campo magnético que liga o perispírito
ao corpo (2004b).
Segundo explicação do
próprio Hermínio:
a “substância”
do cordão precisa realmente ser mais tênue, não
só porque tem uma capacidade quase ilimitada de expansão,
ou melhor, de elasticidade, como também porque constituiria insuperável
obstáculo ao deslocamento do perispírito no plano espiritual,
se pudesse ser livremente manipulado como o fio de uma tomada elétrica.(2004b,
p.220)
A divergência entre o entendimento
de Hermínio e Allan Kardec sobre o cordão fluídico
poderia levar a uma falsa idéia de que o Espiritismo é
destituído de unidade e, por conseguinte, de força. Todavia,
tal raciocínio, se existente, é falso. É em verdade,
um falso problema, porquanto o próprio Allan Kardec, em várias
oportunidades, sempre ressaltou o caráter progressista do Espiritismo
e, por conseguinte, a possibilidade de revisão de seus conceitos
diante de novas descobertas no plano da ciência.
4. O PRINCÍPIO VITAL
Esclarece o próprio Allan Kardec
na Questão 67 do Livro dos Espíritos (2005a, p.103):
O princípio vital é
a força motriz dos corpos orgânicos. Ao mesmo tempo que
o agente vital dá impulsão aos órgãos, a
ação destes entretém e desenvolve a atividade daquele
agente, quase como sucede com o atrito, que desenvolve o calor.
Segundo Luiz Carlos de M. Gurgel (2005),
o fluido vital, também denominado princípio vital, é
o elemento básico da vida, oriundo da modificação
do fluido cósmico universal.
É por meio dele que ocorrem os
fenômenos do nascimento, crescimento, reprodução
e morte (Gurgel, 2005). Tanto é assim que a sua existência
ou inexistência é que permitirá distinguir um corpo
vivo de um inanimado.
A sua importância é inegável
para o passe porque, segundo se conclui da seguinte explicação
de Allan Kardec dada na Questão 70 do Livro dos Espíritos
(2005a, p. 105):
O fluido vital se transmite de um
indivíduo a outro. Aquele que o tiver em maior porção
pode dá-lo a um que o tenha de menos e em certos casos prolongar
a vida prestes a extinguir-se.
5. O DUPLO ETÉRICO
Figura 5 – Duplo etérico
Fonte: http://www.terraespiritual.locaweb.com.br/espiritismo/artigo408.html
O duplo etérico é um corpo
fluídico que se revela como uma duplicata energértica
do indivíduo, interpenetrando e emergindo, simultaneamente, do
seu corpo físico. (Gurgel, 2005).
A Equipe do Projeto Manoel Philomeno
de Miranda (2006) aduz que o duplo etérico, também chamado
de corpo vital, decorre de uma objetivação do princípio
vital e tem por função assegurar o equilíbrio entre
o Espírito e o corpo.
Segundo Joseph Gleber:
No ser humano, o duplo etérico constitui a parte mais eterizada,
ou menos grosseira, do corpo físico. Em sua constituição
íntima encontra-se, além das substâncias físicas
comuns, em vibração ligeiramente diferente, grande quantidade
de ectoplasma como sendo a essência básica dessa contraparte
etérica do corpo humano, cuja razão de ser está
na distribuição equilibrada das energias provenientes
do grande reservatório cósmico universal e sua transformação
em fluido vital, encarregando-se de irrigar toda a comunidade orgânica
do aparato fisiológico humano.” (2004, p.43)
Em outras palavras, “É
o duplo etérico o responsável pela metabolização
das energias advindas dos chamados planos material e astral.”
(Gleber, 2004, p.47)
Luiz Carlos de M. Gurgel (2005) explica
que o duplo etérico é a principal fonte de componente
fluídico das criações mentais, que, ao adquirirem
uma espécie de “vida própria”, ficam ao “sabor
das forças de atração e repulsão que regem
os deslocamentos dos fluidos” (p.88). É constituído
por substâncias eterizadas do mundo terreno, muito mais grosseiras
do que o fluido cósmico universal (Gleber, 2004).
Possui também o duplo etérico
a função conferir suporte, quando exteriorizado pelos
respectivos médiuns, à materialização de
Espíritos desencarnados. (Gleber, 2004).
Sobre a materialização
de desencarnados, Edvaldo Kulcheski, em artigo público na Revista
Cristã de Espiritismo, explica que:
Os espíritos desencarnados não podem se materializar
servindo-se apenas de seu perispírito. Para que possam conseguir
isso, revestem-no e o interpenetram com a substância plástica
ectoplasmática que parte do duplo etérico projetado pelo
médium ou das pessoas presentes.
Durante as sessões de fenômenos
físicos de materialização, o ectoplasma fornecido
pelo médium em transe atua com êxito no limiar do mundo
etérico e físico, incorporando-se à fisiologia
do desencarnado através de avançados processos técnicos
e de química transcendental. Quando ele circula por toda a vestimenta
perispiritual pela vontade do espírito comunicante, esta se materializa
diante da visão e do toque dos encarnados.
A fotografia abaixo mostra o médium
Antônio Alves Feitosa fornecendo o seu ectoplasma para materialização
da Irmã Josepha. Do lado direito está Francisco Cândido
Xavier. Esta fotografia foi feita por Nedyr Mendes da Rocha no ano de
1965:
Figura 5.a – Materialização
do espírito da Irmã Josepha
Fonte:http://pt.muestrarios.org/b/fen%C3%B4menosdematerializa%C3%A3opeixotinho.html
O duplo etérico funciona como
manto protetor natural do encarnado, impedindo o seu contato com o mundo
astral, protegendo-o das investidas de maior intensidade dos habitantes
menos esclarecidos do mundo espiritual (Gleber, 2004).
Tal proteção obsta também:
o ataque e multiplicação de bactérias e larvas
astralinas que, sem a proteção da tela etérica,
invadiriam a organização, não somente do corpo
físico, durante a encarnação, como também
a própria constituição perispiritual. (Gleber,
2004, p. 45)
O desregramento moral e o uso de substâncias
como álcool, fumo, estimulantes, drogas fortes e medicamentos
dotados de componentes tóxicos, em conjunto, ou isoladamente,
ensejam verdadeiro bombardeio à constituição eterizada
do duplo etérico, queimando e envenenando as células etéricas,
criando brechas por onde penetram as colônias de larvas e vírus
do sub-plano astral, normalmente empregados por inteligências
sombrias nos processos dolorosos de obsessão. (Gleber, 2004)
Segundo Gleber (2004), os indivíduos,
que com os seus vícios, comprometem os respectivos duplo etéricos,
passam a perceber “as formas horripilantes, criadas e mantidas
pelos seres infelizes que estagiam nas regiões mais densas do
plano astralino” (p. 47) . E isso ocorre porque, ao violentarem
o duplo etérico, perdem a proteção que natureza
os dotou para segura marcha evolutiva.(Gleber, 2004, p.47)
É também de Joseph Gleber
a seguinte lição:
Todo ser vivo, por meio do seu duplo
etérico, mantém-se em relação direta com
os outros elementos da grande família universal, através
dos campos de energia que se interligam em toda a natureza. Vindas de
várias dimensões do universo, as energias do plano etérico
da criação participam da formação e do equilíbrio
do homem, ligando-o etericamente com os animais, vegetais e minerais,
na troca incessante de recursos presentes na criação.
(2004, p. 47).
O duplo etérico tem por estrutura
uma delicada rede de filamentos ou canais energéticos, que é
responsável pela interação entre os seus diversos
chacras. E essa interação só é possível
porque esses filamentos – chamados de nadis pelos indianos - funcionam
como canais, permitindo a circulação de energias etéricas
e do fluido vitalizante que irrigam os órgãos do corpo
físico (Gleber, 2004, p. 50-51).
Os nadis são muitas vezes obstruídos
ou destruídos pelo uso de elementos tóxicos e venenosos,
o que prejudica diretamente o próprio o duplo etérico.
(Gleber, p. 51)
Destaca Gleber que:
Nos processos de desencarnação, é vedada a
existência do duplo etérico no plano espiritual, devido
à sua densidade, por pertencer, em sua origem, ao plano físico,
sendo de capital importância o seu estudo, principalmente para
se compreender o efeito e a função dele, nos casos de
desencarne de suicidas e daqueles que se mantém apegados aos
instintos inferiores da carne, desempenhando, nesses casos, importante
papel, por manter esses espíritos prisioneiros das sensações
carnais, enquanto não esgotarem as reservas de fluidos, próprios
do duplo etérico, libertando finalmente o espírito para
ingressar numa forma de vida menos apegada aos fluidos terrestres.”
(2004, p. 55-56)
De fato:
Com a dissolução das células físicas
através do desencarne, o duplo dissocia-se igualmente após
pouco tempo, voltando os seus fluidos a integrar-se na atmosfera do
planeta. (2004, p. 56)
Por fim, sobre o duplo etérico,
merece ser dito que também recebe o nome de corpo vital, apresentando-se
à visão do médium clarividente com a aparência
de dois pólos energéticos, o negativo e o positivo, o
yin e o yang da ciência oriental, e que a sua constituição
de natureza radioativa é responsável pelo efeito eletromagnético
observado nas fotografias Kirlian, ou eletrofotografias. (Gleber, 2004).
6. OS CENTROS DE FORÇA
Figura 6 – Chakras e suas relações
Fonte: http://www.direitosocial.com.br/desenv_humano.htm
Os centros de força, também
chamados de centros vitais, de chacras ou mesmo chakras, situam-se na
superfície do duplo etérico e constituem pontos, por excelência,
de absorção energértica do organismo (Gurgel, 2005).
Conforme explica Jacob Melo, os “centros
vitais têm sido apresentados como em forma de cones abaulados,
com o vórtice apontado para baixo. (2004, p. 52)
A figura abaixo, extraída do
multicipado slide utilizado por Jacob Melo, fornece uma idéia
bem próxima do formato de um chacra.
Figura 7 – Centro Vital
Fonte: http://www.feig.org.br/doutrinario/eventojacob2.htm
Com base na explicação
prestada pelo próprio Jacob Melo, na página 51 do seu
Manual do Passista, conclui-se que a figura, apesar do empregar o nome
de campo vital, está representando um centro vital.
Merece ser dito que:
A função dos chacras é a de realizar e manter
as transferências das energias vindas dos diversos reinos da natureza,
desde as energias cósmicas até as ambientais, contribuindo
para a integração do espírito com os seus veículos
de manifestação: o perispírito e corpo físico.
(Gleber, 2004, p.64)
Jacob Melo (2004) informa que
o Espiritismo foca a sua atenção para os sete principais
chacras, malgrado haver inclusive aqueles relacionados a cada célula,
molécula etc.
Uma questão interessante sobre os principais
chacras refere-se à disposição dos mesmos. Para
Jacob Melo, a ordem é a seguinte: “Coronário, Frontal,
Laríngeo (estes estão mais diretamente associados às
atividades psicológicas, mentais e espirituais), Cardíaco
(como centro intermediário, entre os padrões de associação
dos que lhe estão acima e abaixo), Gástrico, Esplênico
e Genésico (estes últimos mais relacionados com os processos
físicos e químicos do organismo).” (2004, p. 52).
Com isso, tem-se a seguinte representação:
Figura 8 – A disposição
dos chacras segundo Jacob Melo
Fonte: http://www.feig.org.br/doutrinario/eventojacob2.htm
Ocorre que Luiz Carlos de M. Gurgel atribui outra
disposição. Segundo esse autor, o esplênico situa-se
entre o cardíaco e o gástrico, conforme esta outra representação:
Figura 9 – Chacras segundo Luiz Carlos M.
Gurgel
Fonte: http://www.mkow.com.br/apostilas/unid50.htm
Há, como tudo indica, uma inconciliável
divergência, com séria conseqüência prática,
porquanto se refere à posição de um importante
chacra.
Conforme Jacob Melo (2004), o esplênico
situa-se em uma região sobre o baço. Portanto, a descoberta
da localização desse órgão constitui a pedra
de toque para solução desse conflito.
Pois bem. Para tanto, necessário
se faz o estudo da seguinte ilustração:
Figura 10 – O Baço
Imagem: CRUZ, Daniel. O Corpo Humano. São Paulo, Ed. Ática,
2000.
Fonte: : http://www.afh.bio.br/imune/linfa1.asp
Cotejando a informação prestada
pelo próprio Jacob Melo sobre a localização do
baço com a figura 10, poder-se-ia chegar à conclusão
de que a disposição correta dos chacras é exatamente
a fornecida pela figura 9.
Todavia, questionado diretamente sobre
a divergência nas posições dos chacras, divergência
essa representada no slide que resultou na figura 8, Jacob Melo, em
mensagem de e-mail, explica que:
Na verdade, há uma diferença entre os slides que referistes.
E, apesar da grande maioria dos autores ocidentais (inclusive eu mesmo,
no livro O Passe) fazerem referência à localização
do gástrico como "próximo ou abaixo" do umbigo,
na realidade ele se encontra no alto do estômago e, portanto,
muito acima do umbigo. Enquanto isso, o esplênico praticamente
sobre a parte inferior do baço, daí ele se encontrar,
de fato, na verticalização, um pouco abaixo da altura
do gástrico. Mas isso não é questão de pequena
importância não, pois se a ordem dos centros vitais obedecesse
o primeiro padrão (do livro O Passe), os circuitos vitais, quando
levados, por exemplo, numa técnica longitudinal, não se
dariam de forma retilínea e sim sinuosa (quando atingisse a parte
desses dois centros). Isto também é assim porque o centro
gástrico é menos denso do que o centro esplênico,
o que o leva a estar situado acima do esplênico.
Como se nota, Jacob Melo não só revelou profunda erudição
no trato do tema como também respeito por aqueles que o procuram
para sanar dúvidas.
O Centro Virtual
de Divulgação e Estudo do Espiritismo desenvolveu o interessante
texto “Os Centros de Força e a Glândula Pineal”,
que serviu de base para a construção do seguinte
quadro:
Jacob Melo (2004) fala ainda do centro
umeral, situado nas costas, na região compreendida entre a nuca
e as omoplatas, que possui importante papel nos fenômenos de psicofonia,
atuando também sobre grande parte do sistema nervoso, quer na
parte motriz, quer na parte sensitiva.
7. A AURA
A Equipe do Projeto Manoel Philomeno de Miranda
(2006) explica que a aura é resultado da irradiações
modeladas pela força plasmadora do Espírito, apresentando-se
por meio de uma forma ovóide, de tonalidades coloridas, que sofre
influências dos estados orgânicos e dos pensamentos da alma.
Explica ainda que por meio de sua textura,
cores e formato, representa a ficha de identificação de
cada ser, pois ali estão assinalados o estágio moral,
o emocional, a saúde e a doença, revelando as nossas conquistas
e misérias.
Por isso é correto dizer que:
Durante as vivências do espírito, espelha-se, nas irradiações
da aura, todos os seus vícios ou virtudes adquiridos ao longo
da sua jornada evolutiva, inscrevendo-se, nas células sutilíssimas
do perispírito, tanto as nobres e elevadas vibrações
de altruísmo, quanto s mais negras e abjetas manifestações
de um caráter doentio e pecaminoso. (Gleber,2004, p. 118)
Ainda sobre a aura, oportunas são
as seguintes palavras James Van Praagh:
Pense na aura como uma casca reluzente de vidro que cerca seu corpo.
Desde o momento da sua concepção até o fim de sua
encarnação física, sua aura acumula cada pensamento,
palavra, sentimento e ato de sua vida. Assim como a chuva, a terra e
a poeira revestem uma superfície de vidro, sua aura é
coberta por pedaços de anos de experiência de vida.(2003,
p.48).
8. O PERISPÍRITO E O MECANISMO DO PASSE
Allan Kardec explica que ao expandir,
o perispírito “põe o Espírito encarnado em
relação mais direta com os Espíritos livres e também
com os Espíritos encarnados” (2005b, p. 364) e que o “pensamento
do encarnado atua sobre os fluidos espirituais, como o dos desencarnados,
e se transmite de Espírito a Espírito pelas mesmas vias”
(p. 364).
Continua o Codificador a sua explicação
dizendo que:
Como se há visto, o fluido universal é o elemento
primitivo do corpo carnal e do perispírito, os quais são
simples transformações dele. Pela identidade da sua natureza,
esse fluido, condensado no perispírito, pode fornecer princípios
reparadores ao corpo; o Espírito, encarnado ou desencarnado,
é o agente propulsor que infiltra num corpo deteriorado uma parte
da substância do seu envoltório fluídico. A cura
se opera mediante a substituição de uma molécula
malsã por uma molécula sã. (2005b, p. 376)
Com base nisso, Roque Jacintho (2006)
afirma que o passe é uma transfusão dirigida de fluidos,
uma permuta de perispírito para perispírito, muito semelhante
à do sangue, e que foi incorporado pelos templos espíritas
como recurso fundamental para rearmonização do perispírito
no curso das diversas provas e expiações e para tratamento
das mais variadas enfermidades da alma e do corpo.
Também afirmou que:
O passe é transmissão de energias humanas somadas
com as emanações Divinas encontráveis nos reservatórios
da Natureza, agindo em favor do reequilíbrio continuamente rompido
pela vivência egoística e orgulhosa dos seres em evolução.
(Jacintho, 2006, p. 21)
Com muita propriedade, J. Herculano
Pires lembra que:
Kardec colocou o problema do passe em termos científicos,
no campo da Fluídica,ou seja, Ciência dos Fluidos. Com
seu rigor metodológico, ligou o passe a estrutura dinâmica
do perispírito (corpo espiritual), hoje reconhecido como fonte
de todas as percepções a atividades paranormais.(2005,
p. 59).
Essa ligação do passe
ao períspírito é melhor compreendida quando se
tem em mente, conforme ensinado por Camilo (1991), que este último
compõe uma estrutura eletromagnética, envolvida por substâncias
fluídicas que obedecem o comando do Espírito.
Conforme Allan Kardec:
Sendo o perispírito dos encarnados de natureza idêntica
à dos fluidos espirituais, ele os assimila com facilidade, como
uma esponja se embebe de um líquido. Esses fluidos exercem sobre
o perispírito uma ação tanto mais direta, quanto,
por sua expansão e sua irradiação, o perispírito
com eles se confunde. (2005b, p. 364-365)
E mais:
Por atuar diretamente sobre o perispírito, ou seja, sobre a matriz
onde se funde o nosso organismo físico e, por
conseguinte, onde se localizam as raízes profundas de nossos
distúrbios somáticos, é o passe o mais importante
elemento para promoção do equilíbrio perdido ou
ainda não conquistado, sempre que todo e qualquer desajuste se
instale ou se revele. (Jacintho, 2006, p.14)
O passe, portanto, detém aptidão
de interagir com o perispírito de paciente e, assim, de promover
o seu equilíbrio orgânico e espiritual. Contudo, apesar
dessa aptidão, o sucesso do passe depende não só
da atuação do passista e da espiritualidade superior.
Necessita também do concurso da vontade daquele que o recebe.
Segundo Martins Peralva:
Há criaturas que oferecem extraordinária
receptividade aos fluidos magnéticos. São aquelas que
possuem fé robusta e sincera, recolhimento e respeito ante o
trabalho que a se favor e a favor de outrem, se realiza.
Na criatura de fé, no momento
em que recebe o passe, a sua mente e o seu coração funcionam
à maneira de poderoso imã, atraindo e aglutinando as forças
curativas.
Já com o descrente, o irônico
e o duro de coração o fenômeno é naturalmente
oposto.
Repele ele os jorros de fluidos que
o médium canaliza para o seu organismo. (2004, 147-148)
Esclarece Allan Kardec, ainda, que:
A ação magnética pode produzir-se de muitas maneiras:
1º pelo próprio fluido
do magnetizador; é o magnetismo propriamente dito, ou magnetismo
humano, cuja ação se acha adstrita à força
e, sobretudo, à qualidade do fluido;
2º pelo fluido dos Espíritos,
atuando diretamente e sem intermediário sobre um encarnado, seja
para o curar ou acalmar um sofrimento, seja para provocar o sono sonambúlico
espontâneo, seja para exercer sobre o indivíduo uma influência
física ou moral qualquer. É o magnetismo espiritual, cuja
qualidade está na razão direta das qualidades do Espírito;
3º pelos
fluidos que os Espíritos derramam sobre o magnetizador, que serve
de veículo para esse derramamento. É o
magnetismo misto, semi-espiritual, ou, se o preferirem, humano-espiritual.
Combinado com o fluido humano, o fluido espiritual lhe imprime qualidades
de que ele carece. Em tais circunstâncias, o concurso dos Espíritos
é amiúde espontâneo, porém, as mais das vezes,
provocado por um apelo do magnetizador. (2005b, p.377)
É de ressaltar que Allan Kardec
chama de magnetizador aquele que hoje é chamado de passista.
Jacob Melo (2004) informa que os passistas
espirituais costumam registrar um leve e agradável rocio no alto
da cabeça e percebem uma circulação de sutil vibração
e uma benfazeja sensação invadindo o seu organismo e saindo
pelos braços, em direção às mãos,
que se derrama sobre o paciente, não havendo no final do passe
qualquer sensação desgradável de fadiga, irritação
ou cansaço.
Os passistas magnéticos
sentem sinais indicativos de usinagem magnética, isto é,
esforço dos centros vitais para produzir fluidos, a partir do
material orgânico, com o fim de exteriorizá-los (Melo,
2004).
Já os passistas mistos registram um pouco das sensações
dos passistas espirituais e dos passistas magnéticos (Melo, 2004).
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