VOCÊ É FELIZ?
A discussão entre os irmãos se fazia
acalorada. Ela, com nove anos, não conseguia entender e nem tinha
a paciência necessária para as peraltices do irmão
mais novo, então com cinco anos.
A cada aproximação dele, fosse para convidar para brincar
no seu universo, ou para dividir uma nova descoberta que fazia, encontrava
na irmã o azedume e a indisposição.
Ela se acreditava a dona da razão e o irmão, muito infantil.
Para ele, no entanto, ela era a referência, a sua heroína.
Porém, frente a tanta má vontade e mau humor, ele chegou
ao seu próprio limite. Foi nessa hora que, colocando as pequenas
mãos na cintura, fitou a irmã seriamente e lhe lançou
a pergunta:
Luiza, você é feliz?
Sem entender bem o porquê da pergunta, respondeu-lhe, quase que
por obrigação:
Sou feliz sim. Por quê?
À resposta ríspida, na sua sagacidade infantil, argumentou
o irmão:
Então, por que você está sempre brigando comigo?
Quem é feliz não briga com as pessoas!
E, com essa conclusão sábia do pequeno, encerrou-se a
discussão entre os dois.
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A conclusão do menino nos traz
boas reflexões a respeito da felicidade.
Muitas vezes esquecemos do quanto podemos ser felizes, do quanto temos
de felicidade.
Isso porque muitos de nós acreditamos que felicidade é
um lugar aonde chegar, é um objetivo a alcançar, é
uma meta a ser conquistada.
Não poucos imaginamos que a felicidade está na posse do
dinheiro, esquecendo-nos de tantos milionários infelizes, afundando-se
em processos depressivos.
Outros temos a certeza de que a felicidade acompanha a fama, o reconhecimento
social, o sucesso, não percebendo que não poucos artistas
e frequentadores de capas de revistas e colunas sociais buscam fugas
das mais variadas, para esquecer-se de si e de sua vida.
E, por outro lado, encontramos a felicidade em muitos que já
têm a saúde do corpo comprometida, os recursos financeiros
limitados, as marcas indeléveis dos reveses sofridos.
Isso nos diz que não será a dor que nos fará infelizes,
nem a falta de saúde, tampouco a limitação financeira
de nosso orçamento.
Ser feliz é opção de quem caminha pelas estradas
da vida ciente de que ela é rica em aprendizados. E dores, reveses,
limitações são ferramentas para que as lições
ganhem consistência em nós.
Percebendo isso, nos daremos conta de que a generosidade de Deus, a
nos ofertar tudo que está ao nosso redor, é o principal
motivo para sermos sempre muito felizes.
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Redação do Momento Espírita
http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=3097&stat=0
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