VELHICE - O NOSSO AMANHÃ
Diante das cãs te levantarás, e honrarás
a face do ancião. e temerás o teu Deus. Eu sou o Senhor"
(Levítico 19.32).
Se, de fato, existe um gesto através do qual possa ser manifestado
o respeito em relação ao idoso, esse gesto seria retratado
naquela mais digna atitude tomada em sua ajuda ou defesa.
Sobre isso, há muito o que se aprender com
os povos orientais. Vê-se, aqui entre nós, gente moça
viajando muito bem acomodada, enquanto junto deles, em pé, há
pessoas idosas, alquebradas e doentes.
Outra atitude desumana e desrespeitosa, a de tantos
garotos, jovens e até mesmo alguns adultos tratando zombeteiramente
um ancião, transformando-o num motivo de escárnio.
Deve-se honra à velhice, que representa anos
de lutas, experiências acumuladas e conceitos bem estabelecidos,
em virtude da própria vivência.
Havia uma família bem conceituada, que vinha
se arrastando com um sério problema de ordem familiar.
O chefe dessa família tinha o pai idoso sob
seus cuidados e o amava extremosamente.
A esposa, entretanto, na sua ausência, tratava
o sogro com profundo desprezo.
Embora o pobre velhinho nunca se queixasse, o filho
nutria fortes desconfianças a respeito.
Certo dia. o velhinho amanheceu com forte crise de
bronquite, mas, como o filho já havia saído para o trabalho,
ele não recebeu o menor atendimento.
Desesperado, ele se vestiu, enrolou um xale no pescoço,
colocou seu boné e saiu sem rumo, indo dar numa igreja.
Ali, chamaram a ambulância e o encaminharam
a uma clínica geriátrica.
Quando a crise cedeu, ele pôde falar e orientar
a direção da clínica sobre onde encontrar o filho.
Este foi chamado e o pai, infelizmente, não
pôde poupá-lo da dura verdade.
Confirmadas então suas sérias suspeitas,
o filho foi tomando decisões igualmente sérias.
Internou o pai ali em caráter definitivo, contratando
um enfermeiro particular para atendê-lo.
Após esses passos preliminares, foi para casa
e lá não fez perguntas, mas também ninguém
prestou qualquer esclarecimento; todavia, ele percebeu que todos estavam
tensos.
No dia seguinte, não foi ao trabalho, no período
da manhã.
Voltou à clínica para visitar o pai
e a fim de tomar novas providências.
Na hora do almoço, depois da refeição,
chamando a atenção da família e mais especialmente
da esposa, falou solenemente:
Parece que meu pai tem sido um entrave na sua vida.
É provável que você já
tenha esquecido que a casa onde vivemos confortavelmente é dele;
também deve ter se esquecido que ele foi morar na pequena casa
dos fundos, para que nos instalássemos bem aqui.
Mas tudo isso já não tem mais tanta
importância.
Mudei o rumo das coisas.
Aluguei a casa dos fundos e já internei o meu
pai numa clínica; mas para mantê-lo lá, confortavelmente,
tomei essas medidas:
Cancelei a matrícula das crianças dos
cursos supérfluos; vendi o seu carro e transferi a matrícula
dos filhos para a escola pública próxima.
Eles poderão ir a pé muito bem.
Estarei almoçando com meu pai na clínica
todos os finais de semana, para que ele não se sinta só.
Esse é o retrato de uma pessoa que não
soube respeitar os direitos de um idoso, a quem também devia
tantos favores...
Autor Desconhecido
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