TRISTEZA SEM RAZÃO
Por vezes, erguemo-nos pela manhã
envoltos em nuvens de tristeza. Se alguém nos perguntar a causa,
com certeza não saberemos responder.
Naturalmente, atravessamos as nossas dificuldades. Não há
quem não as tenha. É o filho que não vai bem na
escola, o marido que vive a incerteza do desemprego, um leve transtorno
de saúde.
Nada, contudo, que seja motivo para a tristeza profunda que nos atinge.
Nesse dia tudo parece difícil. Saímos de casa e a entrevista
marcada não se concretiza. A pessoa que marcou hora conosco cancelou
por compromisso de última hora. E lá se vão as
nossas esperanças de emprego, outra vez.
O material que vimos anunciado com grande desconto já se esgotou
nas prateleiras, antes de nossa chegada. A fila no banco está
enorme, o cheque que fomos receber não tinha saldo suficiente.
É... Nada dá certo mesmo! Dizemos que nem deveríamos
ter saído de casa, nesse dia. Agora, à tristeza se soma
o desalento, o desencanto.
Consideramo-nos a última pessoa sobre a face da Terra. Infelizes,
abandonados, sozinhos.
Ninguém que nos ajude.
E, no entanto, Deus vela. Ao nosso lado, seguem os seres invisíveis
que nos amam, que se interessam por nós e tudo fazem para o nosso
bem-estar.
O que está errado, então? Com certeza, a nossa visão
do que nos acontece.
Quando a tristeza nos invade no nascer do dia, provavelmente tivemos
encontros espirituais, durante o sono físico, que para isso colaboraram.
Seja porque buscamos companhias não muito agradáveis ou
porque não nos preparamos para dormir, com a oração.
Seja porque reencontramos amores preciosos e os temos que deixar para
retornar à nossa batalha diária, entristecendo-nos sobremaneira.
Ao nos sentirmos assim, busquemos de imediato a luz da prece, que fortalece
e ilumina, espancando as sombras do desalento.
Abrir as janelas, observar a natureza, mesmo que o dia seja de chuva
e frio. Verifiquemos como as árvores, quando castigadas pelos
ventos e pela água, balançam ao seu compasso.
Passada a tempestade, se recompõem e continuam enriquecendo a
paisagem com seus galhos, folhas, flores e frutos.
Olhemos para as flores. Mesmo que a chuva as despedace, elas, generosas,
deixam suas marcas coloridas pelo chão, ou permitem-se arrastar
pela correnteza, criando um rio de cores e perfumes pelo caminho.
Aprendamos com a natureza e afugentemos o desânimo com a certeza
de que, depois da tempestade, retornará o tempo bom, o sol, o
calor.
Não nos permitamos sintonias inferiores, porque se vibrarmos
mal, nos sentiremos mal e, naturalmente, tudo se nos tornará
mais difícil.
Nunca estaremos sós. Jesus está no leme das nossas vidas,
atento, vigilante, e não nos faltará em nossas necessidades.
* * *
Se estamos tristes, abramos os ouvidos
para as melodias da vida, melodias que soam das mais profundas regiões
do amor Celeste.
Busquemos ajuda, peçamos socorro, não dando campo a essas
energias de modo que possamos, na condição de filhos de
Deus, alegrar-nos com tudo quanto o Pai construiu e colocou à
nossa disposição a fim de que pudéssemos crescer,
amar e servir.
* * *
Redação do Momento Espírita,
com pensamentos finais do cap. 12 do livro Revelações
da luz, pelo Espírito Camilo, psicografia de Raul Teixeira, ed.
Fráter.
* * *
http://www.reflexao.com.br/mensagem_ler.php?idmensagem=2996