Se o frio for da alma
Senhor, que eu possa a quem está com frio dar
o cobertor.
Mas se o frio for da alma, que eu tenha condições de dar
afetivo calor.
Se alguém chorar, que eu possa suas lágrimas enxugar.
Mas se eu também estiver em dor, que pelo menos possa companhia
fazer.
Porque é chocante, Senhor, chorar sem ter alguém para
nos consolar; sofrer sem ter com quem dividir; precisar desabafar e
não ter quem ouvir; enfermar sem ter com quem contar.
Assim, Senhor, e por tudo isso, eu te suplico: preciso ao próximo
servir, tendo tolerância para com a ignorância; o desprendimento
frente à pobreza; a solicitude moral diante dos reclames das
crianças; atenção e amparo para com a velhice;
o perdão sem condição; a brandura na exaltação;
a verdade sem interesse e o amor sem cobranças.
Mas, se nada disso eu puder ter ou fazer, que a vida me torne humilde
para reconhecer que preciso espiritualmente crescer.
Assim seja
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do Sr. Laurindo
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