A Recompensa do Velhinho
Conta-se que numa ocasião de inverno muito
rigoroso, quando a neve caía fortemente, cobrindo as árvores
e as casas, um velhinho perdeu-se em um pinheiral.
As árvores brancas e gélidas não
agasalhavam o infeliz ancião que, por fim, caiu exausto e enregelado
ante a falta de proteção.
Felizmente, a poucos passos dali havia um casebre
de madeira, de onde seus ocupantes, ouvindo gemidos, saíram dispostos
a prestar qualquer ajuda.
Foi quando encontraram o pobre velhinho encolhido
sobre o seu pequeno fardo e o conduziram para dentro da casa, repartindo
com ele o que de melhor dispunham entre roupas e alimentos.
Após tomar a refeição quentinha
que o reanimou, o velhinho retirou do interior do seu fardo algumas
folhas quase secas, esmagou-as e com elas preparou um chá tão
delicioso quanto reconfortante, repartindo-o com os demais.
Passou ali aquela noite fria, dormindo na melhor cama
e cobrindo-se com os cobertores mais espessos que possuíam.
Foi, sem dúvida, um sono tranqüilo e recuperado.
Ao amanhecer do dia seguinte, quando já o sol
enviava os seus primeiros raios, as pessoas da casa, levantando-se,
foram saber como o pobre velhinho havia passado aquela noite.
Ficaram, entretanto, surpreendidos ao constatarem
que ele não se encontrava mais na cama e nem em qualquer outro
lugar da casa.
Mas sobre o fogão aquecido pousava um bule
de chá fumegante e lá fora, bem ao lado o casebre, observaram
que havia uma árvore plantada.
Aquela era uma demonstração de reconhecimento
e gratidão deixada pelo velhinho diante do muito que ali recebera.
O tempo se passou e a árvore se desenvolveu,
crescendo sadia e viçosa.
Suas folhas eram exatamente iguais àquelas
já ressecadas que o pobre velhinho usara para fazer aquele tão
delicioso chá, na dura noite de inverno, quando fora encontrado
e trazido para o casebre.
Talvez por haverem procurado matar a fome e o frio
sofridos pelo velhinho, deram ao arbusto que ele plantou o nome de erva-mate.
Dizem, através da lenda, que foi a partir dali
que as pessoas passaram a conhecer e a usar dessa nova bebida deliciosa
e tonificante.
A prática do bem abre as portas à satisfação
íntima e pessoal, mas também deixa um saldo credor positivo
que inegavelmente, um dia, há de ser corrigido com lucros incalculáveis
para quem o exercita.
"Do fruto das suas palavras o homem se farta
de bem; e das obras das suas mãos se lhe retribui"
(Provérbios 12-14).
Parece mais do que certo que os homens são
recompensados através de suas
palavras, gestos e ações; o que vale dizer que o bem sempre
prevalece, mesmo
que as condições sejam adversas.
Há uma justiça que nunca falha, mesmo
que tudo mais mude na terra - é a justiça divina a premiar
os justos e a punir os maus, sempre no tempo oportuno.
Portanto, "não nos cansemos de fazer
o bem, porque a seu tempo ceifaremos. (Gálatas 6.9,10).
Autor Desconhecido
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