Pequeno recado do coração
Cara amiga consciência,
Após tantos desencontros, resolvi lhe escrever
para pedir um favor.
Em primeiro lugar, gostaria de dizer que a amo profundamente.
Porém, nossas relações estão estremecidas,
pois ultimamente você tem me causado vários problemas.
Encrustado no seu peito, sofro os abalos do seu desequilíbrio
emocional. O efeito disso são as potentes descargas que me fazem
bater descompassadamente. Você se desequilibra e sou eu quem acaba
pagando o pato. E o pior é que você nem nota que está
me ferindo!
Cada vez que você se apaixona é uma tragédia.
É o mesmo lenga-lenga de sempre: muitos sorrisos e beijos no
início, mas depois de algum tempo, muito choro e patadas de ambos
os lados. E o coitado aqui sempre levando bordoada!
Você já parou para pensar como eu sou
importante? Provavelmente não. Em contrapartida, eu, que não
paro um segundo, senão seu corpo morre, penso freqüentemente
em você. Aliás, nem tenho como não pensar: você
me arranja problemas a todo instante! Mesmo que eu não queira,
sou obrigado a prestar atenção em você.
Conheço o seu corpo melhor do que ninguém.
Desde que nasci, sou obrigado a bombear sangue sem parar para todas
as partes do seu templo de carne. As células, os pulmões,
os rins, o estômago, o fígado, o cérebro e toda
a sua estrutura física precisam de mim.
Por que você não me trata melhor? Sou
o mais sacrificado dos seus órgãos. Nem fazer greve por
melhores condições de trabalho eu posso! Se eu parar,
você desencarna.
Vê se dá um jeitinho de se equilibrar
mais! Considere-me como uma jóia bonita na joalheria do seu corpo.
Ao invés dessa emoção bruta que você me dá
constantemente, me dê um pouquinho de energia gostosa. Me dê
um banho de sentimento luminoso e me acaricie com ondas de amor. Se
mesmo me maltratando como você faz, eu continuo lhe amando, imagine
se você me tratar direitinho: sem dúvida, vou lhe amar
muito mais!
Em matéria de sentimento, sou muito mais especializado
do que você. Por isso, para que tenhamos uma melhor convivência,
vou lhe dar algumas dicas de como amar melhor:
1) Substitua a emoção grossa pelo sentimento
sutil;
2) Não se aposse da criatura amada: ela não
lhe pertence. É uma fagulha de Deus na Terra. Pertence a Ele
e à vida. Foi colocada no contexto da sua vida para enriquecer
o seu sentimento, e não para ser aprisionada no seu desequilíbrio
emocional. Ame-a, ensine-a, conduza-a para o bem e, ao mesmo tempo,
seja amado, aprenda e seja conduzido por ela;
3) Seja prudente: não se dê totalmente,
enquanto não conhecer profundamente a outra pessoa. Saiba primeiro
quanto ela vale para você e para sua vida;
4) Não se feche: em relação ao
conselho anterior, eu disse para você ser prudente, e não
para que se feche para os outros. Ser prudente não é jogar
na retranca. Deixe as pessoas entrarem em você. Contudo, a prudência
lhe recomenda que você avalie melhor quem está transitando
no seu interior;
5) Ame inteligentemente e não deixe as emoções
iludirem os seus sentimentos;
6) Não pise nas suas emoções;
trabalhe-as com carinho e transmute-as em sentimento;
7) Não tenha auto-culpa. Muitas vezes você
realiza uma determinada ação, mas depois fica cheia de
auto-culpa pelo que fez, e no final das contas, quem sofre sou eu. Por
isso, pelo bem de nós dois, não tenha auto-culpa.
Como solução posso apresentar duas opções:
a.. Faça as coisas com um alto nível,
como adulto e não como um adolescente consciencial;
b.. Se achar que a ação é errada,
NÃO FAÇA! Mesmo que você esteja ardendo de vontade
de fazer. Pondere bem sobre as conseqüências do ato. Avalie
a situação e só tome a decisão de fazer
ou não, se você estiver tranqüila.
c.. Nunca tome uma decisão pressionada por
um fator emocional, seja ele de origem interna ou externa.
Quanto maior for a sua ânsia, maior será a probabilidade
de tomar a decisão errada.
Resumindo, o que estou querendo lhe dizer é
que se você achar que vai ter auto-culpa por fazer alguma coisa,
é melhor não fazer. Porém, há mais um detalhe:
se você fizer algo, pelo amor de Deus, não tenha auto-culpa!
Ou faz com bom nível, com a mente livre e curtindo o que está
fazendo, ou é melhor não fazer.
Não sei se você já sabe, mas várias
das auto-culpas que você tem, ou já teve em outras ocasiões,
são provenientes de condicionamentos religiosos e antiquados
e de uma educação familiar, por vezes muito arraigada
a valores antigos. Além disso, existe também toda a pressão
de conduta que a sociedade lhe impõe.
Ampliando ainda mais esta questão, podemos
considerar também que muitas auto-culpas são oriundas
de causas espirituais. Como exemplo disso, posso lhe dizer que, atualmente,
várias pessoas estão reprimidas por causa de atos cometidos
em vidas anteriores. Elas não lembram conscientemente do que
fizeram, mas no porão de seus subconscientes está a cobrança,
a lembrança estagnada, o ato mal resolvido, injetando na consciência
a culpa de algo que nem elas mesmo sabem; solapando-as nas suas relações,
prendendo-as nos grilhões de um passado que as impede de serem
felizes no presente.
A auto-culpa também pode ser gerada por obsessão
espiritual. Alguns espíritos obsessões, principalmente
se forem desafetos do passado, procuram inseminar, através de
ondas mentais e formas-pensamento, o vírus da auto-culpa no subconsciente
da vítima. Essa tática é baseada no princípio
de que uma criatura possuída pela auto-culpa não tem moral
para enfrentar quem a acusa do fato pelo qual ela se julga culpada.
Quanto mais auto-culpa ela tiver, mais dominada pelo obsessor ela estará.
E olhe que eles são muito hábeis para explorar isso!
Também tenho observado que os obsessores costumam
assediar os trabalhadores espiritualistas (projetores astrais, médiuns
e pessoas em geral, que prestam algum tipo de assistência espiritual)
projetando ondas mentais que fazem com que a pessoa comece a se lembrar
dos erros que ela comete no seu dia-a-dia.
Às vezes, esse assédio é tão
forte que faz vir à tona a lembrança de erros cometidos
há vários anos. A pessoa começa a lembrar, sem
motivo, daquela maçã que ela roubou da mercearia do português,
quando tinha oito anos de idade. Ou daquele namorada(a) ou esposo(a)
que ela traiu há cinco anos. A pessoa começa a se sentir
culpada e a achar que não presta, que não está
à altura do trabalho espiritual do qual participa e acaba fraquejando,
terminando por abandonar aquela atividade benéfica ou fazendo-a
pessimamente.
Se um dia lhe assediarem dessa maneira, faça
exatamente o oposto, isto é, comece a lembrar das coisas boas
que você também já fez e faz. Isso irá lhe
tirar da egrégora negativa dos erros. Uma outra alternativa é
trabalhar os chacras coronário, frontal e cardíaco, para
aumentar a vibração da sua aura. Se isso não for
possível, dê uma caminhada num local bem arborizado e procure
sentir o aroma saudável da natureza. Observe, com a mente limpa,
a expressão da vida pulsando nas árvores, na grama, nos
animais e na terra. Absorva essa pulsação e se fortaleça
com ela.
A natureza é a doadora e a mantenedora da sua
vida no plano físico, e não cobra nada por isso. Se ela
não lhe cobra, por que é que você vai se cobrar
por causa dos seus erros?
Por isso, minha cara amiga, tenha a noção
correta dos seus objetivos na vida. Você é um espírito
em evolução; ainda está aprendendo, e é
normal escorregar.
É óbvio que você deve se cobrar
uma postura mais sensata, mas não seja um carrasco de si mesma
(e, por extensão, desse pobre amigo que vos fala).
Tenha um pouco de paciência com os seus defeitos.
Procure dominá-los, mas sem se atormentar. Não tenha auto-culpa
dos erros cometidos e nem deixe ninguém utilizá-los contra
você.
Toque a bola para a frente e deixe o tempo e a vida
lhe educarem, através da experiência. Se lá na frente
você errar novamente, procure aprender com o erro.
Se errar mais uma vez, aprenda com o novo erro, e
assim sucessivamente. Você está numa experiência
evolutiva e o erro faz parte dela. Se você não errar, como
é que vai aprender o que é certo?
Com isso, não estou dizendo que você
está liberada para cometer todas as estripulias que quiser, e
não se sentir mal por causa disso. Estou apenas lhe alertando
quanto às auto-culpas que lhe são impostas (e isso para
o meu próprio bem, pois se você fizer besteira, quem acaba
sofrendo sou eu!). Você sabe muito bem o limite das suas atitudes,
dentro do contexto evolutivo no qual está inserida e sabe bem
o que lhe faz mal e o que lhe faz bem, evolutivamente falando;
8) Dê sempre prioridade para os seus objetivos
espirituais (sem perder os "pés no chão"), mesmo
que isso lhe faça sofrer e que as pessoas não lhe compreendam.
No final das contas, quem vai levar patadas sou eu mesmo, mas faço
o sacrifício por você;
9) Seja feliz realmente. Eu lhe agradecerei por isso
e ficarei feliz, por nós dois.
Sendo assim, estamos conversados. Bola para a frente.
Equilíbrio em todos os momentos. Estou batendo firme no seu peito
e torcendo por nós dois. Um dia largaremos o corpo humano e passarei
a bater no seu peito espiritual como coração astral (ou
você pensou que eu ficaria por aqui?).
Nesse dia, em vez de bombear sangue, bombearei sentimento
puro e energia para lhe fazer feliz.
Por aqui me despeço, desejando-lhe tudo de
bom e deixando a certeza de que no seu peito bate um "menino amoroso",
chamado coração.
Autor Desconhecido
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