ONDE VIVE NOSSO EU VERDADEIRO
"Tua vida, meu irmão, é uma
casa afastada de todas as outras casas, onde vive teu eu verdadeiro,
bem diferente das aparências que os homens chamam com teu nome.
Se essa casa for escura ou vazia, não poderás iluminá-la
com as lâmpadas de teu vizinho nem enchê-la com os seus
bens.
E se estiver no deserto, não a poderás transferir para
um jardim plantado por outros, e se estiver no pico de uma montanha,
não poderás baixá-la para um vale onde os caminhos
foram abertos por outros pés.
Nossas vidas interiores, meu irmão, são rodeadas pelo
isolamento e a solidão. Sem eles, tu não serias tu e
eu não seria eu.
Sem eles, confundirias tua voz com a minha voz, e quando olhasses
no espelho, não saberias se estavas vendo-te a ti mesmo ou
a mim."
* * *
As palavras de Khalil Gibran calam fundo
na alma...
Não somos a imagem que vemos no espelho. Não somos as
aparências. Nessa casa, afastada de todas as outras, vive nosso
eu real, eu "Espírito".
E cada um deve iluminar a sua casa com
suas próprias conquistas. As lâmpadas dos vizinhos nos
seduzem, até nos inspiram, mas nossa iluminação
precisa vir de dentro.
Não adianta casar com alguém bom para viver a bondade.
Não adianta receber um amor infinito para termos amor para sempre.
Não adianta estarmos próximos a pessoas felizes para vivermos
a felicidade.
Os bens do outro são do outro. Podemos até usufruir deles,
pela bondade divina, mas apenas como forma de motivação,
para que tenhamos forças e exemplo para lograr os nossos próprios,
ao nosso tempo.
Se essa nossa casa estiver ainda no deserto, caberá a nós,
apenas a nós, transformar a aridez em jardim florido.
E todos os caminhos precisam ser abertos por nossos próprios
pés...
Somos individualidades. Não há um ser igual ao outro neste
Universo. E dentro de cada individualidade há uma espécie
de solidão, um lugar onde todos estamos sós.
Solidão que machuca enquanto ainda somos mais sombra do que luz,
mas que depois se harmoniza e se transforma em solitude – uma
unidade saudável da criatura com o Criador.
Nosso Pai reservou plano especial no Universo para cada um de nós.
Não há insignificância alguma no Cosmo, por menor
que possamos nos imaginar.
Acreditar-se "pequeno", ou "insignificante"
é, ainda, típico de quem não se encontrou em profundidade,
de quem não conhece sua própria casa no Universo.
Somos "grandes", somos
"capazes", somos parte de um todo perfeito, por isso
somos fadados à perfeição individual.
* * *
Quando a sombra de um desânimo
qualquer desejar bater à porta de nossa casa, lembremos da
grandiosidade do Universo e de que fazemos parte disso tudo. Lembremos
de que somos importantes.
Não permitamos que as distrações ou as vicissitudes
da vida enfraqueçam nossas forças. Elas são parte
do ensino apenas, do ensino desta grande escola chamada Terra.
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"Tua vida, meu irmão,
é uma casa afastada de todas as outras casas, onde vive teu
eu verdadeiro, bem diferente das aparências que os homens
chamam com teu nome."
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Redação do Momento Espírita,com
base em trecho do texto Isolamento e solidão, do livro Curiosidades
belezas, de Khalil Gibran, ed. ACIGI.
Em 4.7.2014.
http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=4179&let=O&stat=0
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