Não nascemos apenas uma vez.
Há sempre um sem fim de nascimentos,
diários, constantes e eternos.
Nascemos sempre depois de uma dor, de uma despedida, de uma crise, de
um divórcio, de uma perda real ou simbólica, ou de uma
simples expectativa não correspondida.
Nascemos depois de um diagnóstico, de um momento que deixa marcas,
de um momento de vida, e sempre que a vida dos outros e a nossa, nos
abana, nos faz questionar, recomeçar, abrandar, parar, observar,
crescer e avançar.
Nascemos sempre de uma nova forma, com outro jeito, com outra informação
ou a mesma processada de forma diferente. Nascemos sempre depois do
medo da perda, do medo da morte, daquilo que sentimos e daquilo que
vivemos.
Nascemos sempre que ganhamos e sempre que perdemos.
Nascemos sempre até deixarmos de querer nascer.
Ou resistimos ou só podemos mesmo renascer.
Não há outras formas de viver.
Ou vivemos com tudo aquilo que nos faz nascer ou resistimos àquilo
que nos pode fazer morrer.
Não morremos quando deixamos de viver mas quando desistimos de
(re)nascer.
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Sr. Laurindo
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