Espiritualidade e Sociedade




Divaldo Pereira Franco

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Havia um museu, com o piso completamente coberto por belíssimos azulejos de mármore e com uma estátua, toda em mármore, enorme, exibida no meio do salão de entrada.

Muitas pessoas vinham do mundo inteiro para admirar a bonita estátua de mármore. Uma noite, os azulejos de mármore começaram a falar e reclamar com a estátua de mármore:

- Estátua, isto não é justo, não é justo ! Por que vem gente do mundo inteiro, pisa e pisa em todos nós, só para admirá-la ? Não é justo !

- Meu querido amigo, azulejo de mármore. Você ainda se lembra de quando estávamos, de fato, na mesma caverna? - Respondeu a estátua.

- Sim ! É por isso que eu acho tudo muito injusto. Nós nascemos da mesma caverna e, agora, recebemos tratamento tão diferente. Não é justo ! - E ele chorou novamente.

- Então, você ainda se lembra do dia que o artista tentou trabalhar em você, mas você resistiu bravamente às ferramentas ?

- Sim, claro que eu me lembro. Eu odiei aquele sujeito ! Como pôde ele usar aquelas ferramentas em mim ? Doeu muito !

- Isso é certo! Ele não pôde trabalhar nada em você, porque você resistiu em ser trabalhado.

- Sim. E daí ?

- Quando ele desistiu de você e veio para cima de mim, ao invés de resistir como você, eu soube imediatamente que eu me tornaria algo diferente depois dos esforços dele. Eu não resisti . . . Ao invés disso, eu agüentei todas as ferramentas dolorosas, que ele usou em mim.

- Mmmmm . . . - Resmungou o azulejo.

- Meu amigo, há um preço para tudo na vida. E nem sempre é fácil. Às vezes, é muito difícil, doloroso. Mas temos que aprender a suportar os sofrimentos, procurando crescer e aprender para nos transformarmos em algo mais belo. Já que você desistiu de tudo no meio do caminho, você não pode culpar qualquer pessoa, que agora pisa em você.



 



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