O Evangelista João registrou, em seu
evangelho, as palavras do Cristo, na noite de despedida, pouco antes
de se dirigir ao Jardim das Oliveiras, onde seria preso.
São palavras de uma grande esperança,
um acenar de bênçãos: Não se turbe o
vosso coração. Credes em Deus, crede também em
mim.
Há muitas moradas na casa
de meu Pai. Se assim não fora, já eu vô-lo teria
dito.
Numa época em que sequer se cogitava da
existência de outros planetas, em que as estrelas eram simplesmente
pontos luminosos para alumiar a noite, o maior Cientista, que a Terra
já conheceu, falou de outras habitações, na Casa
do Pai, que é o Universo.
Desde então, passamos a contemplar os céus,
até onde nossos olhos possam alcançar, pensando onde estaremos
nos próximos milênios.
Em que planeta, em que sistema solar, haveremos de
nos encontrar, depois de vários séculos?
Ficamos a cogitar como serão esses outros mundos,
naturalmente superiores àquele em que vivemos. Mundos que poderemos
habitar, após ter adquirido todo o progresso que essa bendita
Terra nos permite.
As informações espirituais nos falam
de mundos em que as condições da vida moral e material
são muito diversas das que conhecemos em nosso planeta.
Como por toda parte, a forma corpórea é
sempre a humana, mas embelezada, aperfeiçoada.
O corpo já não tão material quanto o que
possuímos, na Terra, ainda de provas e expiações,
não estará mais sujeito às necessidades, nem às
doenças tão próprias da matéria de que nos
revestimos.
A locomoção, por conseguinte, será mais rápida
e fácil. Em vez de nos arrastarmos penosamente pelo solo,
deslizaremos, pela superfície, bastando o esforço da vontade.
Algo que vemos, vez ou outra, retratado em filmes ditos de ficção
científica. Não seria o anúncio do que alguém
intuiu?
Afinal, somos apenas Espíritos emigrando de um planeta a outro,
dentro das condições evolutivas de que sejamos portadores.
Nesses mundos venturosos, as relações, sempre amistosas
entre os povos, jamais são perturbadas pela ambição,
da parte de qualquer deles, de escravizar o seu vizinho, nem pela guerra
que daí decorre.
Não há senhores, nem escravos, nem privilegiados pelo
nascimento. Somente a superioridade moral e intelectual estabelece diferença
entre as condições de uns e outros.
A autoridade merece o respeito de todos, porque somente ao mérito
é conferida e se exerce sempre com justiça.
São desconhecidos o ódio, os mesquinhos ciúmes,
as cobiças da inveja. Um laço de amor e fraternidade
prende uns aos outros todos os homens, ajudando os mais fortes aos mais
fracos.
Possuem bens, em maior ou menor quantidade, conforme os tenham adquirido,
mais ou menos por meio da inteligência.
Ninguém, todavia, sofre, por lhe faltar o necessário.
Numa palavra, nada de mal existe nesses mundos.
Deus nos permita possamos, em tempo não muito distante, conhecer
as venturas desses mundos superiores, nos quais continuaremos a realizar
a nossa escalada evolutiva.
Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita,
com base no
cap. III, itens 1, 9 e 10 de O Evangelho
segundo o Espiritismo, de Allan Kardec,
ed. FEB.
Em 10.7.2020.
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