Não se reveste o ensinamento de Jesus
de quaisquer fórmulas complicadas.
Guardando embora o devido respeito a todas as escolas de revelação
da fé com os seus colégios iniciáticos, notamos
que o Senhor desce da Altura, a fim de libertar o templo do coração
humano para a sublimidade do amor e da luz, através da fraternidade,
do amor e do conhecimento.
Para isso, o Mestre não exige que os homens se façam heróis
ou santos de um dia para o outro.
Não pede que os seguidores pratiquem milagres, nem lhes reclama
o impossível.
Dirige-se a palavra Dele à vida comum, aos campos mais simples
do sentimento, à luta vulgar e às experiências de
cada dia.
Contrariamente a todos os mentores da Humanidade, que viviam, até
então, entre mistérios religiosos e dominações
políticas, convive com a massa popular, convidando as criaturas
a levantarem o santuário do Senhor nos próprios corações.
Ama a Deus, Nosso Pai - ensinava Ele -, com toda a tua alma, com todo
o teu coração e com todo o teu entendimento.
Ama o próximo como a ti mesmo.
Perdoa ao companheiro quantas vezes se fizerem necessárias.
Empresta sem aguardar retribuição.
Ora pelos que te perseguem e caluniam.
Ajuda aos adversários.
Não condenes para que não sejas condenado.
A quem te pedir a capa cede igualmente a túnica.
Se alguém te solicita a jornada de mil passos, segue com ele
dois mil.
Não procures o primeiro lugar nas assembléias, para que
a vaidade não te tente o coração.
Quem se humilha será exaltado.
Ao que te bater numa face, oferece também a outra.
Bendize aquele que te amaldiçoa.
Liberta e serás libertado.
Dá e receberás.
Sê misericordioso.
Faze o bem ao que te odeia.
Qualquer que perder a sua vida, por amor ao apostolado da redenção,
ganhá-la-á mais perfeita, na glória da eternidade.
Resplandeça a tua luz.
Tem bom ânimo.
Deixa aos mortos o cuidado de enterrar os seus mortos.
Se pretendes encontrar-me na luz da ressurreição, nega
a ti mesmo, alegra-te sob o peso da cruz dos próprios deveres
e segue-me os passos no calvário de suor e sacrifício
que precede os júbilos da aurora divina!
E, diante desses apelos, gradativamente, há vinte séculos,
calam-se as vozes que mandam revidar e ferir!...
E a palavra do Cristo, acima de editos e espadas, decretos e encíclicas,
sobe sempre e cresce cada vez mais, na acústica do mundo, preparando
os homens e a vida para a Soberania do Amor Universal.
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Pelo Espírito Emmanuel.
Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro: Roteiro. Lição nº 13. Página 59.
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