Todos os estudiosos que solicitam de
amigos do Além um roteiro de orientação não
devem esquecer o Evangelho de Jesus, roteiro das almas em que cada
coração deve beber o divino ensinamento para a marcha
evolutiva.
Habitualmente, invoca-se a velhice de sua letra e a repetição
de seus enunciados. O Espírito do Evangelho de Cristo, porém,
é sempre a luz da vida.
Determinados companheiros buscam justificar o cansaço das fórmulas,
alegando que em Espiritismo, temos obras definitivas da revelação,
com o sabor de novidade preciosa, em matéria de esclarecimento
geral e esforço educativo. O Evangelho, todavia, é como
um sol de espiritualidade.
Todas essas obras notáveis dos missionários humanos,
na sua tarefa de interpretação, funcionam como telescópios,
aclarando-lhe a grandeza. É que a sua luz se dirige à
atmosfera interior da criatura, intensificando-se no clima da boa
vontade e do amor, da sinceridade e da singeleza.
A missão do Espiritismo é a do Consolador, que permanecerá
entre os homens de sentimento e de razão equilibrados, impulsionando
a mentalidade do mundo para uma esfera superior.
Vindo em socorro da personalidade espiritual que sofre, nos tempos
modernos, as penosas desarmonias do homem físico do planeta,
estabelece o Consolador a renovação dos valores mais
íntimos da criatura e não poderá executar a sua
tarefa sagrada, na hipótese de seus trabalhadores abandonarem
o esforço próprio, no sentido de operar-se o reajustamento
das energias morais de cada indivíduo.
A capacidade intelectual do homem é restrita ao seu aparelhamento
sensorial; todavia, a iluminação de seu mundo intuitivo
condu-lo aos mais elevados planos de inspiração, onde
a inteligência se prepara, em face das generosas realizações
que lhe compete atingir no imenso futuro espiritual.
A grande necessidade, ainda e sempre, é a da Evangelização
Íntima, para que todos os operários da causa da verdade
e da luz conheçam o caminho de suas atividades regeneradoras,
aprendendo que toda obra coletiva de fraternidade, na redenção
humana, não se efetua sem a cooperação legítima,
cuja base é o esclarecimento sincero, mas também é
a abnegação, em que o discípulo sabe ceder, tolerar
e amparar, no momento oportuno.
Para a generalidade dessa orientação moral faz-se indispensável
que todos os centros de estudo doutrinário sejam iluminados
pelo Espiritismo Evangélico, a fim de que a mentalidade geral
se aplique à luta da edificação própria,
sem fetichismos e sem o apoio temporal de forças exteriores,
mesmo porque se Jesus convocou ao seu coração magnânimo
todos os que choram com o “vinde a mim, vós os que sofreis”,
também asseverou “tornai a vossa cruz e segui-me!...”,
esclarecendo a necessidade de experiências edificantes no círculo
individual.
Resumindo, somos compelidos a concluir que, em Espiritismo, não
basta crer.
É preciso renovar-se.
Não basta apreender as filosofias e as ciências do mundo,
mas sentir e aplicar com o Cristo.