Usualmente os novos desafios nos trazem
insegurança.
É um aperto no peito; uma dor no estômago; uma noite
mal dormida, onde os sonhos ficam projetando um possível insucesso.
É natural que nos sintamos assim por alguns momentos. São
momentos que ensejam uma busca por nossas habilidades, nossas capacidades
internas.
Sempre será uma chance de nos conhecermos, quando inquirimos:
- Será que eu posso?
Porém, se nossa autoestima estiver rebaixada, ou se nosso conhecimento
sobre nós mesmos for precário, a tendência é
que a insegurança reine por mais tempo.
Poderá ser tão poderosa a ponto de nos fazer desistir,
retornar.
Como se a vida nos convidasse a dar mais um passo e, ao erguermos
o pé do chão, nos sentíssemos em desequilíbrio
e preferíssemos voltar a perna na posição inicial.
Por essa razão, o conselho recebido pelo jovem aviador é
precioso.
Quem sabe pensar em todos que já conseguiram antes de nós,
ou em todos aqueles que já passaram por isso e "sobreviveram",
seja grande ajuda.
- O que eles fizeram eu também posso fazer. Esta frase
nos fala do potencial que todos temos, mas também deve nos
lembrar de questionar: - Como eles conseguiram?
Sim, pois vencer desafios exige sempre muita preparação,
muito esforço e grande dedicação.
Dessa forma, se nos tivermos preparado, feito nossa parte bem feita,
não há razão de temer, não há razão
para deixar que a insegurança nos domine e nos paralise.
Tempestades, brumas e neves são comuns e naturais na vida.
As intempéries são escolas de almas que buscam aprimoramento
e resistência. Elas sempre existirão. Estão, de
certa forma, fora de nosso controle ou comando.
O que está sob nosso "manche" é nossa
aeronave Espírito, e nossa habilidade de contornar as tempestades,
de fazer boas escolhas, de vencer a nós mesmos.
* * *
Quando o modelo
e guia da humanidade, Jesus, afirmou: "Vós
sois deuses"; e também que "Aquele que crê
em mim fará as obras que eu faço e outras maiores",
ele falava de potencial.
Conhecia profundamente a destinação de cada alma, e
que esta seria a perfeição.
Conhecia a imutável lei do progresso, e ousou dizer àqueles
homens ainda de coração endurecido que, no futuro, quando
desejassem, seriam como ele já era.
Era o habitante do topo da montanha, dizendo aos que acabavam de começar
a escalada, que todos poderiam chegar no cume um dia.
* * *
Redação do Momento Espírita,
com base em trecho do livro Terra dos homens, de Antoine de Saint-Exupéry,
ed. Nova Fronteira.
Em 8.2.2017.