DA VIDA, UMA PRECE
Encontramos, no seio de praticamente todas as religiões,
o exercício salutar da prece.
Em algumas, tal prática apresenta-se na forma de mantras. Em
outras, de cântico. Ou, ainda, de rogativa.
Entretanto, independentemente da forma, a prece sempre tem como objetivo
ligar a criatura ao Criador.
A prece é um ato de adoração. Orar a Deus é
pensar nEle; é aproximar-se dEle; é pôr-se em comunicação
com Ele. A três coisas podemos propor-nos por meio da prece: louvar,
pedir e agradecer.
Louvar a Deus significa reconhecer nEle a fonte de toda vida, de toda
a criação. É observarmos tudo o que nos cerca –
as plantas, os animais, nosso próximo – e enxergarmos neles
a assinatura Divina, o traço que Deus deixa em cada uma de Suas
criaturas.
Uma prece de louvor é feita mais do que com palavras. Pode ser
expressa em atitudes.
Quando louvamos, reconhecendo, em tudo o que nos cerca, a mão
do Criador, torna-se impossível não expressarmos gratidão
a Deus por todo amor que Ele nos oferece, em todas as circunstâncias
do viver.
Amor esse que se manifesta através das mais variadas expressões:
o ar que respiramos, o alimento que temos em nossas mesas, a família
que nos acolhe, a casa que nos abriga, os amigos que nos fortalecem.
O companheiro ou companheira que divide a vida conosco, os filhos que
nos são dados ao coração, as oportunidades diárias
de progresso intelecto-moral, a conquista das virtudes que nos aproximam
da paz e da felicidade.
E, quando brota em nossas almas o sentimento que nos leva a louvar e
a agradecer, o gesto de pedir modifica-se.
Nossas rogativas já não são mais baseadas nas ilusões
da matéria, nem tampouco no orgulho que confunde nossas escolhas.
Nossas decisões tornam-se mais maduras, pois começamos
a compreender as leis que regem toda a Criação.
Já não mais rogamos a Deus que solucione nossos problemas,
dificuldades e sofrimentos.
Antes, pedimos ao Senhor da vida que nos conceda a sabedoria, a resignação
e a humildade para que, além de poder superá-los, possamos
aprender com as preciosas lições que acompanham cada momento.
Entrarmos em comunicação com Deus significa fazermos,
diariamente, de nossa vida uma prece.
E a prece se faz em cada gesto de abnegação, de renúncia,
de fé.
A prece se faz quando olhamos para aquele que sofre, para aquele que
passa fome, para aquele que não tem onde morar e, desinteressadamente,
lhe estendemos a mão que ajuda, o ombro que consola, o abraço
que afaga, a palavra que une.
A prece se faz quando perdoamos quem nos fere e somos capazes de pedir
perdão àquele que ferimos.
A prece se faz quando nos reconhecemos parte integrante de toda a Criação,
de todo o equilíbrio universal e, dessa forma, tomamos para nós
a responsabilidade de contribuirmos para a construção
de um mundo melhor.
* * *
Na oração a criatura
suplica e se apresenta a Deus. Pela inspiração profunda
e reconfortante responde o Senhor e se revela ao aprendiz.
Pensemos nisso.
* * *
Redação do Momento Espírita,
com citação do item 659, de O Livro dos Espíritos,
de Allan Kardec, ed. Feb e pensamento final do verbete Oração,
do livro Repositório de sabedoria, v. 2, pelo Espírito
Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed.
Leal.
http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=3773&stat=0