SUMÁRIO:
1. Introdução. 2. Conceito. 3. Palavras
Iniciais. 4. Ação Magnética no Processo de Cura:
4.1. A Função do Fluido universal; 4.2. Níveis
de Condensação do Fluido Universal; 4.3. A Ação
dos Espíritos sobre a Matéria. 5. As Dimensões
da Fé: 5.1. Como Sentimento Inato; 5.2. Fé Humana, Divina,
Dogmática e Racional; 5.3. A Fé como Sentido da Vida.
6. Fé, Vontade, Espírito e Espiritismo: 6.1. Os Milagres
derrogam as Leis Naturais? 6.2. Basta a Fé para Curar? 6.3. O
Poder da Fé. 7. Conclusão. 8. Bibliografia Consultada.
1. INTRODUÇÃO
O objetivo deste estudo é mostrar
que o magnetismo pessoal aliado a uma fé ardente e impulsionado
pela vontade tem um poder ilimitado de cura.
2. CONCEITO
Cura – Ação ou efeito
de curar. Tratamento, recuperação da saúde. Fig.
Melhoria, regeneração, emenda; solução.
Fé - do latim fides. O termo é empregado em muitas
acepções que poderiam ser divididas em profanas e religiosas.
Nosentido profano, significa dar crédito na existência
do fato, fazer bom juízo sobre alguém, expressar sinceridade
no modo de agir etc. Quando o testemunho no qual se baseia a confiança
absoluta é a revelação divina, fala-se de Fé
no seu sentido religioso. A Fé, neste sentido, não é
um ato irracional. Com efeito, o espírito humano só pode
aderir incondicionalmente a um objeto quando possui a certeza de que
é verdadeiro (Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo).
"Ter fé é
guardar no coração a luminosa certeza em Deus, certeza
que ultrapassou o âmbito da crença religiosa, fazendo o
coração repousar numa energia constante de realização
divina da personalidade. Conseguir a fé é alcançar
a possibilidade de não mais dizer "eu creio", mas afirmar:
"eu sei", com todos os valores da razão tocados pela
luz do sentimento". (Xavier, 1977, pergunta 354)
3. PALAVRAS INICIAIS
Para avivar o nosso interesse sobre o assunto da cura pela fé,
anotaremos algumas idéias:
1. As curas relatadas no Evangelho denotam os milagres realizados por
Jesus. Dentre eles, lembramos a cura de uma mulher que sofria hemorragia
durantes 12 anos, a do paralítico, a dos dez leprosos, a do que
tinha uma das mãos secas, a da mulher curvada, a dos possessos
etc.
2. Diante desses fatos, parece-nos que Jesus estava acima das Leis Naturais.
Contudo, não é o caso. É que conhecedor do magnetismo
e das suas manipulações podia operar curas, que aos olhos
do vulgo pareciam milagres, ou seja, acontecimentos que derrogam as
leis conhecidas da matéria.
3. Aspectos dogmáticos da fé: muitas seitas cristãs
acham que se deve recorrer exclusivamente à prece para obter
cura dos males físicos, sem utilizar médico ou remédio.
4. O poder da fé tem sido também estudado pelos cientistas.
Recentemente, em programa de televisão, houve a comunicação
de uma experiência feita num hospital. Os pacientes de uma determinada
doença foram separados em dois grupos: o que recebeu prece e
o que não a recebeu. O grupo que recebeu vibrações
através da prece à distância teve uma melhora mais
rápida do que o grupo que não recebeu.
4. AÇÃO
MAGNÉTICA NO PROCESSO DE CURA
4.1. A FUNÇÃO DO FLUIDO UNIVERSAL
O fluido universal é a matéria elementar primitiva, cujas
modificações e transformações constituem
a inumerável variedade dos corpos da Natureza. Como princípio
elementar do Universo, ele assume dois estados distintos: o da imponderabilidade
e o da ponderabilidade, que são os diversos níveis de
condensação que a matéria pode assumir. Para uma
compreensão mais clara, partamos da idéia de que Deus
é a causa primária de todas as coisas. Dele vertem-se
dois princípios: espiritual e material. O Espírito é
individualização do princípio espiritual e o corpo
físico a individualização do princípio material.
O Espírito precisa do fluido universal para se comunicar com
o corpo físico.
4.2. NÍVEIS
DE CONDENSAÇÃO DO FLUIDO UNIVERSAL
1) Matéria. Solidificação do fluido
universal.
2) Corpo Físico – células e órgãos
– é o laço que prende o Espírito; é
o instrumento de que este se serve para e sobre o qual, ao mesmo tempo,
exerce a sua ação.
3) Fluido Vital é o elemento que dá vida
à matéria orgânica. Pode ser denominado de magnetismo
ou eletricidade.
4) Perispírito – invólucro semi-material
do Espírito. Nos encarnados, serve de laço intermediário
entre o Espírito e a matéria; nos Espíritos errantes,
constitui o corpo fluídico do Espírito.
5) Ectoplasma – situado entre matéria
densa e a matéria perispirítica – serve para a realização
dos fenômenos de efeitos físicos, principalmente a materialização.
4.3. A AÇÃO
DOS ESPÍRITOS SOBRE A MATÉRIA
O Espírito, embora seja alguma coisa, difere de tudo aquilo que
conhecemos por matéria. Dada a sua natureza espiritual, necessita
de um elemento semi-material para que possa agir sobre a matéria
(corpo físico). Allan Kardec denominou este elemento de Perispírito.
Conclui-se que o Espírito somente atua sobre a matéria
se fizer uso do Perispírito. Observe que no próprio processo
de reencarnação há uma ligação de
átomo por átomo, célula por célula do princípio
espiritual com o princípio vito-material do germe.
Assim sendo, é através do perispírito que os Espíritos
auxiliam na cura de uma doença. Neste caso, o médium seria
apenas um intermediário.Contudo, o médium pode usar o
seu próprio magnetismo e transferir as suas energias balsamizantes
para o outro ser mais debilitante. Por isso, na época de Kardec,
falava-se muito em magnetizadores, sendo, inclusive, um dos motivos
que levou Kardec a freqüentar as reuniões de mesas girantes.
5. AS DIMENSÕES
DA FÉ
5.1. A FÉ COMO SENTIMENTO INATO
Tanto na teologia cristã quanto na Doutrina Espírita,
partimos do princípio de que a fé é algo inato
no ser humano. É como que uma luz lançada por Deus na
mente e no coração de cada crente. O fato de tomar diferentes
nuances, em cada uma das diversas crenças, revela a sabedoria
divina de que a compreensão da natureza depende exclusivamente
da capacidade evolutiva de cada um. Freqüentar o Espiritismo não
nos torna mais sábio do que o católico, do que o protestante,
do que o ateu etc.
5.2. FÉ
HUMANA, DIVINA, DOGMÁTICA E RACIONAL
No âmbito da Doutrina Espírita, Allan Kardec ao discutir
o problema da Fé, ensina-nos que ela pode ser dividida em fé
humana e divina. A Fé humana pode ser expressa como
a confiança do homem em suas forças, em sua natureza e
em seus propósitos de vida. É a expectativa do pedreiro
que, ao começar uma construção, tem certeza que
irá terminá-la. É a confiança do médico
que, ao iniciar uma cirurgia, acredita que irá finalizá-la
e proporcionará um alívio à pessoa enferma. A Fé
divina pressupõe a confiança num ser transcendental, que
se alia à fé humana. Voltando ao exemplo do pedreiro e
do médico: os dois conhecem as técnicas tanto para levantar
paredes quanto para recortar o corpo humano, mas submetem-se aos imperativos
de uma força maior, de uma força transcendental, que é
Deus. Ainda: o sentimento inato pode ser expresso como dogmático
– crer cegamente num artigo de fé – ou racional
– tudo passando pelo crivo da razão. É por isso
que Allan Kardec diz: “Não há inabalável
senão aquela que pode encarar a razão, face a face, em
todas as épocas da humanidade”.
5.3. A FÉ
COMO SENTIDO DA VIDA
Movimentarmo-nos na vida revela uma faceta da fé. Nas ações
mais ordinárias, nos atos de adoração a Deus, no
cuidado com o meio ambiente estamos nos expressando como imagem e semelhança
de Deus. E quanto mais aprendemos, mais vamos nos submetendo a voz de
um Deus interior, que quer sempre o nosso bem. Com a captação
desses conhecimentos, aprendemos que nem o nosso próprio corpo
nos pertence, pois foi doado Deus para auxiliar a nossa evolução
espiritual.
No que tange à manifestação da fé, o importante
é respeitar cada qual em sua crença, pois embora ela tenha
ligação com os aspectos históricos, culturais e
ideológicos de um povo, no fundo, cada qual, só responderá
por aquilo que tiver plantado dentro do seu próprio coração.
6. FÉ, VONTADE,
ESPÍRITO E ESPIRITISMO
6.1. OS MILAGRES DERROGAM AS LEIS NATURAIS?
A vinda de Jesus, como vimos anteriormente, foi marcada pelos diversos
milagres que realizava. Algumas vezes dizia: “tua fé te
curou”. Ele curava, mas não eram todos os que podiam ser
curados. Precisava de um elemento adicional, ou seja, a crença
do enfermo, daquele que recebeu o fluido magnético.
No âmbito da Doutrina Espírita os fatos, considerados milagrosos,
não derrogaram as leis da natureza. Foram apenas a manipulação
correta do fluido universal. Assim, quando soubermos usar o nosso magnetismo
e a nossa vontade conseguiremos os mesmos prodígios que conseguiram
os apóstolos, depois da advertência de Jesus, a respeito
da pouca fé dos mesmos. Ele disse: “Se tiverdes a fé
do tamanho de um grão de mostarda, direis a este monte para passar
para o outro lado, e ele passará”.
6.2. BASTA A FÉ
PARA CURAR?
Aqui, Allan Kardec, faz indiretamente um crítica às seitas
cristãs, que apelam unicamente para a fé, não permitindo
que seus adeptos vão à procura de orientação
médica. O crente será curado? Basta orar para nos livramos
de nossas provações? A prece auxilia, dá-nos mais
força, mais energia, mas não nos livra das provas que
devemos passar. Do mesmo modo é a fé. Ela auxilia-nos,
mas antes de tudo, devemos ter em mente o merecimento.
Será que estamos aptos para a saúde? O Espírito
Irmão X, através da psicografia de Francisco Cândido
Xavier, relata-nos nos capítulos 25 (Cura) e 26 (Doentes
e Doenças), do livro Estante de Vida e capítulo
40 (Rogativa Reajustada), do livro Luz Acima, os inconvenientes
de apressar a cura do ser humano. Para conviver com a saúde,
temos de nos preparar para ela.
6.3. O PODER DA
FÉ
"O poder da Fé recebe uma aplicação direta
e especial na ação magnética; por ela o homem age
sobre o fluido, agente universal, lhe modifica as qualidades e lhe dá
uma impulsão, por assim dizer, irresistível. Por isso
aquele que, a um grande poder fluídico normal junta uma Fé
ardente pode, apenas pela vontade dirigida para o bem, operar esses
fenômenos estranhos de cura e outros que, outrora, passariam por
prodígios e que não são, todavia, senão
as conseqüências de uma lei natural. Tal o motivo pelo qual
Jesus disse aos apóstolos: se não haveis curado é
que não tínheis fé" (Kardec, 1984, cap. XIX,
item 5).
7. CONCLUSÃO
Tenhamos sempre em mente o nosso aprimoramento espiritual. É
somente através das virtudes evangélicas que podemos nos
curar e auxiliar a cura dos outros com êxito.
* * *
8. BIBLIOGRAFIA
CONSULTADA
ÁVILA, F. B. de S.J. Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo.
Rio de Janeiro: M.E.C., 1967.
KARDEC, A. A Gênese - Os Milagres e as Predições
Segundo o Espiritismo. 17. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1975.
KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed. São Paulo:
IDE, 1984.
XAVIER, F. C. Estante da Vida, pelo Espírito Irmão X.
3. ed., Rio de Janeiro: FEB, 1974.
XAVIER, F. C. Luz Acima pelo Espírito Irmão X. 4. ed.,
Rio de Janeiro: FEB, 1978.
XAVIER, F. C. O Consolador, pelo Espírito Emmanuel. 3. ed., Rio
de Janeiro: FEB, 1974.
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São Paulo, 12/05/2004
http://www.ceismael.com.br/artigo/cura-pela-fe.htm
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