Qual será a exata dimensão
do amor? Já ouvimos falar sobre a grandiosidade do amor de Deus
e de como as criaturas humanas alcançam patamares inimagináveis,
quando acionadas pelo amor.
Mas esse sentimento sublime é capaz de engendrar
ações extraordinárias nas suas manifestações.
Ações como a de um senhor britânico,
de noventa e um anos, casado há setenta anos com Phyllis.
A esposa começou a ter problemas mentais, há
cerca de vinte anos. Evoluindo de forma a necessitar de atendimento
especializado, Jack precisou interná-la em um lar, em Kent, na
Inglaterra.
Mas ele a visita todos os dias e, apesar das dificuldades
de que é portadora, ao vê-lo, ela estende os braços
para abraçá-lo.
Para Jack, essa é a demonstração
de que o amor continua. E, correspondendo ao amor dela, ele tenta ajudá-la
a manter a memória saudável e lutar contra a demência
lendo, todos os dias, histórias do diário que escreveu,
durante os anos de mútua convivência.
Eles se casaram no período da Segunda Guerra
Mundial, em 1943.
O diário registra o dia em que se conheceram.
Cheguei em casa e escrevi que a tinha conhecido. Penso que fiz isso
porque senti que era um momento que iria mudar a minha vida. –
Informou ele em entrevista a um jornal londrino.
Além de ler o diário do seu casamento,
Jack mostra para a esposa as fotografias da época em que viajavam
de caravana. Também as mais recentes com os cães de ambos.
Tudo para que ela se mantenha consciente da própria
vida. Para que não se apague a pequena chama das lembranças
nem a chama tremeluzente da paixão.
Sobre o segredo da sua relação matrimonial
de tantos anos, diz o britânico que é não criar
expectativas, aceitando o que a vida tenha a oferecer.
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Um amor que vara as décadas e
permanece, mesmo quando um dos parceiros apresenta sérias dificuldades
mentais, é amor sólido.
É um sentimento que está
acima da aparência física e do que possa receber em troca.
Um sentimento que está preocupado
em doar-se e auxiliar a dificuldade do parceiro de jornada, nada aguardando
em troca.
Um exemplo para tantos que pensamos
que o verdadeiro amor é feito de alegrias e juventude, beleza
e reciprocidade.
Com certeza, é maravilhoso tudo
compartilhar nos verdes anos, quando a beleza impera e as energias
se apresentam vigorosas.
Quando se pode entrelaçar as
mãos e sair a passeio; quando as frases de ternura são
recíprocas e o carinho é partilhado.
Contudo, quando o amor vence a invernia
das dores e dos cabelos brancos, do depauperar das forças;
quando o amor permanece, apesar das limitações físicas
e do crepúsculo mental; quando o amor a tudo supera e continua
forte, rijo, em manifestações seguras e permanentes...
então, atingiu a excelência.
Um amor assim é Deus manifestando-se
através das Suas criaturas. É verdadeiro e inigualável
amor.
Um amor feito de criatividade, de arte,
de engenhosidade íntima.
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Redação do Momento Espírita,
com base em notícia colhida no site sonoticiaboa.com.br, de 18.3.2013.
http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=3832&stat=0
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