CRESCENDO JUNTOS
Ao nos prepararmos para receber um filho em nossos
braços, uma das grandes preocupações é a
questão da educação. Perguntamos-nos que tipo de
educação iremos oferecer, quais valores haveremos de transmitir.
Se analisarmos sob outro ângulo, podemos perceber o quanto educar
um filho é capaz de nos transformar, de nos educar indiretamente.
Quando os filhos chegam ao lar, despertam em nós sentimentos
adormecidos em nossa alma. Mostram-nos um amor antes desconhecido. É
hora de aprendizado e também de muitos desafios.
É o momento de treinar o desprendimento, a tolerância e
a doação de si próprio. Passamos a desejar a conquista
de muitas virtudes que ainda não possuímos.
Quando são pequenos, naturalmente, a principal preocupação
é com as questões básicas de sobrevivência.
Manter a pequena criança alimentada e protegida, fazendo com
que se sinta amada através dos diversos cuidados.
Quando ela começa a interagir com o mundo, nos brindando com
os primeiros sorrisos, é um dos momentos em que começamos
a ficar mais atentos ao nosso comportamento, às atitudes e à
fala. Afinal, serviremos de modelo.
Passamos a repensar o nosso vocabulário. Analisamos palavras
ou expressões que possam ser substituídas ou simplesmente
abolidas.
Ficamos mais atentos ao tom com o qual nos referimos aos outros, à
maneira como tratamos o outro, ao conteúdo dos diálogos.
Isso porque estamos sendo observados o tempo todo.
A coerência entre palavras e atitudes talvez seja uma das questões
mais cobradas pelos pequenos. Cobram-nos, com frequência, que
façamos exatamente o que falamos, do contrário, nossa
palavra perde o valor.
Viver a verdade, se antes não era essencial, a partir dessa nova
etapa, passa a ser.
E à medida que vão crescendo, formando a sua própria
identidade ensinam-nos muito. Quando a vida nos dá oportunidade,
mostram atitudes tão maduras que chegam a nos surpreender.
Fazem-nos questionar a nossa conduta diante de diversas situações.
Fazem-nos enxergar que poderíamos ter agido de outra forma, que
aquela talvez possa não ter sido a melhor escolha.
Apontam nossos erros, nos colocam frente nossas próprias fraquezas
e dificuldades pessoais. E, a partir do momento em que reconhecemos
essas imperfeições, principiamos a desejar a mudança
e trabalhar para conquistá-la.
* * *
Como pais, temos a missão de
educar os filhos, orientá-los no caminho do bem e prepará-los
para o mundo.
Tenhamos a certeza de que os filhos vêm também com essa
missão, a de nos educar.
Eles nos impulsionam ao caminho do autoconhecimento, do aprimoramento
e da superação de várias dificuldades. Ensinam-nos
a abnegação e nos despertam os mais nobres sentimentos.
Se nos entregarmos de coração a essa Divina tarefa, estaremos
também nos educando e, ao final, sairemos moldados, lapidados
e aperfeiçoados.
Entre erros e acertos, aprendemos muito com nossos amados filhos. Carreguemos
em nossos corações a gratidão a Deus, que nos permite,
através da maternidade e paternidade, mais essa oportunidade
de crescimento pessoal.
* * *
Redação do Momento Espírita
http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=3095&stat=0