COISAS MÍNIMAS
Do Evangelho de Lucas, capítulo 12, versículo
26, destaca-se uma fala de Jesus que indaga:
"Pois se nem ainda podeis fazer as coisas
mínimas, por que estais ansiosos pelas outras?"
Pouca gente conhece a importância
da boa execução das coisas mínimas.
Existem homens que, com falsa superioridade, zombam
das tarefas humildes, como se elas não fossem necessárias
ao êxito dos trabalhos de maior envergadura.
Um prêmio Nobel de literatura não poderá
esquecer que um dia necessitou aprender as letras simples do alfabeto.
Um extraordinário matemático precisou,
também, aprender a contar, reconhecer os números de zero
a nove, e depois a somar, dividir, multiplicar e subtrair, a fim de
chegar aos complicados cálculos que hoje lhe conferem fama.
Um compositor não pode prescindir de nenhuma
das sete notas musicais, com todos seus tons e semitons, que envolvem
bequadros, bemóis, escalas e sustenidos.
Um alpinista, para vencer a escalada íngreme
deve atentar para todos os detalhes, que vão do equipamento checado
minuciosamente mais de uma vez, ao apoio de equipe, conhecimento da
estação mais adequada ao empreendimento.
Para um prato especial, todos os ingredientes se fazem
necessários. Deixe-se de colocar um deles, ou se altere a quantidade
para mais ou para menos e pronto, estará alterado o sabor, a
consistência, o resultado final.
Nenhuma obra será perfeita se as particularidades
não forem devidamente consideradas e compreendidas.
De modo geral, o homem está sempre fascinado
pelas situações de grande evidência. Deseja a fama,
o poder, o dinheiro.
Destacar-se, entretanto, exige muitos cuidados. Fama
exige estrutura psicológica adequada, a fim de que a criatura
não se fascine e perca o equilíbrio. Ou se torne atormentada
pela paz que deixa de fruir, face o assédio constante de jornalistas,
fotógrafos, fãs, cobranças da mídia em geral.
Poder exige equilíbrio e bom senso, para que
o ser não se torne um déspota infelicitando a sua e as
vidas alheias, enlouquecendo ante as possibilidades que se apresentam.
Dinheiro em excesso requer sabedoria para a devida
utilização, de forma a colaborar para a felicidade e não
a desgraça própria e dos demais.
Convém, desse modo, atender às coisas
mínimas da senda que Deus nos reservou, para que a nossa ação
seja de real proveito à vida.
A sinfonia estará perturbada se faltou uma
nota e o poema é obscuro quando se omite um verso.
Estejamos zelosos pelas coisas pequeninas. Elas são
parte integrante e inalienável dos grandes feitos, guardando
a certeza de que, cada qual recebe a parte que melhor esteja preparado
para realizar.
Não deixemos passar as oportunidades de crescimento,
com a distração para as coisas que não temos, mas
desejamos, que não podemos realizar, mas que aspiramos.
Façamos sim, o melhor daquilo que nos compete.
* * *
Pense nisso!
Quem será maior: a mãe
que agasalha o filho alheio em seu seio e o alimenta, ou o médico
que o salva da morte cruel, com intervenção minuciosa?
Quem terá maior mérito: o lixeiro
que recolhe os detritos pela cidade, todos os dias, mantendo-a asseada,
ou o sanitarista que determina normas de conduta para a humanidade,
a fim de que esta se mantenha distante das enfermidades mortais?
Reconheçamos em cada um a parcela de contribuição
indispensável para a manutenção da vida no planeta
e o melhor relacionamento da humanidade.
Aprendamos que:
A cada um cabe realizar o que pode, sabe e deve fazer.
* * *
Equipe de Redação do
Momento Espírita, com base no cap. 31 do livro Caminho, verdade
e vida, psicografia de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito
Emmanuel, ed. FEB.
http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=932&let=C&stat=0