"Lembro-me de uma manhã em que descobri
um casulo na casca de uma árvore, no momento em que a borboleta
rompia o invólucro e se preparava para sair.
Esperei algum tempo, mas estava demorando muito e
eu tinha pressa.
Irritado e impaciente, curvei-me e comecei a esquentá-lo
com o meu hálito.
E o milagre começou a acontecer diante de mim
num ritmo mais rápido que o natural.
O invólucro se abriu e a borboleta saiu, arrastando-se.
Nunca hei de esquecer o horror que senti: suas asas
ainda não estavam abertas e todo o seu corpinho tremia, no esforço
para desdobrá-las.
Curvado por cima dela, eu a ajudava com o meu hálito.
Em vão. Era necessária uma paciente maturação
e o desenrolar das asas devia ser feito lentamente ao sol.
Agora era tarde demais. Meu sopro obrigara a borboleta
a se mostrar antes do tempo, toda amarrotada.
Ela se agitou desesperada e, alguns segundos depois,
morreu na palma de minha mão.
Acho que aquele pequeno cadáver É o
peso maior que tenho na consciência.
Hoje, entendo bem isto: É um pecado mortal
forçar as grandes leis.
Não devemos nos apressar, nem ficar impacientes,
mas seguir confiantes o ritmo eterno."
Autor Desconhecido
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http://www.siteamigo.com/msg/borboleta_nascendo.htm
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