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A BÊNÇÃO DO PERDÃO
Uma nuvem espessa pairava sobre a alma daquela mãe
sofrida...
O seu jovem filho, criado com amor e desvelo, fora assassinado por
um amigo dominado pelas drogas.
O desespero e a amargura eram suas companhias permanentes.
Os olhos fundos e a palidez denunciavam as noites de insônia
e a falta de alimentação.
Uma amiga a convidou, talvez inspirada pela providência divina,
a buscar ajuda do orador e médium espírita de extrema
seriedade e profunda dedicação ao bem, Divaldo Pereira
Franco.
Era início da noite na cidade de Salvador, quando as duas senhoras
adentraram a casa espírita singela, onde o médium atende
aqueles que o procuram em busca de consolo e esperança.
Divaldo percebeu que se tratava de um caso grave e atendeu aquela
mãe prontamente, com grande ternura.
Aos poucos a senhora ia contando o drama ocorrido, falando que um
amigo do filho o havia alvejado por motivos banais, de ligeiro desentendimento
entre ambos.
Enquanto a genitora narrava o seu drama, aproxima-se do médium
a benfeitora espiritual Joanna de Ângelis, trazendo o jovem
assassinado, ainda convalescente, e diz a Divaldo para transmitir
à mãe sofrida, algumas palavras do filho.
Naquele momento o filho, tomando emprestada a aparelhagem fonadora
do médium, fala à mãezinha palavras de conforto.
Disse para que não cometesse o suicídio, como estava
pretendendo, pois esse crime a afastaria ainda mais dele, e por mais
tempo.
Pediu à mãe que se lembrasse da mãe do amigo
que cometera o crime e agora estava detido pelas grades da justiça
humana, numa cadeia, entre criminosos comuns.
Aquela mãe, sim, era muito infeliz, pois seu filho é
o verdadeiro desgraçado e não ele, que agora estava
sob o amparo de amigos espirituais atenciosos e fraternos.
Ao ouvir a voz inconfundível do filho querido, que julgava
ter desaparecido para sempre, a mulher abraça com ternura o
médium, por cuja boca se podiam ouvir as palavras amáveis
e lúcidas do jovem assassinado.
Sob a inspiração da benfeitora do além, Divaldo
aconselha a mulher a considerar o estado de alma da outra mãe,
da mãe do assassino, e pensar na possibilidade do perdão.
Na semana seguinte, quando o médium baiano se preparava para
atender aqueles que o buscavam na singeleza da casa espírita,
vê adentrarem a sala duas senhoras, pálidas e de aspecto
sofrido.
Uma ele já conhecia, a outra lhe era estranha.
Quando chegou a vez de atendê-las, a mulher que estivera ali
na semana anterior lhe apresentou a companheira, dizendo ser a mãe
do amigo do seu filho.
O médium entendeu que ela havia seguido os conselhos ali recebidos
e buscava ajudar aquela mãe mais infeliz que ela própria.
Conversaram por longo tempo.
Ao se despedir das duas senhoras, Divaldo percebeu que um raio de
luz penetrava suavemente aquelas almas doloridas.
A luz do perdão se fazia bênção de paz
e gerava serena harmonia naqueles corações dilacerados
pela dor da separação dos filhos bem-amados, embora
por motivos diversos.
Na medida em que o tempo ia passando, as duas mães encontraram
motivos para voltar a sorrir, e juntas visitavam o jovem no cárcere.
Fundaram uma casa de recuperação de toxicômanos
para ajudar outros tantos jovens a se libertar das cadeias infelizes
das drogas.
* * *
O perdão
é uma das mais belas provas de confiança nas soberanas
leis de Deus.
Quem perdoa sabe que Deus é justiça e, por isso mesmo,
suas leis jamais se enganam.
Perdoar é receber com resignação os fatos que
não se pode evitar ou mudar, com a certeza de que a justiça
divina não se equivoca e nada acontece conosco se o Criador
não permitir.
* * *
Equipe de Redação do
Momento Espírita, com base em história narrada por Divaldo
Franco na cidade de Videira-SC, no dia 22/09/03.
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