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AVISOS SURPREENDENTES
Ele era médico no Interior e atendia, com zelo,
sua clientela. Durante muitos anos, tratou de uma senhora viúva,
cuja filha insistia para que fosse morar com ela, na capital.
No entanto, Dona Margarida continuava a morar sozinha, em sua casa.
Várias razões relacionava para essa sua preferência.
A mais importante, justamente os cuidados que recebia do dedicado médico,
em quem confiava plenamente e por quem nutria grande amizade.
Certa feita, os familiares a levaram para a capital, em visita a parentes
e amigos. Então, ela se sentiu mal e, de imediato, a filha telefonou
ao Doutor Carlos, o médico da mãe.
Para que fosse devidamente examinada e medicada, ele recomendou um colega,
na capital.
Passados alguns dias, quando Doutor Carlos chegou, pela manhã,
bem cedo, ele viu à porta do consultório a sua cliente,
sozinha.
Cumprimentou-a, sorrindo e disse: Bom dia, Dona Margarida, vejo que
está muito bem!
E ela respondeu: É o que você pensa!
Ele achou graça na sua expressão. Entrou no consultório,
que estava repleto, como sempre. Contudo, dada a idade avançada
de Dona Margarida, instruiu a atendente para que a introduzisse, em
primeiro lugar, para a consulta.
Mas, a senhora não estava na sala de espera, nem do lado de fora,
em lugar nenhum.
Estranhou o fato o médico, mas envolveu-se na atenção
aos tantos clientes que o aguardavam.
Logo mais, chegou-lhe uma ligação telefônica. Era
a filha de Dona Margarida informando-o que sua idosa cliente desencarnara,
há dois dias.
* * *
Os que transpõem a aduana da
morte, não apagam da memória as pessoas que lhe constituem
afetos. Muito menos, olvidam de ser gratos.
Por isso, fatos como o narrado ocorrem muito mais amiúde do
que se possa pensar.
Muitas criaturas, no momento mesmo da morte, lembram-se de alguém
a quem devotam especial afeto e, não raro, aparecem à
visão psíquica daquele.
Popularmente, se fala: Ele veio avisar que morrera. Em verdade, trata-se
de um gesto de carinho, uma doce lembrança de quem parte e
se encontra distante.
Por vezes, um pedido de socorro daquele que se percebe em nova realidade
da vida, fora do corpo físico.
Quando anotados dia e hora do acontecido, se poderá constatar,
posteriormente, que coincidem com a hora da morte desse que assim
se mostrou à visão psíquica.
Essa é mais uma prova da Imortalidade. Uma prova de que o corpo
sucumbe, mas a alma, liberada, livre, vai aonde se encontre o seu
interesse.
Já nos ensinara o Mestre, há muito tempo: Onde estiver
o teu tesouro, aí estará o teu coração.
Ou seja, onde estiver o nosso amor, aí estaremos.
Não nos esqueçamos disso e permaneçamos atentos.
Em tais ocasiões, envolvamos em prece o Espírito do
amigo, parente, colega, que assim se manifestou.
Oração é luz, aconchego,
proteção. É nossa forma de, igualmente, agradecer
o aviso ou de auxiliar a quem, por vezes, é convidado a se
transferir para o mundo espiritual, em pleno vigor e atividade física.
* * *
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