AMEALHANDO TESOUROS
Não são poucos aqueles que gastam boa
parte de sua energia e de seu tempo a buscar tesouros, acumular riquezas.
Está no sonho de muitos ter uma vida abastada, uma condição
financeira vantajosa, um estilo de vida cercado de conforto e, não
raro, de luxo.
Para tanto, investe-se o tempo, os recursos, a energia, tudo o que for
necessário, em nome da carreira, do sucesso, do retorno financeiro.
Planos detalhadamente são elaborados, metas são traçadas
e parte-se para a busca e a conquista do mundo.
E, tão envolvidos nos achamos nessa conquista, que nos esquecemos
de que, a qualquer momento, podemos ser chamados de retorno ao lar,
à nossa verdadeira pátria, ao mundo espiritual.
Nada há de errado em ter como meta o sucesso profissional, em
desejar uma posição social confortável, em buscar
ganhos financeiros de grande monta.
O fruto do trabalho honesto e bem conduzido é digno do trabalhador,
que a ele faz jus.
O que ocorre é que, muitas vezes, ao encetar tal viagem na conquista
do mundo externo, esquecemos o quão passageiro e efêmero
ele é, o quanto ele efetivamente representa para nossa vida.
Ora deixa-se a convivência familiar em busca de experiências
profissionais melhor remuneradas. De outra feita, as reuniões
fraternas não contam com nossa presença, posto que nossas
ocupações não nos permitem.
Não raro, o brincar com o filho, ou o nosso passatempo predileto,
ou ainda a diversão descompromissada, tudo perde espaço
para novas responsabilidades assumidas.
Caminhamos como se tivéssemos que conquistar o mundo e nos esquecemos
de que não há desafio maior do que o de se autoconquistar.
Preocupamo-nos em demasia com aquilo que nos rodeia e nos esquecemos
da nossa intimidade.
Assim, faz-se necessário pararmos vez ou outra a fim de nos perguntarmos
quais são os tesouros que estamos amealhando nesta vida.
Se nossa vida física se concluísse hoje, o que levaríamos
conosco?
De tudo que conseguimos nesta vida, de todos os tesouros, quais ficariam
nos cofres do mundo e quais conseguiríamos levar conosco, no
cofre do coração?
Jesus nos alertou sobre os tesouros que deveríamos efetivamente
buscar, ensinando-nos sobre a condição passageira da vida
física e da grandiosidade da vida espiritual.
* * *
Verifiquemos quais
os valores e quais caminhos vêm percorrendo nossos passos, nesta
viagem chamada vida.
Se nos conscientizarmos de que somos uma alma sob experiências
na vida física, e não um corpo no qual habita uma alma,
necessário que nossos valores e nossas opções
sejam coerentes com quem efetivamente somos.
Viver no mundo, buscar suas alegrias e prazeres saudáveis,
seus desafios e conquistas, é lícito e salutar.
O que não vale a pena, efetivamente, é perdermo-nos
nas coisas do mundo, iludindo-nos exclusivamente com pertences e valores
materiais.
* * *
Redação do Momento Espírita.
Em 19.08.2011.
http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=3117&stat=0