“Mas a vossa tristeza se
converterá em alegria.”
Jesus. (João 16:20)
Nas horas que
precederam a agonia da cruz, os discípulos não conseguiam
disfarçar a dor, o desapontamento.
Estavam tristes.
Como pessoas humanas, não entendiam outras vitórias
que não fossem as da Terra.
Mas Jesus, com vigorosa serenidade, exortava-os:
- “Na verdade, na verdade, vos digo que vós chorareis
e vos lamentareis; o mundo se alegrará e vós estareis
tristes, mas a vossa tristeza se converterá em alegria.”
Através de séculos, viu-se no Evangelho um conjunto
de notícias dolorosas - um Salvador abnegado e puro conduzido
ao madeiro destinado aos infames, discípulos debandados, perseguições
sem conta, martírios e lágrimas para todos os seguidores...
No entanto, essa pesada bagagem de sofrimentos constitui os alicerces
de uma vida superior, repleta de paz e alegria.
Essas dores representam auxílio de Deus à terra estéril
dos corações humanos.
Chegam como adubo divino aos sentimentos das criaturas terrestres,
para que de pântanos desprezados nasçam lírios
de esperança.
Os inquietos salvadores da política e da ciência, na
Crosta Planetária, receitam repouso e prazer a fim de que o
espírito chore depois, por tempo indeterminado, atirado aos
desvãos sombrios da consciência ferida pelas atitudes
criminosas.
Cristo, porém, evidenciando suprema sabedoria, ensinou a ordem
natural para a aquisição das alegrias eternas, demonstrando
que fornecer caprichos satisfeitos, sem advertência e medida,
às criaturas do mundo, no presente estado evolutivo, é
depor substâncias perigosas em mãos infantis.
Por esse motivo, reservou trabalhos e sacrifícios aos companheiros
amados, para que se não perdessem na ilusão e chegassem
à vida real com valioso patrimônio de estáveis
edificações.
Eis por que a alegria cristã não consta de prazeres
da inconsciência, mas da sublime certeza de que todas as dores
são caminhos para júbilos imortais.