NADIA RODRIGUES ALVES MARCONDES LUZ LIMA

A Psicografia como Historiografia:
de
Certeau, Vico e Denis a Emmanuel e Tomás Gonzaga

5.º ENLIHPE - Trabalhos apresentados

 


Nadia Luz
-> A Psicografia como Historiografia:
de Certeau, Vico e Denis a Emmanuel e Tomás Gonzaga

5.º ENLIHPE - Trabalhos apresentados


Nadia Rodrigues Alves Marcondes Luz Lima - apresentação

- veja aqui uma entrevista com ela e trechos de sua apresentação -



RESUMO

A proposta de elaboração deste texto, objetiva iniciar um diálogo sobre a possibilidade da psicografia ser inserida na historiografia, uma vez que esta sendo a escrita da história, tem estado presente em diversos de nossos trabalhos acadêmicos, muito embora ainda muito acanhadamente. A questão central é de certa forma muito óbvia, se considerarmos que o texto contido nas obras psicográficas,- neste caso específico, nos voltamos àquelas que fazem o gênero histórico -, aí estão, distribuídas por livrarias de todo o Brasil e presentes em diversas bibliotecas de universidades, formando em seus leitores, uma análise histórica de certa forma à parte ou complementar. Se existem, alguém as escreveu, portanto nos parece óbvio que se enquadrem na condição de grafia da história. O conteúdo interdito, ou a interdição do autor, não nos têm impedido a permissão do ingresso do escritor em citações acadêmicas. Michel De Certeau, em sua obra A Escrita da História, trata da questão da interdição da fala original das freiras ‘possessas’ de Loudun (1632-1638) constituindo-se enorme prejuízo à história; Com Kardec, as chamadas ‘possessas’ ganharam permissão para deixar que ‘o outro que falava por meio delas’ viesse a se comunicar e seus discursos, por meio da psicografia, passaram a ser impressos. A história deixou de perder e passou a ganhar. A história da cultura no Brasil, constitui-se um dos meios à permissividade da fala do ‘morto’, introduzindo um novo sentido na história, que nos leva à analise da Filosofia da História segundo o espiritismo. Leon Denis e Giambatistta Vico descrevem que o sentido da história, não sendo linear, como ensina o catolicismo conservador, é cíclica e espiral, como o corso e o ricorso, evolutiva e involutiva, formando o fluxo e o refluxo, semelhante às ondas do mar, na expressão de Emmanuel. Afinal, que outra prática metodológica, não tem sido exercida pelos espíritos Emmanuel e Tomás Antonio Gonzaga, que não o exercício da involução e evolução, tão obviamente exposta em suas obras psicográficas? Vamos então analisar desde os prefácios de suas obras, para que possamos dialogar sobre estas novas questões que aqui estamos a propor.

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