Bispo de Durham Dr N. T. Wright
3 de Janeiro de 2005
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Introdução
O delirium corresponde a uma das primeiras doenças mentais
descritas na literatura médica, há mais de 2.500 anos.
Nas classificações psiquiátricas, permaneceu como
categoria nosológica independente até o final do século
XIX, quando foi redefinida com base nos seus aspectos fenomenológicos
e etiológicos, precipitando a reclassificação das
insanidades funcionais em psicoses. Os estados confusionais passaram
a se referir a uma síndrome mais ampla que incluía o Eu
quero, nesta sessão introdutória, estabelecer alguns parâmetros
para nossa discussão subseqüente e, em especial, pôr
algumas cartas na mesa de modo firme e claro sobre meus pontos iniciais,
meus pontos fixos ao ler Paulo e meus objetivos ao expor sua teologia.
Eu estou ciente – e me parece algo irônico – de que
minhas próprias visões sobre Paulo têm sido objeto
de muito maior interesse e debate na América, e maior dentro
de outras igrejas do que dentro da minha própria, do que têm
sido na Inglaterra, ou dentro do anglicanismo mundial. Algumas vezes
eu me pego pensando, “Por que eu deveria me preocupar se algum
ramo do presbiterianismo americano deseja confrontar um outro sobre
eu ser uma coisa boa ou ruim?”; como se dois fãs de beisebol
desejassem argumentar sobre os méritos pertinentes de um jogador
de cricket. Uma resposta, imagino eu, é que desde que eu penso
que minha própria leitura de Paulo representa um entendimento
adequado, historicamente fundamentado e teologicamente acurado, naturalmente
espero que outros cristãos, de qualquer tradição,
considerem aquilo que eu falo frutífero, e lamento que alguém
tenha que se colocar em problemas em sua própria denominação,
qualquer que seja, por adotar um ponto de vista que deveria, no mínimo,
estar dentro dos limites de qualquer ortodoxia. Suponho, todavia, que
pelo menos parte da razão pela qual isso tudo me preocupa é
que dentro da minha própria igreja eu me engajei em uma luta
vitalícia para trazer Paulo de volta ao topo da agenda e permitir
que sua visão de Deus em Cristo, da cruz e da ressurreição
e da justificação pela fé se tornem mais uma vez
parte da corrente sangüínea de uma igreja que foi fundada
sobre isso mas que tem se esforçado ao máximo para o esquecer.
Minha igreja surgiu diretamente da Reforma do século XVI, e mesmo
onde discordo de algumas das afirmações particulares de
alguns Reformadores, eu acredito que tenho permanecido fiel a seus princípios
fundamentais. E, de fato, quero começar agora a primeira seção
desta palestra com uma citação do primeiro e talvez o
maior dentre os reformadores ingleses, aquele de quem mais seguramente
aprendi o princípio formal que permeia toda a minha leitura não
apenas de Paulo mas de toda a escritura.
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