(trecho inicial)
Em um colossal tratado acerca do imaginário, intitulado
de “As estruturas antropológicas do imaginário”,
o pesquisador francês Gilbert Durand define a matéria
em termos que vão muito além dos verbetes dicionarizados
que pretendem dar conta de sua definição. Para Durand,
o imaginário é “o conjunto das relações
de imagens que constituem o capital pensado do homo-sapiens”.
Apesar da economia de palavras – comum em uma definição
–, o enunciado se revela de uma vastidão incomensurável,
articulando-se e dialogando com as mais diversas estruturas culturais
da humanidade e seus respectivos paradigmas.
No âmbito da linguagem, uma das maneiras de o imaginário
estabelecer-se de forma mais precisa, em sua característica
fundamental de “relações de imagens”,
é através do conceito de intertextualidade, que
é apresentado pela pesquisadora em semiologia e literatura,
Julia Kristeva, em sua obra “Introdução
à semanálise”, nestes termos: “(...)
todo texto se constrói como mosaico de citações,
todo texto é absorção e transformação
de um outro texto. Assim, em lugar da noção de intersubjetividade,
instala-se a de intertextualidade (....)”. Em outras palavras,
a intertextualidade é a relação explícita
ou implícita entre os textos de quaisquer natureza. Imaginário
e intertextualidade funcionam, pois, como conceitos demolidores
de preconceitos,, permitindo que se possa analisar, do ponto de
vista cultural, os mais variados temas.
(...)
As três vidas Joana
de Ângelis
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